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ESG: lucro líquido da Suzano (SUZB3) cai 95%, mas segue recomendada

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Imagem: Freepik

Não foi tão bom o 1T24 da Suzano (SUZB3), mas tudo tem uma explicação e essa gigante do papel e celulose segue nas carteiras recomendadas. A empresa, que está entre as melhores com políticas ESG, registrou um lucro líquido de R$ 220 milhões no primeiro trimestre de 2024, uma queda anual de 95%. Números abaixo das expectativas do consenso em 6%, mas segundo analistas, ainda refletindo um ambiente de preços “desatualizado” e impactado por um grande investimento, o pré-Cerrado; prestes a entrar em operação.

O Ebitda totalizou R$ 4,558 bilhões no período, um recuo de 26% na mesma base de comparação. O movimento é explicado pelo fraco desempenho do resultado financeiro, impactado pelas variações cambiais. A empresa disse que a variação em comparação ao 1T23 é explicada sobretudo “pela variação negativa no resultado financeiro (resultado da desvalorização cambial sobre a dívida e sobre as operações com derivativos vs. valorização cambial positiva observada no 1T23) e queda no resultado operacional”.   

Segundo os analistas do BTG, a percepção é de que uma reprecificação das ações agora depende da existência de maior clareza sobre o futuro da alocação de capital. “Esperamos uma reação ligeiramente negativa a esses resultados.” 

Projeto Cerrado

De acordo com a análise do BTG Pactual, é encorajador ver que o projeto Cerrado está progredindo bem, com 94% de progresso físico e 97% dos investimentos financeiros aguardados já realizados. 

Resultados em normalidade, diz Ativa

Conforme relatório da Ativa, mesmo com o aumento da alavancagem em dólares, ocorrida em função do atual estágio da empresa em seu ciclo de investimentos, os resultados de Suzano (SUZB3) são vistos com normalidade e dispondo de viés altista. 

“Seguimos enxergando a companhia imersa em fundamentos positivos no mercado de celulose diante de aumentos de preço que ainda não estão valorados em seus números. Entendemos que, no momento, existe uma pressão por parte dos investidores por conta de rumores envolvendo a sua alocação de capital.”

Além disso, os analistas elevaram a exposição à Suzano após a empresa anunciar um aumento de US$ 30/ton para China, US$ 60/ton para a e Europa e de US$ 80/ton para a América do Norte para as vendas realizadas no mês de maio.

Sobre a aquisição da International Paper (IP)

Para os analistas da Genial, diante das reações negativas do mercado, “o cenário para as ações da Suzano pode carecer de catalisadores de alta a curto prazo, uma vez que a incerteza perante a alocação de capital pode criar um ruído (overhang) nas ações”. 

No entanto, a companhia afirmou oficialmente não ter feito uma proposta vinculante para a aquisição da International Paper (IP), mas o mercado permanece atento aos desdobramentos, considerando os potenciais impactos dessa transação na estratégia e na saúde financeira da Suzano.

“Nada obstante, a companhia esclarece que, até a presente data, inexiste qualquer documento formal ou celebração de qualquer acordo, vinculante ou não, por parte da Suzano, tampouco qualquer decisão ou deliberação de seus órgãos de administração em relação à potencial operação veiculada pela mídia”, disse a empresa, negando a notícia veiculada pela agência Reuters.

De acordo com o veículo, a companhia já havia indicado ao conselho de administração da IP que pretendia enviar formalmente a proposta de US$ 42,00 por ação, totalmente em dinheiro, em breve. A empresa disse que permanentemente analisa oportunidades de mercado e investimentos alinhados com a sua estratégia. 

Recomendações para Suzano (SUZB3)

A Genial vê a Suzano sendo negociada a um EV/Ebitda 24E de 6,3x (vs. 7,5x da média histórica), com um grau razoável de desconto. “Acreditamos que os preços das ações parecem não refletir a melhoria dos indicadores pós start-up do Projeto Cerrado no 2S24, inclusive na queda do COGS/t para R$500/t em 2025+ (vs. ~R$800/t hoje). Portanto, reforçamos nossa recomendação de compra, com um Target Price 12M de R$72,00, refletindo um upside +36,62%.”

O BTG Pactual também recomenda Compra, mas por causa do valuation. “Gostamos da tese de Suzano há muitos anos, mas temos percebido um alto nível de ansiedade por parte dos investidores recentemente após o fluxo de notícias desta semana.

“Por anos, os investidores deram à gestão o benefício da dúvida e a estratégia de crescimento tem dado certo. Agora, a percepção geral é de que os riscos são maiores, especialmente considerando que a via de crescimento na celulose pode estar um tanto quanto exaurida”, comentam os analistas.

Já a Ágora, avalia que a companhia registrou números operacionais sólidos, com os custos caixa de celulose em um leve declínio trimestral e os preços realizados de celulose num aumento de 9,00% em relação ao trimestre anterior — o que foi parcialmente compensado pelo volumes de vendas de celulose mais fracos acima mencionados. 

Quanto à divisão de papel, os analistas comentam que os menores resultados trimestrais foram explicados, principalmente, por volumes sazonalmente mais baixos, enquanto os preços permaneceram estáveis e o desempenho dos custos melhorou. Para eles, o projeto Cerrado continua no caminho certo para começar em junho de 2024. 

“Vemos potencial para os resultados melhorarem à medida que os preços mais elevados da celulose fluem através dos resultados, enquanto os custos devem permanecer em níveis controlados. Embora mantenhamos nossa recomendação de Compra para as ações da Suzano, acreditamos que elas poderão continuar pressionadas até que a visibilidade de sua estratégia de alocação de capital melhore”, comentam. 

Saiba o preço alvo, o potencial de valorização e quantas casas recomendam a compra da ação mesmo com resultados fora do esperado por aqui.

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Cátia Chagas

Editora e produtora de Conteúdo do Portal Acionista e Clube. Foco em mercado de capitais; empresas e ESG. Atua também em Jornalismo de Produto (certificada pelo Knight Center for Journalism in the Americas). Jornalista graduada PUCRS; Especialização em Comunicação Política pela UNISC; MBA em Comunicação e Marketing para Mídias Sociais na Universidade Estácio de Sá; Especialização em Gestão e Governança Corporativa aplicada a práticas ESG. Com passagem pelos veículos G1RS; GZH e Grupo Sinos.
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Cátia Chagas

Editora e produtora de Conteúdo do Portal Acionista e Clube. Foco em mercado de capitais; empresas e ESG. Atua também em Jornalismo de Produto (certificada pelo Knight Center for Journalism in the Americas). Jornalista graduada PUCRS; Especialização em Comunicação Política pela UNISC; MBA em Comunicação e Marketing para Mídias Sociais na Universidade Estácio de Sá; Especialização em Gestão e Governança Corporativa aplicada a práticas ESG. Com passagem pelos veículos G1RS; GZH e Grupo Sinos.

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