Um desafio comum as organizações é a captação e retenção de talentos em áreas essenciais, em especial em temas emergentes como ESG nas empresas. Um dos principais desafios ESG é a sua natureza multidisciplinar, o que exige profissionais com conhecimento e experiência em várias camadas da sustentabilidade. E quando se trata de funções ESG, existem diferentes maneiras pelas quais as habilidades são integradas dentro de uma organização.
Os dados e análises ESG são complexos, e precisam de pessoas preparadas e atualizadas sobre o desenvolvimento e evolução desse processo. A empresas que não forem capazes de desenvolver e reter talentos nessa área se tornarão vulneráveis e sujeitas a riscos significativos.
Segundo especialistas da CFA (1) há uma lacuna de 60% entre a demanda por aprendizado e a oferta de talentos em ESG. O que só aumenta as dificuldades para construção de uma força de trabalho treinada e motivada para o desafio ESG que a cada dia ganha mais protagonismo no cenário empresarial global.
Um exemplo deste processo são as conclusões de um relatório do Royal Bank of Canada de 2022, que aponta o que ocorre à medida que o Canadá se move para uma economia de carbono zero. De acordo com esse relatório, em 10 anos serão 3,1 milhões de empregos canadenses afetados, quando o mercado muda, a força de trabalho se adapta. Com isso teremos em torno de 400.000 novos empregos em setores onde as habilidades verdes são críticas.
E aí entra a Geração Z, os nascidos entre 1997 e 2012 com suas convicções socioambientais, e a valorização do propósito nos negócios. Carregam um diferenciado prisma de visão que ajudará na construção de habilidades e conhecimentos em ESG.
Em 2021, o CFA divulgou o resultado de uma pesquisa sobre as perspectivas de carreira que fez com mais de 15.000 estudantes universitários em curso e recém-formados com idades entre 18 e 25 anos em 15 diferentes mercados.
Chama atenção que 87% dos entrevistados (quase 9 em cada 10 entrevistados) afirmam que trabalhar em uma indústria que tenha uma contribuição social e ambiental positiva será parte importante de sua escolha de carreira. Nessa mesma pesquisa, 8% dos entrevistados consideraram que uma carreira em gestão de investimentos daria a eles a oportunidade de causar um impacto ambiental e social positivo no mundo. São fatos que abrem uma janela de oportunidades para as organizações na captação e retenção de jovens talentos com o argumento da notável tendência global ESG.
Em outras palavras, o desempenho em sustentabilidade de uma empresa afetará seus esforços de recrutamento e retenção por todos os talentos, e não apenas pelos talentos em sustentabilidade
Voltando as carreiras atreladas a sustentabilidade e juntando o útil ao agradável podemos concluir que: Se a Geração Z quer uma integração de valores pessoais com contribuição profissional, e a empresa oferece a oportunidade de uma carreira ESG teremos um “Match perfeito”. Bom para empresa, e bom para o profissional que atuará numa área que continuará a orientar as decisões de investimentos e decisões críticas nas próximas décadas.
Trabalhar com sustentabilidade será gratificante para a Geração Z, à medida que suas carreiras se tornam influenciadoras do futuro. Será muito atraente ao jovem imaginar que passará o seu dia criando soluções para os maiores desafios do mundo: reduzir o impacto ambiental de uma empresa, melhorar a inclusão social, desenvolver produtos e serviços mais sustentáveis, e garantir que uma empresa esteja rastreando, medindo, monitorando, e compartilhando seus aprendizados e progressos ESG
Mas para ser considerado um talento em sustentabilidade é preciso ter habilidades que vão muito além do domínio técnico que é requisito básico. É preciso ter inteligência emocional (2) de alta performance. Poder de articulação e persuasão, habilidades de negociação e construção de relacionamentos, além de tenacidade para trabalhar com níveis extraordinários de ambiguidades serão competências obrigatórias.
A sustentabilidade é uma oportunidade que se opera em cenário dinâmico e plural exigindo constante atualização e cooperação. E nesse ponto, a Geração Z e os negócios com propósito poderão se beneficiar mutuamente se trabalharem em conjunto nessa jornada.
1 Chartered Financial Analyst – CFA Institute é uma associação global de profissionais de investimentos. A organização é uma defensora do comportamento ético nos mercados de investimento e uma fonte respeitada de conhecimento na comunidade financeira global. Saiba mais em: www.cfainstitute.org
2 Inteligência Emocional segundo Daniel Goleman autor do livro “Inteligência emocional — a teoria revolucionária que redefine o que é ser inteligente”: é a habilidade de reconhecer os próprios sentimentos e os das outras pessoas. O autor coloca a inteligência emocional (ou o coeficiente emocional — QE) acima do coeficiente de inteligência (QI). Explicando que o QI representa apenas 20% das aptidões necessárias para que um indivíduo se torne bem-sucedido. Os outros 80% deve-se ao QE.
Fontes:
Sobre BISA Certifica:
Benchmarking Inteligência Sustentável – BISA é resultado do aprimoramento do Programa Benchmarking Brasil que ganhou inteligência para otimizar os recursos técnicos gerenciais de avaliação, certificação e comparabilidade das melhores práticas de sustentabilidade. Com o incremento das novas tecnologias somado a um colegiado de especialistas de vários países, BISA ganha robustez na gestão das boas práticas e passa a fornecer um conjunto de serviços e dados para que as organizações possam conduzir seus negócios em alinhamento com as agendas ESG (Environmental, Social, and Governance) e SDG (Sustainable Development Goals). Saiba mais em www.bisacertifica.com.br