Embora a polarização em torno do ESG não favoreça o aperfeiçoamento natural da proposta, há avanços tanto na regulação quanto na adesão dos investidores. Recente pesquisa constatou que 92% dos investidores concordam que os dados ESG são importantes para avaliar as perspectivas financeiras de longo prazo das empresas, e 88% afirmam que os dados ESG devem ser tratados com o mesmo rigor que os dados financeiros.

Inúmeras outras pesquisas dão robustez a essa realidade registrando a posição de grandes agências de fundos de investimentos que veem no ESG, uma forma de reduzir a volatilidade e risco de suas carteiras, especialmente o temido “risco de cauda” (Black Swan, ou Cisne Negro), que é a probabilidade de eventos raros e inesperados, e por isso, catastróficos no desempenho da empresa.

Mas as pesquisas vão além aprofundando nas especificidades e trazendo luz na forma como os grandes investidores estão agindo em relação ao ESG.

Por exemplo, uma das recentes pesquisas  da Stanford Graduate School of Business com apoio do MSCI Sustainability Institute apontou que os grandes investidores institucionais tem uma lógica de prioridade diferenciada na análise dos eixos ESG. Priorizam a sequência: Governança, Clima e Social em suas análises porque acreditam que os riscos Ambientais, Sociais e de Governança não refletem da mesma forma nos valores dos ativos.

Outro ponto interessante da posição dos grandes investidores institucionais é a preferência de avaliação do desempenho ESG de empresas em relação aos seus pares (setores) em vez de uma avaliação em base absoluta. Um relativismo que se explica: Se adotassem padrões absolutos poderiam ter que excluir setores inteiros ou quase inteiros. E seguindo o caminho relativista eliminam apenas os piores infratores de suas carteiras.

Outra recente pesquisa divulgada pela Business Data and Reporting provedor de soluções Workiva apontou que os grandes investidores apoiam de forma significativa as regulamentações sobre relatórios de sustentabilidade da UE (CSRD) e relatórios climáticos da SEC americana, afirmando que dados ESG de qualidade dão suporte para suas melhores escolhas de investimentos.  

Já no relatório Executive Benchmark on Integrated Reporting 2024, que entrevistou 900 executivos de empresas com mais de US$ 250 milhões em receitas e mais de 100 investidores institucionais em toda a América do Norte, a conclusão foi de que apesar do movimento anti ESG dos USA, mais de 80% dos investidores norte-americanos afirmam que não mudaram a forma como tomam suas decisões de investimentos. O relatório também registrou a valorização dos relatórios integrados (Financeiro e ESG) e a garantia de dados (auditados por terceiros), com 88% dos investidores afirmando serem mais propensos em investir em empresas com essa realidade. Outro fato importante apontado nesse relatório foi de que 55% dos investidores já utilizam a IA generativa para avaliar o desempenho ESG das empresas e os demais planejam fazê-lo nos próximos 5 anos.

As pesquisas apontam que o ESG terá que superar resistências e aperfeiçoar processos. Poderá até ter seu nome trocado por outra sigla e reduzir seus eixos, mas não deixará de seguir seu curso. Começou no mercado de capitais para grandes empresas, mas seus desdobramentos abrangerão toda a cadeia de valor. Quando os grandes investidores aderem, a mudança é questão de tempo.

Fontes:

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