Na última semana a aérea Gol (GOLL4) foi protagonista e causou muita preocupação no mercado financeiro, no governo e nos consumidores. Na quinta (25), a empresa entrou com pedido de recuperação judicial nos Estados Unidos, o chamado Chapter 11, aprovado nesta segunda (29) pelo Tribunal de Falências do Distrito Sul de Nova York dos EUA. Isso garante que a GOL continuará operando normalmente durante o processo, disse a empresa em novo comunicado. O objetivo é reestruturar sua dívida (cerca de R$ 20 bilhões) e manter os serviços. A empresa busca 950 milhões de dólares em financiamento.
Entretanto, tudo indica e é quase consenso, que o cenário para empresa é positivo, como ocorreu com outras do setor, que conseguiram sobreviver a situações semelhantes. Em tempo, a Gol sempre se destacou pela governança, principalmente no gerenciamento de crises.
Governança
No mesmo dia (25) a Gol comunicou a criação do Comitê Especial Independente. Este comitê é composto por três membros: Marcela de Paiva Bonfim Teixeira, Timothy Robert Coleman e Paul Stewart Aronzon, todos conselheiros independentes da companhia.
Comunicado
“O Comitê atuará como um órgão consultivo do Conselho de Administração, com poderes e autoridade para avaliar, revisar, planejar, supervisionar negociações e apresentar recomendações ao Conselho de Administração sobre quaisquer assuntos decorrentes ou relacionados aos procedimentos do Chapter 11 iniciados pela Companhia”, diz.
ICO2
No dia anterior ao anúncio do Chapter 11, na quarta (24), a Gol celebrava ter conquistado o Índice Carbono Eficiente da B3 (ICO2 B3). A adesão das companhias ao ICO2 demonstra o comprometimento com a transparência de suas emissões. Também antecipa a visão de como estão se preparando para uma economia de baixo carbono.
Consumidores: isso afeta os voos da Gol?
Especialistas na área de Recuperação Judicial, entretanto, adiantam que o momento não é para pânico. “Em princípio, não há motivos para alardes. A recuperação judicial, ainda mais no Estados Unidos, é um procedimento bastante comum e diversas outras empresas já passaram por isso, sem grandes impactos em suas operações. Não me parece que o simples fato de a empresa requerer esse procedimento deva causar preocupações aos consumidores brasileiros”, explica Giulia Panhóca, do escritório Ambiel Advogados e especialista em Direito Empresarial.
Fernando Canutto, especialista da Godke Advogados, endossa que se o consumidor já tiver passagens compradas com a Gol, o risco de ficar sem voo é baixo. “Quanto a um cancelamento de voo, não posso dizer que é impossível, mas é altamente improvável que haja impacto imediato. A maioria das companhias aéreas continua a honrar as reservas durante o processo de reestruturação”, destacou.
(Fontes: Gol/Exame/G1/B3/Fernando Canutto-GodkeAdvogados/Giulia Panhóca -Ambiel Advogados)