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Como está o setor de Petróleo e quais as empresas mais recomendadas?

“O petróleo é nosso!” Não é bem assim. A volatilidade do mercado de commodities é uma característica natural, já falam os analistas. E ela tende a ser mais perigosa quando estes mercados são maiores e mais líquidos, pois neste caso, nos momentos mais tensos, as incertezas e os preços se tornam mais intensos também. 

Conforme o Inter, no setor de Óleo e Gás, “existem muitas forças atuando em diversas direções, com players nas mais distintas posições”. Os receios em relação aos conflitos no Oriente Médio, por exemplo, tem levado o petróleo a máximas recentes de US$ 90 o barril.

Mercados

Israel

Segundo o Inter, Israel não é um grande produtor de petróleo, e por si só não deveria afetar os preços, mas sua proximidade com o Golfo Pérsico acarreta riscos. 

Irã

O país contribui com cerca de 3 milhões de barris/dia. Conforme relatório do Inter, houve um aumento em sua produção recentemente, “devido à amenização dos embargos impostos ao país, visto que a gestão do governo Biden avançou nestas tratativas, incentivando uma maior exploração e, consequentemente, uma maior produção e amenizando parte da volatilidade vivenciada nos últimos anos”.

OPEC+

No período pré-pandemia, o grupo produzia cerca de 30 milhões de barris/dia, tendo retomado este patamar gradativamente nos anos subsequentes. “Mas desde o início de 2023, uma série coordenada de cortes em sua oferta levou a produção a um nível agora pouco inferior a 27 milhões/dia. Com este movimento, os preços têm se mantido em patamares mais elevados, beneficiando os países produtores”, comentam os analistas.

EUA

Desde 2008, com o petróleo xisto, a produção nacional saiu de 5 milhões para mais de 13,1 milhões de barris dia, o que também contribuiu para uma maior estabilidade de preços nos últimos anos.

Brasil

Entre 20% e 25% do diesel consumido no Brasil é importado, como também pouco menos de 10% da gasolina, o que torna o país mais vulnerável às dinâmicas do mercado externo. “Assim, embora sejamos autossuficientes em termos de produção de petróleo bruto, somos ainda dependentes dos derivados. Com isto em mente, a política de precificação da Petrobras é de suma importância, visto que é o player dominante do setor.” 

Preços voltam a subir

Os preços do petróleo voltaram a subir em abril. Isso ocorre porque houve a redução dos estoques de petróleo dos EUA e o aumento nas importações pela China. “Olhando para nossa projeção anual, entendemos que a OPEP+ deve começar a reduzir seus cortes na produção a partir do segundo semestre, o que deverá moderar tal pressão altista”, comentam os analistas do BB Investimentos. 

De acordo com eles, um eventual adiamento no início dos cortes da OPEP+ “pode trazer um cenário de persistência de alta para o 2S24, em especial se persistirem os riscos geopolíticos e a melhora na demanda global”.

Assim, com esse cenário, a  projeção de preços de petróleo do BB foi estabelecida em US$ 82,20 para 2024, US$ 76,80 para 2025 e US$ 77,40 para 2026, com um Brent de longo prazo em US$ 61,17/barril.

 O setor P&G não deve ser impactado com a MP do PIS/Cofins

Para compensar as perdas de arrecadação esperadas com o adiamento da isenção da folha de pagamento e equilibrar o orçamento fiscal do país, o governo federal publicou a Medida Provisória (MP) 1.227/24, limitando o uso de créditos tributários do PIS/Cofins. 

Conforme os analistas do BTG Pactual, que avaliaram os impactos negativos de possíveis limitações para monetização de créditos tributários, consideram que as distribuidoras de combustíveis poderão demorar muito mais para monetizar os relevantes créditos fiscais atualmente em seus balanços, enquanto as empresas petroquímicas e de P&G provavelmente não serão significativamente impactadas.

“Entre as outras empresas em nossa cobertura, incluindo produtores de petróleo e gás e petroquímicas, os maiores créditos fiscais de PIS/Cofins representam menos de 4% do valor de mercado. Portanto, mesmo supondo que esses valores sejam monetizados em um futuro distante, acreditamos que as ações não deverão sofrer significativamente nos próximos dias com a aprovação da MP”, comentam os analistas.

No entanto, os analistas fazem uma ressalva: como a maioria das empresas não divulga a “evolução” da acumulação e monetização de tais créditos, apenas o “instantâneo” da posição atual, “não podemos ter certeza de quanto desses benefícios estão sendo gerados e compensados com frequência. Além disso, muitas das compensações fiscais apresentadas nas demonstrações financeiras não estão discriminadas por tipo de imposto”. 

As mais recomendadas do setor

Petrobras (PETR4)

  • Recomendações: 19 casas recomendam comprar, preço alvo 43,00 (14% de potencial de alta)

A maior empresa brasileira apresentou receita líquida de US$23,8 bilhões (-12,3% t/t e -11,2% a/a) no 1T24. A receita de derivados de petróleo foi de US$14 bilhões (-13% t/t e -13,4% a/a), sendo que o diesel contribuiu com US$7,1 bilhões (-18,5% t/t e -14,8% a/a), com volume de vendas de 691 Mbpd (-7,6% t/t e -3,2% a/a). 

A gasolina apresentou receita de US$3,2 bilhões (-6,5% t/t e -13,2% a/a), com volume vendido de 386 Mbpd (-5,2% t/t e -6,8% a/a).  Sabe-se que a receita foi impactada, principalmente, “pela queda dos preços, pela sazonalidade típica do consumo, pelo maior teor de biodiesel na composição do diesel e pela menor competitividade da gasolina em relação ao etanol hidratado”, destaca o relatório da Toro.

Já no mercado externo, a receita chegou a US$6,7 bilhões (-10,7% t/t e -6,5% a/a), com as exportações correspondendo a US$6,4 bilhões (-11,9% t/t e -5,1% a/a). Essa queda é explicada “pelas menores cotações internacionais na realização das exportações, pelas operações de troca de gasolina no 4T23 e pelas manutenções realizadas ao longo do trimestre”.

O lucro líquido atribuível aos acionistas da empresa foi de US$4,8 bilhões (-41,9% t/t e -34,8% a/a), com margem de 20,3% (-10,3 p.p. t/t e -7,3 p.p. a/a). 

“A queda se deu, principalmente, pelo menor resultado operacional, com menor volume vendido e queda do petróleo, além do resultado financeiro, que foi impactado pelos fatores cambiais e pela ausência de eventos não recorrentes relacionados à Eletrobras, que estiveram presentes no 4T23. Dessa forma, tivemos uma visão neutra para os resultados no 1T24 em decorrência das entregas operacionais, apesar das margens confortáveis, endividamento sob controle e geração de caixa operacional.”

Petrorio (PRIO3)

  • Recomendação Petrorio: 19 casas recomendam comprar, preço alvo 65,80 (54% de potencial de alta)

Para os analistas da Ativa, mesmo com um aumento nos lifting costs (custos de extração são todos os custos operacionais após a fase de exploração e perfuração de poços, quando uma empresa petroleira finalmente entra na fase de produção de petróleo) dado a menor diluição de custos provocada pela queda na produção, a empresa conseguiu entregar um Ebitda e margem Ebitda superior às que eles estimavam. 

“Ademais, seu lucro líquido também veio acima do que tínhamos para este trimestre. Acreditamos que os investidores recepcionarão de forma positiva os primeiros resultados de Prio em 2024”, afirmam os analistas que têm a PRIO como top pick do setor.

Além disso, no 1T24, as menores vendas QoQ foram compensadas pelos maiores preços médios de venda, que fizeram a Prio entregar receitas acima do que projetavam os analistas.

“Enquanto a produção retraiu 11,9% QoQ, os volumes vendidos apresentaram queda de 10,0% QoQ. Tais efeitos, no entanto, foram compensados pelo aumento do Brent e do preço médio de venda, que beneficiado pelo aumento das comercializações na modalidade entrega ao cliente, superou o preço de referência e levou as receitas a superar nossas expectativas”, comentam os analistas.

Alavancagem

A forte geração de caixa permitiu que Prio reduzisse a sua alavancagem de 0,7x no 4T23 para 0,6x neste 1T24. 

“Diante de problemas operacionais, Prio produziu ~88 kboed neste 1T24, o que consideramos um volume abaixo do seu potencial e que esperamos que retorne ao nível de 100 kboed no 2T24. Ainda assim, a empresa conseguiu superar as nossas expectativas e entregou bons números.” 

3R (RRRP3)

  • Recomendação 3R: 16 casas recomendam comprar, preço alvo 52,00 (90% de potencial de alta)

A 3R Petroleum teve um prejuízo líquido de R$ 229,9 milhões no 1º trimestre, revertendo lucro líquido de R$ 16,1 milhões no mesmo período do ano anterior. O Ebitda ajustado totalizou R$ 724,6 milhões, crescimento de 4,7 vezes em relação ao 1T23. A margem Ebitda ajustada atingiu 36,1% entre janeiro e março deste ano, alta de 9 p.p. frente à margem registrada em 1T23. 

A receita líquida foi de R$ 2,007 bilhões, um crescimento de 3,5 vezes na comparação com 2023. O custo de extração (lifting cost), atingiu US$ 18,6 por barril de óleo equivalente (boe), queda anual de 16,7%. 

A 3R gerou R$ 114 milhões em caixa operacional, queda de 81% se comparado ao mesmo período de 2023, refletindo alguns efeitos pontuais. Um deles é o maior estoque no fechamento do trimestre; o fato de o sócio da companhia em Papa-Terra ter deixado de honrar sua parte em compromissos financeiros; e um pagamento realizado pelo abandono de um ativo específico. 

“Vale destacar que a empresa é muito alavancada, mas conseguiu rolar a sua dívida, preparando e lançando bonds de longo prazo, com custo do crédito mais baixo. Esse movimento foi feito com a dívida de 2024, estendendo a mesma para 2031. Agora a intenção é rolar a dívida de 2027. A dívida líquida nesse 1T24 era de R$ 7,792 bilhões, um crescimento de 15,6% na comparação com dezembro de 2023”, explicam os analistas do PagBank.

Fusão de Enauta e 3R

Na ótica financeira a fusão com a Enauta faz mais sentido enquanto na ótica operacional a Petrorecôncavo seria melhor. A relação de troca entre Enauta e 3R foi mantida em 53% para a 3R e 47% da Enauta, enquanto Maha terá participação na 3R Offshore em ações da RRRP3, recebendo 2,17% das ações com direito a voto da NewCo, elevando sua participação total para 4,76%. 

A companhia destaca que as reservas provadas e prováveis são bons catalisadores de crescimento, já que a Petrobras, dado seu novo plano de investimento, cancelou as vendas de seus campos maduros. “Outro ponto levantado pela empresa é a retomada já no início do terceiro trimestre de 2024, da total operação do Polo Papa Terra, podendo chegar a 20 mil barris de produção. Vale destacar, que o Polo Papa Terra teve intervenções e menor produção por conta de ajustes”, afirmam os analistas. 

PetroReconcavo (RECV3)

  • Recomendação PetroReconcavo: 16 casas recomendam comprar, preço alvo 29,40 (54% de potencial de alta)

O trimestre da PetroReconcavo foi marcado pela retomada da produção no ativo Potiguar, resultando em um aumento de produção em relação ao trimestre anterior, mas também uma maior necessidade de reparo de poços. 

Sobre o capex (investimentos em ativos imobilizados), a empresa deixou um tom positivo com um consumo líquido dos seus inventários, “refletindo os resultados de uma revisão do desenho organizacional da área de supply chain e seus respectivos processos. Mantemos nossa recomendação de “compra” para RECV3 em meio a um desconto elevado para a ação”, afirma o relatório do Itaú sobre a empresa.

Os destaques do 1T24

  • Lifting cost – A empresa teve um lifting cost de US$ 13,3 por barril de petróleo equivalente, queda de 7% em relação ao trimestre anterior, refletindo o aumento da produção, mas ainda assim influenciado por custos de reparação de poços acima do normal. “Com a retomada do fluxo e a normalização da produção, espera-se que o lifting cost retome uma trajetória descendente;” 
  • Capex – O capex totalizou R$ 160 milhões durante o trimestre. Do total investido, R$ 163 milhões foram destinados ao desenvolvimento de novas reservas (27% do capex do certificado de reservas 2P para o ano). É importante notar que a PetroReconcavo reportou um consumo líquido de seus estoques no valor de R$ 24 milhões.

Acompanhe todas as recomendações de ações, por aqui.

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Cátia Chagas

Editora e produtora de Conteúdo do Portal Acionista e Clube. Foco em mercado de capitais; empresas e ESG. Atua também em Jornalismo de Produto (certificada pelo Knight Center for Journalism in the Americas). Jornalista graduada PUCRS; Especialização em Comunicação Política pela UNISC; MBA em Comunicação e Marketing para Mídias Sociais na Universidade Estácio de Sá; Especialização em Gestão e Governança Corporativa aplicada a práticas ESG. Com passagem pelos veículos G1RS; GZH e Grupo Sinos.
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Cátia Chagas

Editora e produtora de Conteúdo do Portal Acionista e Clube. Foco em mercado de capitais; empresas e ESG. Atua também em Jornalismo de Produto (certificada pelo Knight Center for Journalism in the Americas). Jornalista graduada PUCRS; Especialização em Comunicação Política pela UNISC; MBA em Comunicação e Marketing para Mídias Sociais na Universidade Estácio de Sá; Especialização em Gestão e Governança Corporativa aplicada a práticas ESG. Com passagem pelos veículos G1RS; GZH e Grupo Sinos.

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