As condições do setor industrial brasileiro continuaram a melhorar em maio, com os resultados mais recentes mostrando um crescimento mais acentuado dos índices de novos pedidos e de produção, assim como uma nova expansão na atividade de compras, segundo dados do Instituto Markit Economics. A confiança nos negócios se manteve claramente positiva, colaborando para o aumento da criação de empregos em todo o setor. Ao mesmo tempo, a volatilidade dos preços de energia, a escassez global de insumos, o lockdown da China e a guerra na Ucrânia levaram a aumentos substanciais nos preços de insumos e custos de produção.
Com um aumento de 51,8 em abril para 54,2 em maio, o Índice Gerente de ComprasTM sazonalmente ajustado do setor industrial da S&P Global para o Brasil (PMI®) apontou a melhoria mais acentuada das condições operacionais desde setembro passado. O índice geral foi alavancado por todos os seus subcomponentes, em particular pelos índices de novos pedidos, de produção e de emprego. Entre relatos de melhoria das condições de demanda e lançamentos de novos produtos, o número de pedidos a fábricas aumentou pelo terceiro mês consecutivo em maio.
Além disso, a taxa de expansão foi sólida e a mais acelerada desde julho de 2021. Com a aceleração do ritmo de crescimento das vendas, os fabricantes aumentaram a produção novamente em maio. A última expansão da produção foi considerável e a mais acentuada em dez meses. Melhorias contínuas nas vendas, maiores requisitos de produção e esforços de estocagem sustentaram uma nova expansão na compra de insumos entre os fabricantes brasileiros.
A taxa de crescimento foi sólida e a mais acelerada em oito meses. Os fabricantes de produtos continuaram a relatar dificuldades de recebimento de remessas de insumos em maio, com atrasos atribuídos ao lockdown na China, à guerra na Ucrânia e à escassez global de matérias-primas. Além disso, houve uma piora considerável no desempenho dos fornecedores em comparação com o mês de abril.
A falta de equilíbrio entre a oferta e a demanda de insumos, a volatilidade dos preços de energia, o lockdown da China e a guerra entre a Rússia e a Ucrânia levaram a uma intensificação das pressões sobre os custos. O índice de preços de insumos registrou um aumento acentuado e acelerado, muito acima da sua média de longo prazo. Posteriormente, para proteger as margens, os fabricantes aumentaram seus próprios preços de venda em maio. A taxa geral de inflação foi acentuada, mais acelerada do que em abril e muito superior à sua média de longo prazo. Em relação ao futuro, os fabricantes estavam extremamente confiantes em um aumento da produção ao longo dos próximos 12 meses.
Algumas empresas esperam uma evolução positiva nas vendas e maiores investimentos, enquanto várias outras manifestaram intenções de lançar novos produtos e expandir capacidades. Projeções de crescimento otimistas alavancaram a criação de empregos em maio. O índice de emprego aumentou a um ritmo sólido, o mais acelerado em sete meses. Os fabricantes de produtos fizeram novos avanços nos seus pedidos em atraso em maio, estendendo a sequência atual de redução para um ano.
Apesar de modesta no geral, a taxa de contração de negócios pendentes foi mais acelerada que aquela observada em abril. Após uma queda no mês anterior, o índice de estoque de insumos aumentou na metade do segundo trimestre. As empresas que sinalizaram um acúmulo de estoques mencionaram esforços para evitar faltas de estoque e previsões de crescimento das vendas. Embora moderado, o ritmo de expansão foi o mais acelerado de 2022 até o momento. Por fim, os resultados mais recentes mostraram outra redução nos pedidos internacionais efetuados a fabricantes brasileiros. A queda foi moderada, porém a terceira em meses consecutivos. Houve referências específicas à demanda reduzida de clientes na América do Sul.
