Imagine uma economia que cresce no ritmo certo, nem muito devagar para evitar a recessão, nem rápido demais para não causar inflação. Esse é o conceito de “Goldilocks”, inspirado na história infantil de “Cachinhos Dourados e os Três Ursos”.

Na economia dos EUA, os dados recentes sugerem exatamente isso: inflação sob controle e atividade econômica robusta. Com os juros de 10 anos nos EUA caindo de 4,0% para 3,8%, o cenário se torna favorável para um aumento na tomada de risco, beneficiando principalmente os mercados emergentes como o Brasil.

Investidores estrangeiros voltam para a B3

Por outro lado, aqui no Brasil, o fluxo positivo de R$ 9 bilhões de investidores estrangeiros na B3 em agosto destaca a atratividade da bolsa brasileira. No entanto, o cenário não mudou, seguimos às incertezas fiscais e inflacionárias que pressionam o Banco Central para novas altas na Selic.

Além disso, não podemos deixar de observar resultados corporativos. O segundo trimestre (2T24) impulsionou o mercado, com fortes ganhos especialmente de empresas focadas na economia doméstica. Essa movimentação indica uma confiança crescente na resiliência econômica do Brasil, que se beneficiou do ambiente externo positivo.

Conforme tenho observado entre diversos relatórios, parece consenso entre os analistas de que a situação financeira das empresas da Bolsa estão muito melhores. Aumentando a confiança de que o futuro pode reservar bons desempenhos (em meio às turbulências já conhecidas, claro).

Com ou sem “Goldilocks” invista de forma estratégica

Com Ibovespa atingindo novos recordes se torna prudente ajustar as posições das carteiras, mas sem perder o foco para o futuro. Talvez agora seja o momento ideal para fortalecer a segurança do portfólio, renovando o caixa para futuras oportunidades. Ou seja, aproveitando os rendimentos da renda fixa (como no Tesouro Direto) e selecionando algumas ações que ainda estão descontadas.

Portanto, manter o foco em empresas sólidas com boa rentabilidade se torna essencial para manter o desempenho da carteira nos trilhos. Mesmo com a expectativa de um aumento na Selic, um ciclo de alta moderado não deve impactar drasticamente os lucros das empresas.

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