A regulação ESG para grandes organizações já é fato consolidado, e os seus desdobramentos impactarão as MPEs (Micro e Pequenas Empresas) com pressões crescentes nos próximos anos.

As MPEs fazem negócios com grandes empresas, dentro e fora do país, buscam créditos e aportes, e possuem clientes preocupados com a sustentabilidade. Por isso, não estão fora do alcance ESG. Em algum momento ou situação, terão que cumprir condições de créditos relacionados ao ESG de seus bancos, e/ou atender requisitos da cadeia de valor das grandes organizações. Portanto, também terão que partilhar informações sobre suas práticas de sustentabilidade para atender as expectativas e demandas de seus stakeholders. Seria prudente estarem se preparando ou mesmo já desenvolvendo estruturações nessa direção.

Mas a realidade mostra justamente o contrário. Segundo estudo da Sage (consultoria empresarial) com 16 mil MPEs em mais de 15 países, constatou que apenas 7,7% reportam seus impactos de sustentabilidade e apenas 0,7% compartilham suas ações socioambientais, apesar de 83% delas reconhecerem a necessidade de práticas sustentáveis em seus negócios. Números que mostram que há um vasto campo a ser desbravado.          

Embora as MPEs ainda não sejam legalmente obrigadas a compartilhar suas informações de sustentabilidade, a não adesão a agenda ESG poderá significar redução significativa da sua participação no mercado. Lembrando que para ter o que compartilhar, primeiro precisa implementar e aferir.   

Nada é fácil no mundo dos negócios. Toda empresa, independente de tamanho, precisa continuar lucrativa enquanto se torna sustentável, ou não se tornará sustentável nunca. Esse é o desafio (e a oportunidade) ESG para todo tipo de negócio. Fazer a transição sempre é um grande teste de capacidade.   

Para as MPEs essa questão é central, porque grande parte (senão a maioria) se acha pequena demais para se preocupar com ESG, o que é um terrível equívoco.

Estar fora das regras obrigatórias de compartilhamento das informações de sustentabilidade somente é verdade sob a perspectiva legal, porque na prática elas serão afetadas pelos desdobramentos da regulação imposta as grandes organizações.

As grandes empresas necessitarão de dados das empresas fornecedoras para cumprir a regulamentação. Algumas vão além da conformidade com metas ambiciosas relacionadas as suas cadeias de abastecimento, fazendo com que o impacto chegue a MPE que será pressionada à estabelecer suas próprias metas e à apresentar seus dados de sustentabilidade. É o efeito cascata que transformará a forma como as MPEs administram e reportam suas políticas, práticas e dados de sustentabilidade.

Numa visão mais ampla, podemos imaginar a abrangência dessa prática aplicada a todo porte de organização que deverá atender solicitações sobre seus projetos e dados relativo as suas emissões de gases de efeito estufa, matriz energética, força de trabalho, etc. a depender das exigências de seus clientes.

Quando tivermos uma cultura de sustentabilidade estrutural, possivelmente veremos com grande naturalidade, as empresas independentes do seu porte reportarem dados de sustentabilidade assim como reportam hoje seus dados financeiros.  Sendo assim, compartilho abaixo um rápido roteiro para MPEs desenvolvido pela especialista em Impacto Social e Programas Estratégicos do Reino Unido, Natália Rathner

Como implementar uma política ESG numa pequena empresa

1. Analise o seu negócio

Se o seu negócio causa algum impacto em seus clientes, fornecedores, comunidade, Colaboradores, o primeiro passo é reconhecer que o impacto existe e compreender onde ele é positivoneutro ou negativo 

2. Estabeleça metas ESG significativas

Se definir metas para um impacto positivo está fora de alcance nesse momento, comece com metas cujo impacto seja neutro – que não cause danos. A partir deste começo, poderá definir metas de melhoria mais a frente.

3. Considere o seu orçamento

É importante contar com um orçamento realista e fazer alterações ao longo do tempo. Pequenos aperfeiçoamentos contínuos podem dar bons resultados

4. Comece a melhorar suas práticas relacionadas ao ESG

Para ajudá-lo nas escolhas e decisões, avalie sempre se a ação escolhida poderá criar um impacto positivo que não aconteceria de outra forma?

5. Relate seu progresso

Relatórios ESG transparentes e detalhados são uma parte essencial do processo. Desenvolva seu relatório de sustentabilidade com detalhes das iniciativas ESG nas quais está trabalhando.

Fontes:

Sobre BISA Certifica:

Benchmarking Inteligência Sustentável – BISA é resultado do aprimoramento do Programa Benchmarking Brasil que ganhou inteligência para otimizar os recursos técnicos gerenciais de avaliação, certificação e comparabilidade das melhores práticas de sustentabilidade. Com o incremento das novas tecnologias somado a um colegiado de especialistas de vários países, BISA ganha robustez na gestão das boas práticas e passa a fornecer um conjunto de serviços e dados para que as organizações possam conduzir seus negócios em alinhamento com as agendas ESG (Environmental, Social, and Governance) e SDG (Sustainable Development Goals). Saiba mais em www.bisacertifica.com.br