No Brasil de hoje, 56% da população se declaram negras (somatória de pretos e pardos), aponta o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). De acordo com o Pacto de Promoção de Equidade Racial, esta parcela de brasileiros detém 29% dos cargos em nível de gerência, 14% das chefias e 6% de diretoria. Acrescente-se a isto os dados do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA), de 2016, mostrando que mulheres brancas ganham 70% a mais que as negras para as mesmas atividades profissionais.

É para reparar este abismo que o Pacto de Promoção de Equidade Racial – criado em julho deste ano, apoiado por 28 pessoas jurídicas e 102 físicas – vem ganhando novas inserções. Na última semana foi a vez da B3 se juntar à Anbima, Febraban, FecomercioSP e Rede Brasil do Pacto Global no apoio à equidade.  

“O apoio institucional da B3 é um convite para que as companhias, não apenas as listadas, mas as que atuam no mercado financeiro de forma geral, revisem suas práticas, tracem planos e partam para a ação. Adotar práticas ESG passa por proporcionar um ambiente de equidade e respeito e essa evolução coordenada por parte das companhias tende a contribuir de forma relevante para a transformação estrutural que todos nós esperamos”, afirma Ana Buchaim, diretora executiva de Pessoas, Marketing, Comunicação e Sustentabilidade, da Bolsa brasileira.

A proposta do Pacto é implementar um “Protocolo ESG Racial para o Brasil”, trazendo a questão racial para o centro do debate econômico brasileiro. E, para tanto, criou uma métrica inédita do mundo: o Índice ESG de Equidade Racial (IEER), que acompanhará o equilíbrio racial (ou a falta deste) dentro das organizações. A organização espera gerar impactos significativos já em uma geração.

A adesão é voluntária e as empresas têm prazo para entender o novo índice, se assim desejarem. Quer conhecer mais? Acesse o site http://www.pactopelaequidaderacial.org.br/

MEDO

Pesquisa realizada pela 99 Táxi revela que o medo de ser vítima de casos de racismo já fez com que negros evitassem usar algum tipo de transporte. Os mais evitados foram ônibus (40%), vans (13%) e metrô (10%). De acordo com o Guia da Comunidade 99, entre os entrevistados, 54% disseram que “a sociedade brasileira é racista” e 46% apontaram “apenas algumas pessoas”.

A amostragem foi realizada com 1308 pessoas, usuárias de carros por aplicativo em todo o país, no último mês de outubro. A educação sobre equidade racial nas escolas foi apontada, pelos respondentes, como a melhor alternativa para o combate ao preconceito.

ETF

Foi realizada, na última sexta-feira, na B3, a cerimônia de toque de campainha para marcar o início de negociação das cotas de um novo ETF. Gerido pela Trígono Capital, gestora especializada em acompanhar empresas com menor capitalização na Bolsa brasileira, o Trígono Teva Ações Micro Cap/Small Cap terá o código de negociação TRIG11.

Este é o quarto ETF com referência em empresas do segmento Small Caps listado na B3. 

MOBILIDADE

A Simpar, holding que controla as marcas JSL, Movida, Vamos, CS Brasil, Original e BBC Leasing, anuncia a aquisição de 100% da UAB Motors Participações por meio da sua controlada, a Original Holding.

Avaliada em R$ 510 milhões, a UAB Motors é um dos principais grupos de comercialização de veículos leves do país. Com isto, a Simpar estima agregar R$ 1,7 bilhão de faturamento, no setor de concessionárias, além de sete marcas de veículos: Honda, Toyota, BMW, Mini, BMW Motorrad, Jaguar e Land Rover. Para finalizar a transição aguarda-se parecer do CADE (Conselho Administrativo de Defesa Econômica).

RESULTADO

Lembrando que a Simpar fechou o 3TRI21 com lucro líquido recorde de R$ 399 MM, sendo 358% maior que igual período do ano passado.

FERROVIA

O Terminal Rodoferroviário de Fertilizantes de Uberaba (TFER) teve sua pedra fundamental lançada, dia 9 último. Este é um projeto multimodal integrado, fruto de parceria entre a VLI, a Construtora Terraço e a Link Logistic Group.

Objetivo é ampliar a competitividade das indústrias de fertilizantes de Uberaba (MG), dando mais um passo para consolidar a região como um dos maiores centros produtores do país. O novo projeto possui investimentos combinados na casa de R$130 milhões.

PRODUTIVIDADE

Saem da região de Uberaba, por ano, 7 milhões de toneladas de açúcar, milho, soja e farelo com destino ao Porto de Santos (SP). Com essa nova operação, os trens descerão carregados com grãos e retornarão com fertilizantes, gerando economia na operação logística e aumentando a competitividade do setor.

Hoje 62% do transporte no Brasil é feito por meio de rodovias, 21% por ferrovias, 13%, por água e 4% distribuídos pelos demais modais de transporte. O governo tem planos de duplicar o percentual de transporte de cargas por ferrovias, em 10 anos.  

TURISMO

O banco Itaú anunciou, publicamente, sua previsão para o PIB em 2022. Com a subida dos juros, a aposta é de 0,5% negativo. Na esteira desta, outras instituições também apostam em um PIB esquálido, quando não é negativo.

Mas o setor de turismo parece não se importar muito com tais previsões. Em entrevista à Agência Brasil, o economista Fábio Bentes, da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), diz que as contratações formais entre este mês de novembro e fevereiro de 22 deverão ser de 478,1 mil pessoas. Desse total, 81,7 mil serão temporárias, só para atender a alta temporada.

BNDES

O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e a Empresa Brasileira de Pesquisa e Inovação Industrial (EMBRAPII) acabam de assinar acordo que destina R$ 170 milhões a projetos de Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação (PD&I) de empresas nacionais.

Serão contempladas soluções inovadoras na área de transformação digital, defesa, novos materiais, bem como quatro temas relacionados à sustentabilidade social e ambiental: bioeconomia florestal, biocombustíveis, economia circular e tecnologias estratégicas para o Sistema Único de Saúde. O anúncio da iniciativa foi feito durante a COP26, na última sexta- feira.

Estima-se que a iniciativa promova até R$ 510 milhões em investimentos totais em inovação à medida que o modelo operacional da EMBRAPII alavanque recursos privados ao exigir o cofinanciamento do setor empresarial e participação econômica de instituições de ciência e tecnologia (ICTs) nos projetos apoiados pela instituição.

GREEN BONDS

A ISA CTEEP, transmissora privada de energia elétrica, concluiu a 11ª emissão de R$ 950 milhões em títulos verdes. Os green bonds são instrumentos de captações privadas de recursos financeiros com foco em projetos de infraestrutura ambientalmente sustentáveis, ampliando as iniciativas ESG (gestão Ambiental, Social e Governança) das empresas.

O valor captado pela companhia será destinado integralmente a alguns empreendimentos da companhia que já estão em operação e em projetos que estão sendo construídos, sendo a maioria para a Interligação Elétrica Biguaçu (SC).

A operação foi realizada por meio da emissão de debêntures simples, não conversíveis em ações, em duas séries com vencimentos para o dia 15 de outubro dos anos 2031 e 2039 e serão remuneradas pela variação acumulada do IPCA.

EUCALIPTO

A Comissão Técnica Nacional de Biossegurança (CTNBio) aprovou para uso comercial uma nova variedade de eucalipto geneticamente modificado (GM) tolerante a herbicida. A nova tecnologia foi desenvolvida pela FuturaGene, subsidiária da Suzano.

De acordo com Walter Schalka, presidente da Suzano, o desenvolvimento dessa tecnologia é parte da estratégia da companhia de aliar inovação e sustentabilidade para criar processos e produtos que possibilitem usar menos áreas e agroquímicos a fim de preservar e proteger os recursos naturais. 

SOLAR

O Brasil acaba de ultrapassar a marca histórica de 4 gigawatts (GW) de potência operacional da fonte solar fotovoltaica em usinas de grande porte. A Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (ABSOLAR) calcula que os empreendimentos fotovoltaicos equivalem a 2,2% da matriz elétrica do país.

Desde 2012, o segmento trouxe R$ 21,3 bilhões em novos investimentos e mais de 120 mil empregos acumulados, além de proporcionar uma arrecadação de R$ 6,3 bilhões aos cofres públicos, diz a associação.

NO CHÃO  

As encomendas previstas da União para as aeronaves KC-390 (de carga), da Embraer, podem não sair do chão. Isto porque o governo decidiu reduzir em 25%, de forma unilateral, os contratos firmados em 2014.

Em comunicado ao mercado, o VP Financeiro e de Relações com Investidores da companhia, Antonio Carlos Garcia, disse que tão logo a Embraer seja notificada, “buscará as medidas legais relativas ao reequilíbrio econômico e financeiro dos Contratos, bem como avaliará os efeitos da redução dos Contratos em seus negócios”.

TOURO

No próximo dia 16, terça, a B3 vai inaugurar a escultura do “Touro de Ouro”, que simboliza o mercado financeiro e a força do povo brasileiro.

Resultado de uma parceria com o economista, apresentador e influenciador digital Pablo Spyer e o artista plástico e arquiteto Rafael Brancatelli, a escultura ficará instalada em frente ao prédio da Bolsa, na rua XV de Novembro, centro histórico de São Paulo.

MICO

A Associação Mico-Leão-Dourado acaba de concluir o plantio de mudas de espécies nativas de Mata Atlântica sobre o viaduto vegetado na rodovia BR-101, no município de Silva Jardim (RJ). A construção é parte do corredor florestal para conectar a fauna da APA da bacia do Rio São João/Mico-Leão-Dourado com a Reserva Biológica de Poço das Antas.

O primeiro plantio foi realizado pela concessionária da estrada. Em comum acordo com o ICMBio e com o Ministério Público Federal, no âmbito de um processo judicial, a AMLD assumiu a responsabilidade de refazer o plantio e de melhorá-lo. Além dos micos, câmeras locais já registraram a passagem de vários animais, entre os quais cachorros-do-mato, tatus e tamanduás.  T

TENDÊNCIA

“Sustentabilidade ditará regras de investimentos” é a SUPER CHAMADA, de capa, da revista RI, edição de Novembro. Tem, ainda, os desafios da área de RI com a multiplicação de investidores e muitas outras abordagens do mercado de capitais como o “Rating ESG” e educação financeira. Acompanhe. http://www.revistari.com.br/256

ARTIGO

COP26: referência para o mundo, os biocombustíveis têm que continuar avançando no país

(*) Erasmo Carlos Battistella, CEO do ECB Group

Desde o Rio-1992, o mundo progride com uma maior consciência sobre as questões que envolvem o clima e o aquecimento global. A diferença que percebi durante a minha participação na COP26, é que as manifestações das lideranças globais demonstraram um evidente senso de urgência. As consequências de decisões erradas não virão em 40, 50 ou 60 anos, elas são imediatas. A nossa geração já pode viver o resultado desse impacto se não fizermos nada agora.

Nas últimas três décadas, o setor de biocombustíveis no Brasil cresceu e se consolidou, tornando-se um patrimônio nacional. Toda essa história, em especial o crescimento do mercado de biodiesel, não é obra de um governo, pois sempre foi considerado como uma Política de Estado.

O Brasil buscou melhorar sua imagem e deu um recado importante revertendo algumas percepções. O anúncio do ministro brasileiro do Meio Ambiente, Joaquim Leite, de que o país vai ampliar sua meta de redução de emissões de gases de efeito estufa (GEEs) foi um bom sinal.

Ela indica que para cumprir esse objetivo, o governo federal precisa focar na economia verde com fortalecimento do consumo de biocombustíveis e da Política Nacional de Biocombustíveis (RenovaBio), que estabelece em lei a progressão da mistura até 15% (B15) em 2023 – uma referência mundial em descarbonização nos transportes.

O ministro fez questão de destacar, entre as vantagens competitivas do país nas questões ambientais, o fato do Brasil ter o maior programa operacional em larga escala de biocombustíveis do mundo, uma matriz energética altamente limpa.


Alguns países categorizam os biocombustíveis como uma energia de transição, mas o setor tem um papel muito maior do que isso. O produto está pronto para cumprir sua missão com baixo custo de investimento e sem a necessidade de mudar o motor – uma solução ideal para os grandes centros urbanos.

Também senti uma força muito grande do setor empresarial brasileiro na COP26. Ao circular e conversar com vários empresários e representantes setoriais, ficou evidente que nós estamos mostrando soluções sustentáveis e avançadas em termos de tecnologia para contribuir com o processo de descarbonização global. E estamos compromissados com o desenvolvimento sustentável, com o crescimento da economia e com a geração de emprego verde.

Sou um otimista por natureza e saio desta COP26 empolgado, mas não iludido.

O biodiesel é sinônimo de mobilidade sustentável de futuro e o produto é uma resposta imediata ao processo de descarbonização. Somos vanguarda e temos o melhor biodiesel do mundo, fabricado com tecnologia de ponta.

Nosso país tem condições de aproveitar o seu enorme potencial de ampliar a geração de energia a partir da biomassa, incluindo aumentar a produção de biocombustíveis em conjunto com a produção de alimentos.

Aqui no Brasil, precisamos avançar assegurando a expansão do percentual de biodiesel e o cumprimento das metas de descarbonização, conforme estabelecido em lei.

Nosso caminho deve ser o do respeito às leis que definem o cronograma de misturas, oferecer segurança jurídica e progredir em direção a  uma matriz energética mais limpa com investimentos consistentes. Só a previsibilidade criará as condições de crescimento e de competitividade para o biodiesel como uma fonte limpa e segura de energia.

Novos passos estão sendo dados no país como, por exemplo, o avanço na Câmara dos Deputados do Projeto de Lei 1873/21. O texto cria o Programa Nacional dos Combustíveis Avançados Renováveis, que são os biocombustíveis de segunda onda como o diesel renovável HVO (sigla em inglês para Hydrotreated Vegetable Oil) e o SPK ou SAF (Synthetic Paraffinic Kerosine – que pode ser utilizado misturado ao querosene de aviação).

O HVO é de “entrega imediata” e vai “100% direto para o tanque” em motores diesel de qualquer geração sem necessidade de adaptações. O SPK ou SAF já foi aprovado para ser utilizado em aeronaves de grande porte.

Nosso grupo empresarial está explorando o potencial dos biocombustíveis da segunda onda por meio do nosso projeto Omega Green, um investimento de 1 bilhão de dólares em uma biorrefinaria de biocombustíveis avançados no Paraguai, com início de operação previsto para 2025.

O orgulho que tive ao ver a recepção internacional para o nosso modelo durante a COP26 me estimula cada vez mais em apostar no avanço dos nossos biocombustíveis. Trata-se de um caminho sem volta.

(*) Erasmo Carlos Battistella, CEO do ECB Group.

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