A mais antiga forma de organização empresarial que conhecemos tem nos valores seu maior mérito. Os negócios familiares podem variar de tamanho e de ramo, mas a maioria deles nasceu e cresceu cultivando vínculos de confiança com as partes interessadas. Colaboradores, fornecedores, clientes acabam por estabelecer vínculos duradouros com foco na continuidade do negócio e não apenas em ganhos de curto prazo.

Além dos desafios inerentes a qualquer negócio, as empresas familiares enfrentam questões específicas da sua condição, e, sendo elas bem administradas tornam se resilientes e competitivas.

Muitas empresas familiares começaram com a visão de um indivíduo, mas seus sucessores modernizaram processos e operações ao longo do tempo. O legado dos fundadores quando perpassa múltiplas gerações com aprimoramentos e adequações criam instituições sólidas e competitivas.

As empresas familiares representam 70% do PIB global e geram US$ 70 bilhões em volume de negócios sendo responsáveis por 60% do emprego global segundo relatório da McKinsey. Com toda essa representatividade dá para imaginar o peso da sua contribuição nas economias locais. Impossível desconsiderar o seu importante papel de apoio a educação, saúde, e desenvolvimento de infraestrutura em suas comunidades.

Elas concentram seus investimentos de impactos nas comunidades porque isso faz parte da sua cultura de vínculos de confiança, a começar pelo seu próprio modelo de negócio. Se não houver confiança entre os seus (sócios e parentes), não florescerá o empreendimento. Por isso, não é um despropósito dizer que a maioria das iniciativas de benefício a comunidade, por menor que seja, muito provavelmente recebeu apoio inicial de uma pequena ou grande empresa familiar.

Vemos isso há muito tempo e continua acontecendo a todo momento. Do apoio de pequenos lojistas em festejos da sua comunidade até grandes projetos de restauração ou implementação de equipamentos públicos na área da saúde, lazer, educação ou urbanismo, inclusão e formação de jovens aprendizes ou de pessoas em situação de vulnerabilidade por grandes empresas.

A inovação é outra vertente de impacto das empresas familiares. Seus processos de tomada de decisão são mais flexíveis e rápidos considerando além dos impactos financeiros, também os impactos nos seus familiares, colaboradores e comunidade. Esta visão holística e ampliada pode render bons resultados sustentados no longo prazo.

A pesquisa da McKinsey também apontou que 93% das empresas familiares acreditam possuir uma cultura que confere “propósito” ao seu negócio em virtude dessas características.

Empresas familiares despertam interesse muito grande das consultorias, e estudos e relatórios sobre elas é que não faltam. O relatório da KPMG “Uma estrada bem percorrida: Como as empresas familiares estão percorrendo sua jornada de sustentabilidade” após ouvir aproximadamente 2500 empresas em 70 países concluiu que elas são poderosas agentes de mudança pelas suas práticas de investimentos de impactos e de filantropia.

O Índice de Empresas Familiares da EY e da Universidade de St. Gallen, apontou que 75% das maiores empresas familiares do mundo “medem e reportam o seu progresso em sustentabilidade”.

Já o estudo Campden Wealth de Family Offices mostrou aumento significativo nas alocações de carteira em investimentos sustentáveis ​​– de 20% para 36% entre 2019 e 2020, com previsão de que estes números aumentem para 54% até 2027.

Mas, direcionar o seu capital para negócios e ativos que satisfaçam determinados critérios ambientais e ESG não é algo novo e nem exclusivo das empresas familiares que também tem desafios e resistências como qualquer outra organização.

Por exemplo, as empresas familiares que optam por uma abordagem conservadora com a intenção de preservar o capital para as gerações futuras podem perder as oportunidades de investimento sustentáveis e atravancar a sua transição para modelos de negócios sustentáveis.

Mas naquelas em que os valores e aspirações do legado da família, estiverem inclusos a sustentabilidade como um valor fundamental, a transição seguirá o fluxo natural dos aprimoramentos e adequações. Priorizar os investimentos alinhados aos riscos e oportunidades, incluem visão a longo prazo e vínculos de confiança com as partes interessadas. Um fator de aceleração nessa direção é a percepção crescente de que empresas alinhadas ao ESG podem igualar e até superar as empresas que não têm a mesma determinação em relação aos fluxos de rendimento focados na sustentabilidade.

As empresas familiares podem e devem aproveitar as oportunidades dos desafios globais de sustentabilidade em setores emergentes como tecnologia verde, sistemas alimentares sustentáveis, gestão de água e energia, infraestrutura de cidades para o enfrentamento dos fenômenos climáticos, entre outros tantos desafios do nosso tempo.

São janelas de oportunidades que prometem retornos atrativos para essas demandas que se avistam no horizonte. As empresas familiares com seu histórico de grande experiência e forte cultura de valores, reúne todas as condições para chegar lá e colher seus frutos.  

Fontes:

Sobre BISA Certifica:

Benchmarking Inteligência Sustentável – BISA é resultado do aprimoramento do Programa Benchmarking Brasil que ganhou inteligência para otimizar os recursos técnicos gerenciais de avaliação, certificação e comparabilidade das melhores práticas de sustentabilidade. Com o incremento das novas tecnologias somado a um colegiado de especialistas de vários países, BISA ganha robustez na gestão das boas práticas e passa a fornecer um conjunto de serviços e dados para que as organizações possam conduzir seus negócios em alinhamento com as agendas ESG (Environmental, Social, and Governance) e SDG (Sustainable Development Goals). Saiba mais em www.bisacertifica.com.br