O Itaú BBA atualizou suas estimativas para a Camil (CAML3). Os analistas mantêm visão positiva de longo prazo sobre a empresa, negociada a uma razão de 6 vezes o preço sobre lucro em 2025, assumindo uma rentabilidade (margem Ebitda normalizada) conservadora de 9%.
“Elevamos o preço-alvo de CAML3 para R$12 ao fim de 2024, mantendo nossa recomendação de compra. Nossas estimativas incluem os resultados do exercício 2023, preços mais elevados do arroz sustentados acima do nível de R$ 100/saca devido à dinâmica restrita da oferta e os demais negócios da companhia ganhando tração lentamente à medida que a empresa entrega sua execução comercial em diversas frentes.”
Dados agrícolas da Camil (CAML3)
Arroz
Após um aumento significativo de preços no segundo semestre no ano passado, os preços do arroz ultrapassaram o nível de R$ 130/saca em meados de dezembro e retornaram para cerca de R$ 100/saca no início de 2024.
“Apesar da discussão diante da influência das enchentes no Rio Grande do Sul para a produção brasileira de arroz, ainda existem diversas variáveis em jogo que limitam nossa capacidade de fazer declarações definitivas neste momento. Por enquanto, presumimos que os preços do arroz se manterão acima do nível de R$ 100/saca, mas a inclinação para o arroz sugere uma tendência inflacionária nos próximos trimestres”, comentam os analistas.
Açúcar
Espera-se que 2024 seja mais um ano de níveis de lucratividade restritos na divisão. Para o Itaú BBA, “uma maior racionalidade de preços no segmento só deverá se materializar quando o mix de açúcar na indústria diminuir. Embora não sejam claros os sinais desta mudança no curto prazo, sinalizamos que um potencial regresso do La Niña no final de 2024 poderá trazer alguns ventos favoráveis para a Camil a partir de 2025”, afirmam os analistas.
Dessa forma, segundo eles, “uma normalização da rentabilidade no negócio de açúcar poderia potencialmente adicionar um lucro operacional caixa (Ebitda) extra de R$ 100-120 milhões por ano para a Camil, levando a um aumento de aproximadamente 1,0 ponto porcentual (pp) nas margens consolidadas.”
Café, massas e biscoitos
Há projeção que novas melhorias serão desencadeadas pela utilização otimizada da capacidade, segundo o Itaú. “No geral, estimamos que os segmentos de café e biscoitos poderiam garantir outro impacto positivo de aproximadamente 1,20 pp nas margens consolidadas, uma vez normalizadas. Com a maior parte do capex (investimentos) de expansão nesses negócios já concluída, a continuação da expansão da margem no futuro dependerá, em última análise, da execução comercial da Camil.”
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