Praticamente no fim da temporada de resultados trimestrais, duas empresas se destacam nas recomendações para março. E como o Acionista já publicou, o mês deverá seguir nas mesmas narrativas do mercado global e no Brasil, as perspectivas estão bem otimistas para a economia em 2024.
CCR (CCRO3) nas carteiras da Mirae Asset e BB Investimentos
O 4T23 da CCR ficou dentro das expectativas e dentro do desempenho esperado em termos de Ebitda ajustado, ficando R$ 1,917 bilhão, 20,1% a/a. A receita líquida pró-forma foi de R$ 4,477 bilhões; 17,5% acima do consenso da Bloomberg. Por fim, o lucro líquido ajustado foi de R$ 393,9 milhões, +184,6% a/a, acima das projeções (+58,1%).
Segundo os analistas da Mirae, esses resultados foram positivos e destacam que a CCR está empenhada em continuar explorando oportunidades de alocação de capital que ofereçam retornos atrativos. Eles ressaltam ainda uma abordagem mais conservadora em relação ao capital, “uma busca pela redução de custos e um balanço mais leve, caracterizada por uma menor alavancagem financeira”.
Desta forma, essa postura alinha-se com uma perspectiva fundamentalista da empresa, dizem os analistas, pois ela possui experiência sólida na operação de concessões de rodovias pedagiadas no Brasil, bem como em outras áreas, como aeroportos e mobilidade urbana. “Reforçamos a recomendação de compra para essas ações, baseado em seus bons fundamentos, além do seu múltiplos EV/EBITDA atraente de 3,6x para 2024 (média de 5,0x no setor)”.
Recomendações de ações
As ações CCRO3 acumulam valorização de 21% em 12 meses, com o mercado acompanhando a melhora dos resultados da companhia desde o primeiro trimestre de 2023. Segundo o BB Investimentos, com foco em rentabilidade, maior seletividade em investimentos e bom controle de custos e alavancagem; além da tendência positiva observada no tráfego das rodovias com pedágios pela concessionária. Além disso, as expectativas com relação a novos leilões também ajudam a impulsionar os papéis.
Com esse contexto, os analistas do BB estão otimistas com a CCR para os próximos trimestres, esperando seletividade nos novos investimentos, porém sem perder o apetite à competição, e custos e alavancagem sob controle. “Até que incorporemos os resultados do 4T23 em nosso modelo, mantemos o preço-alvo de CCRO3 em R$ 20,6 para o final de 2024 e reiteramos recomendação de compra.”
Outros números da CCR:
Dívida Líquida: R$ 23,3 bilhões, com Dívida Líquida/EBITDA ajustado de 3,0x.
Capex de R$ 33 bilhões em 2024, historicamente executados a uma taxa de cerca de 75%, buscando redução adicional na dívida líquida.
Investimentos: foco atual nos aeroportos; R$ 1 bi para reduzir riscos e otimizar receitas.
A majestosa WEG (WEGE3)
Mais uma vez o resultado da catarinense WEG demonstra a solidez, força e credibilidade da empresa. Acima das expectativas, a receita líquida atingiu R$ 8,561 bilhões, ficando em linha com as estimativas da Ativa. A margem bruta cresceu 3,4 p.p. YoY acima do esperado, em 2,9 p.p., ficando em 33,7%. Já a margem Ebitda ficou em 21,4%, o lucro líquido foi impactado por incentivos fiscais, o que fez com que ele se expandisse em 43,1% YoY, atingindo R$ 1,745 bilhões.
Entretanto, segundo os analistas da Ativa, a recomendação é “neutra” porque mesmo apresentando bons números, superando estimativas, com surpresas positivas em sua rentabilidade, seu valuation ainda segue esticado.
Já para os analistas do BB Investimentos a recomendação é de “compra”. Para eles, a WEG passa por um momento de acomodação de expectativas por parte do mercado, especialmente para o curto prazo, com esperada desaceleração de crescimento em relação aos últimos anos, que foram, de fato, excepcionais para a companhia.
“Entretanto, apesar de compartilharmos a uma visão prospectiva de curto prazo mais modesta, acreditamos que a tese de investimento em WEG permanece sólida para o longo prazo, sustentada por suas vantagens competitivas, capacidade operacional e bom posicionamento para captura de futuras (e presentes) oportunidades no ambiente global de eficiência/transição energética e sustentabilidade, que, em nossa leitura, devem permear de forma progressivamente mais intensa o setor de bens de capital nos próximos anos.”
Destaques
Houve crescimento de margens em todas as linhas, devido principalmente à acomodação de custos com matéria-prima, especialmente aço e cobre; ao melhor mix de produtos vendidos; e aos incentivos fiscais referentes à constituição de uma nova controlada na Suíça (não obstante, houve crescimento de margem líquida ainda que desconsiderado tal incentivo).
Crescimento de ROIC e geração robusta de caixa.
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