O dia foi marcado por dois eventos principais. O maior deles foi a expectativa e assinatura do tão esperado acordo de comércio bilateral entre os EUA e a China, e depois por dados de conjuntura no mercado local, as vendas no varejo do mês de novembro.

O acordo de comércio em sua primeira fase foi finalmente assinado entre o presidente Trump e o vice-primeiro-ministro da China Liu He numa cerimônia rápida. O presidente Trump argumentou que foi dado grande passo numa relação equilibrada e que tinha obtido progresso em áreas fundamentais sobre propriedade intelectual, transferência de tecnologia e câmbio, como um tremendo benefício para os signatários. Já os chineses, disseram que o acordo mostrou a capacidade de superar diferenças e esperam tratamento justo para as empresas chinesas, numa economia mais aberta.

A China se comprometeu a comprar US$ 200 bilhões em dois anos, sendo US$ 12,5 bilhões em 2020 em produtos agrícolas, US$ 32,9 bilhões em produtos industrializados e US$ 12,8 bilhões em serviços. Nos anos seguintes, os valores seriam ampliados. Trump disse que a China investirá na indústria americana US$ 75 bilhões e US$ 50 bilhões no segmento de energia. Também falou que retirar tarifas já existentes será somente quando tiverem feito os acordos da segunda fase, o que deve ficar para depois das eleições.

Os mercados não reagiram muito à assinatura, e na nossa interpretação ocorreu isso por conta de situações cruciais terem ficado para a próxima fase, os itens ligados à hegemonia tecnológica e propriedade intelectual. Caso o acordo não seja cumprido, podem voltar com tarifações e retaliações. Mas os chineses indicaram estrito cumprimento. Agricultores dos EUA relatam compras de soja de 126.000 toneladas pela China.

Ainda nos EUA, foi divulgado que a Casa Branca considera novos cortes de impostos ainda nesse ano eleitoral, mesmo considerando o crescimento do déficit orçamentário em 2019 de US$ 1,0 trilhão, o maior desde 2012. Tivemos ainda a inflação pelo PPI (atacado) de 0,1% em dezembro e o índice de atividade industrial de NY subindo para 4,8 pontos em janeiro, vindo de 3,3 pontos no mês anterior.

Falaram também hoje o secretário do Tesouro Mnuchin e Kudlow (negociador com chineses), além de dirigentes regionais do FED. Os dados do Livro Bege vieram dentro do esperado e sem grandes mudanças e a Câmara aprovou resolução de impeachment de Trump que segue para o Senado.

No mercado internacional, o petróleo WTI negociado em NY mostrava queda de 0,57%, com o barril cotado a US$ 57,90, mesmo com o estoque de petróleo em queda na semana anterior e a OPEP ter elevado a expectativa de demanda por óleo em 2020. O euro era transacionado em alta para U$ 1,115 e notes americanos de 10 anos com taxa de juros em queda para 1,788%. O ouro e a prata com altas na Comex e commodities agrícolas com viés de queda na Bolsa de Chicago.

O minério de ferro negociado na China teve queda de 0,61%, com a tonelada fechando em US$ 96,64.

No cenário doméstico, o destaque ficou por conta da divulgação das vendas no varejo em novembro pelo IBGE, mexendo um pouco com a Bovespa, juros e câmbio. As vendas no varejo cresceram 0,6% e alta no ano de 1,7%, menor do que estava sendo previsto por analistas. O varejo ampliado declinou 0,5%, mas no ano mostra expansão de 3,8%. A média móvel trimestral cresceu 0,5% e no ampliado +0,4%. As vendas no varejo ainda estão 3,7% abaixo do pico de outubro de 2014 e o varejo ampliado -7,5%.

O banco central anunciou o fluxo cambial até 10/1 positivo em US$ 1,1 bilhão, exclusivamente por conta do fluxo financeiro de US$ 1,3 bilhão. No mesmo período, houve perda em operações de swap de R$ 1,4 bilhão.

No mercado, dia de DIs com queda de juros e dólar encerrando com valorização de1,30% e cotado a R$ 4,184. Na Bovespa, na sessão de 13/1, os investidores estrangeiros alocaram recursos no valor de R$ 324,5 milhões, mas o saldo líquido do mês está negativo em R$ 4,3 bilhões.

No mercado acionário, dia de alta da Bolsa de Londres de 0,27%, Paris com quedas de 0,14% e Frankfurt com -0,18%. Madri e Milão com quedas de respectivamente 0,24% e 0,69%. No mercado americano, o Dow Jones com +0,31% e Nasdaq com +0,08%. Na Bovespa, dia de queda de1,04% e índice em 116.414 pontos.

Na agenda de amanhã, teremos o IPC-S da segunda quadrissemana de janeiro, o IGP-10 de janeiro e a prévia do PIB pelo IBC-BR de novembro. Nos EUA, teremos as vendas no varejo de dezembro, o índice de atividade de Filadélfia de janeiro e fluxo de investimentos líquidos em títulos; além dos pedidos de auxílio-desemprego. Durante a noite, sairá a bateria de dados da China (inclusive o PIB de 2019), que vão mexer com os mercados na sexta-feira.
Alvaro Bandeira
Economista-chefe do banco digital Modalmais

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