Segundo estimativas, os ativos globais ESG podem chegar na casa dos US$ 53 trilhões até 2025. Cifra que chama atenção do mercado investidor e das empresas.
Em publicação recente das Nações Unidas foi destacado as várias políticas de incentivos que confirmam essa direção. Entre as políticas destacadas, foram citados os investimentos em energia renovável nos EUA, o imposto sobre o carbono transfronteiriço da UE, e a meta da convenção global sobre biodiversidade para proteger 30% do planeta com preservação da natureza.
Mas se os incentivos setoriais e públicos já são uma realidade, como estarão as políticas de incentivos ao ESG dentro das organizações? O que se observa em relação a remuneração dos executivos quando tratamos de ESG dentro das empresas?
Não é nenhuma novidade a prática de atrelar a remuneração dos executivos ao atingimento de metas previstas pelas empresas. No caso especifico do ESG além de ser uma situação bem mais recente, desafios e incertezas não faltam.
Existem inúmeras críticas do mercado ao ESG para seu aperfeiçoamento. Uma delas aponta a fragmentação dos regulamentos e a adoção de diferentes metodologias na avaliação do desempenho das organizações dificultando a interpretação dos investidores. A falta de padronização é uma das principais barreiras aos investimentos ESG segundo especialistas. Soma-se a isso, as questões geopolíticas atuais que geram impactos nos negócios e ao desempenho das organizações.
Embora registre-se progressos em relação a padronização na divulgação dos relatórios com algumas iniciativas bem avançadas como é o caso dos padrões globais do International Sustainability Standards Board, da diretiva da UE para relatórios ESG, e do Roteiro de Finanças Sustentáveis do G20, que incentiva divulgações relacionadas à natureza e à biodiversidade, o processo ainda carece de melhorias.
Como então se preparar para todos esses desafios?
A remuneração sempre foi um dispositivo recorrente para atrair e reter talentos que atinjam metas, supere desafios e faça a empresa prosperar. No caso do ESG não está sendo diferente, e atrelar incentivos (bonificações, prêmios, participação nos lucros, pagamento em ações, etc) ao atingimento das metas ESG tem sido uma estratégia recorrente das organizações.
Além das métricas financeiras, a inclusão de métricas da redução das emissões, do aumento da diversidade, da equidade e inclusão nos quadros de colaboradores, da igualdade gênero em posições de liderança e no Board da organização, são alguns dos exemplos que podem ser atrelados a remuneração dos executivos. E claro, essas métricas devem ser materiais e relevantes para o negócio, justificando sua contribuição no longo prazo para a perenidade da empresa.
A liderança e o protagonismo sempre foram essenciais no atingimento das metas e no caso da implementação das práticas ESG não tem sido diferente. Dentro deste contexto, a remuneração variável dos executivos tem se mostrado um recurso estratégico para essa finalidade.
O mercado investidor e toda sociedade estão cobrando das empresas uma governança robusta, rentável e sustentável, e, remunerar o protagonismo daqueles que fizeram o negócio prosperar dentro da premissa ESG me parece certeiro e apropriado. Principalmente diante da estimativa de que o investimento ESG pode ultrapassar os US$ 50 trilhões até 2025.
Fontes:
- https://www.undp.org/future-development/signals-spotlight-2023/rethinking-governance-esg
- https://www.forbesindia.com/article/stanford/does-it-pay-to-link-executive-compensation-to-esg-goals/90283/1
- https://www.schroders.com/en-hk/hk/institutional/insights/the-sustainability-incentive-in-executive-remuneration-in-asia
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