Os resultados da Cosan (CSAN3) se mantiveram dentro das expectativas no 1T24. De acordo com os analistas da Ágora, não houve grandes surpresas nos segmentos que foram reportados, Moove e Radar.

O Ebitda ajustado pró-forma totalizou R$5.171 milhões. Mas o Ebitda ajustado da Moove de R$329 milhões (+19% no trimestre; +21% ano-a-ano). “Um destaque positivo e foi impulsionado pela expansão de margem após melhorias no mix de produtos”, comentam os analistas. E o da Radar ficou em R$136 milhões (de R$1.939 milhões no 4T23), já que a empresa deixou de fazer marcação a mercado (MtoM) de terras no 1T24, enquanto no 4T23 essa marcação foi de R$ 1,8 bilhão, justifica a Ágora.

Ainda sobre números, a geração de caixa da holding ficou negativa em R$172 milhões:

“Foi negativa pois a empresa recebeu R$911 milhões em dividendos, sendo eles: Vale (R$577 milhões), Raízen (R$294 milhões) e Radar (R$40 milhões), mas pagou quase R$ 1,1 bilhão em despesas com juros. No entanto, a dívida líquida da holding caiu ligeiramente para R$22,7 bilhões (de R$22,9 bilhões no 4T23), o que acreditamos ser atribuído principalmente ao resultado positivo de R$ 492 milhões com o fechamento antecipado das estruturas com derivativos ligados à participação na Vale. Além disso, a alavancagem também caiu ligeiramente para 1,7x (de 1,8x no 4T23).” 

Assim, para os analistas da Ágora,  mesmo sem surpresas com os números, eles acreditam que a dívida líquida estável foi um destaque ligeiramente positivo, “já que a holding está conseguindo se autofinanciar com os dividendos recebidos das subsidiárias, o que também é o caso no período dos últimos doze meses, já que a empresa recebeu R$2,67 bilhões em dividendos e pagou R$2,481 bilhões em juros”. 

Moove no radar dos analistas

Para os analistas do Itaú BBA, os números da empresa ficaram 25% abaixo na comparação trimestral, “o que se deu principalmente devido ao efeito positivo de reavaliação do portfólio de terras da Radar no quarto trimestre”. Sobre as subsidiárias do grupo, Raízen, Rumo, Compass e Vale já haviam reportado resultados, com destaque positivo para Rumo. Os números de Moove são considerados fortes pelo time de analistas.

“Mantemos nossa recomendação de “compra” para CSAN3. Em relação à alavancagem, medida pela relação dívida líquida/Ebitda, a companhia encerrou o trimestre com um valor de 2,3 vezes, 0,1 ponto porcentual (pp) abaixo do trimestre anterior. Essa leve redução na alavancagem ocorreu principalmente por causa da maior posição em caixa dos negócios do portfólio.” 

Destaques do 1T, para o Itaú BBA:

  • Compass: Ebitda de R$ 893 milhões e com volume de gás natural de 13,2 MMm³/d, estável na comparação trimestral. O segmento de marketing & serviços, “Edge”, contribuiu com Ebitda de R$ 47,5milhões no trimestre, enquanto o segmento de distribuição de gás teve resultado operacional de R$ 881 milhões no período. Os investimentos totalizaram R$ 445 milhões no trimestre, sendo R$ 107 milhões referentes ao terminal de regaseificação (TRSP), cuja construção foi finalizada em março 2024. 
  • Moove: Ebitda de R$ 329 milhões, 21% acima do trimestre anterior, com volumes 3% menores na comparação trimestral, mas com um mix de produtos melhor. Na comparação anual, o resultado operacional cresceu 19%, com volumes estáveis e melhor mix de produtos vendidos. 

Três fatores importantes nos resultados da Cosan (CSAN3)

Para os analistas da XP Investimentos, os temas mais importantes dos resultados da Cosan (CSAN3) são a estrutura de capital, a alavancagem e os resultados de seus investimentos como uma empresa de gestão de portfólio. 

A dívida líquida corporativa (ex-ações da Vale e ações preferenciais) diminuiu cerca de BRL0.2bn para BRL22.7bn no final do 1T24.

“Essa medida não inclui o valor do investimento da Cosan na Vale, que ficou em BRL12,8 bilhões. Esse valor é parcialmente compensado pelo valor das ações preferenciais da Cosan Nove e da Cosan Dez, que ficou em BRL8,6bn. A dívida líquida consolidada (ex-leases, Vale e ações preferenciais) foi de 49,8 bilhões (-BRL5,8 bilhões t/t) e a alavancagem medida como dívida líquida/EBITDA foi de 2,3x”, destaca a XP.

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