A alta da confiança empresarial e dos consumidores foi motivada por um amplo conjunto de fatores, alguns deles pontuais: percepção de controle sobre a crise sanitária, redução de IPI, liberação de recursos do FGTS e adiantamento do 13° de aposentados e pensionistas, segundo dados da Fundação Getulio Vargas (FGV). A confiança empresarial continua moderadamente baixa mesmo após recuperar, no último bimestre; cerca de 1/3 das perdas ocorridas entre agosto de 2021 e fevereiro de 2022. No caso dos consumidores, apesar da alta mais expressiva no mês, o nível de confiança vem se mantendo muito baixo desde o início da pandemia.

A alta da confiança empresarial se deu pela melhora das percepções sobre a situação corrente e das expectativas em abril. O nível de ambos é ainda inferior aos 100 pontos e ao da confiança no período pré-pandemia. Há ainda bastante cautela diante do quadro de inflação elevada e do quadro monetário mais apertado dela decorrente. A incerteza com relação ao quadro eleitoral também deve atuar como um fator limitativo ao avanço da confiança este ano.

Mais uma vez o destaque foi a confiança dos Serviços, com alta de 4,0 pontos no mês, influenciado principalmente pelos segmentos dos Serviços Prestados às Famílias e Outros Serviços. Ambos, segmentos que exigem demanda presencial. Outro destaque foi a confiança na Indústria, que subiu após oito quedas consecutivas, motivada pela melhora na confiança da categoria de bens intermediários, com destaque para Química e Derivados de Petróleo.

Em abril, houve melhora das avaliações sobre a situação corrente e das expectativas dos consumidores, sob influência de medidas para alívio da situação financeira familiar. Nota-se também que o consumidor continua bastante preocupado com a inflação mas já avalia de forma um pouco mais favorável o mercado de trabalho. Os níveis dos indicadores em geral, no entanto, permanecem muito baixos e ainda retratam um clima de pessimismo.

Em abril, a confiança subiu tanto para consumidores de renda familiar mais baixa quanto para os de renda mais alta. Os índices dos dois grupos alcançaram 72,5 e 83,9 pontos, respectivamente. A melhora da confiança entre os consumidores de baixa renda está atrelada às medidas de alívio financeiro, como a liberação dos recursos do FGTS e do 13° para pensionistas e aposentados. Já entre os consumidores de alta renda, a redução do pessimismo no mercado de trabalho e a valorização do real frente ao dólar podem ter influenciado no resultado. A distância entre as duas faixas extremas de renda vem diminuindo nos últimos meses e é agora de 11,4 pts, a menor desde março de 2021 (11,3 pts).

O Indicador de Incerteza do FGV IBRE caiu 6,4 pontos em abril, para 114,9 pontos. Esta é a primeira vez que o indicador retorna ao patamar pré-pandemia, do início de 2020. O resultado reflete principalmente a sensação de que a pandemia estaria enfim sob controle. Há também uma visão menos pessimista em relação ao impacto potencial de curto prazo do conflito entre Rússia e Ucrânia no país. A coleta de dados para o IIE-Br ocorre entre os dias 26 do mês anterior e 25 do mês corrente.

Em março, o tema principal do Indicador de Incerteza era a guerra entre Rússia e Ucrânia. Nota-se que em abril, a inflação voltou a ser um termo relevante no indicador.

A escassez de matéria prima continua sendo um fator de preocupação para as empresas industriais. No segundo trimestre de 2022 ela é apontada por 24,2% das empresas industriais, proporção próxima à do pior resultado da série, observado em abril de 2021 (25,3%).

O problema tornou-se mais concentrado nos dois últimos trimestres. As empresas de Derivados de Petróleo e Biocombustíveis, Veículos e Automotores, e Vestuário são as que mais reclamam da escassez de matérias primas.

Entre dezembro de 2021 e fevereiro de 2022, houve queda da confiança do Setor de Serviços com o susto da variante Ômicron. De lá para cá, a confiança subiu nos principais segmentos do setor, com destaque para os Serviços Prestados às Famílias e Outros Serviços.

A percepção sobre a situação atual melhorou em todos os grandes setores econômicos pesquisados em abril. É a primeira vez em que todos os setores melhoram juntos desde junho de 2021. O ISA dos consumidores também subiu no mês mas permanece em nível muito baixo.

As expectativas de todos os setores melhoraram, exceto no Comércio. As expectativas dos Consumidores também melhoraram no mês.

Os Barômetros Globais recuaram mais intensamente em abril refletindo choques como o conflito entre Rússia e Ucrânia e o aumento do número de casos de Covid-19 na China. O Barômetro coincidente situa-se agora abaixo do nível médio histórico de 100 pontos, enquanto o afastamento mais expressivo do indicador antecedente sinaliza a perspectiva de uma maior desaceleração do crescimento mundial do que a prevista anteriormente para os próximos meses.

As dificuldades em se obter insumos e/ou matérias-primas por parte da Indústria são um problema desde o final de 2020. Em relação a outubro de 2021, o quesito aplicado em fevereiro de 2022 mostra uma situação relativamente estável, com ligeira melhora em bens de capital e bens intermediários e piora para bens de consumo duráveis e não-duráveis.

Entre a virada de 2021 e 2022 e o início do ano, a economia brasileira precisou conviver com a variante Ômicron; uma variante menos letal e mais parecida com uma gripe, além do surto de Influenza. Em fevereiro, mais de 50% das empresas responderam que a empresa conseguiu operar mas com algumas medidas restritivas e de proteção aos funcionários.

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