Quem investe na Ambev (ABEV3) tem percebido que desde dezembro passado as ações estão em queda, nada extraordinário, mas caindo; o atacarejo Assaí (ASAI3) decepcionou no 4T23 e agora, no 1T24, divulgado dia 24,  deu uma melhorada, mas sem surpresas. Entretanto, estas duas gigantes brasileiras, da seleção Best in Class, por atenderem aos principais critérios de ESG da B3, estão, de fato, no radar das recomendações. 

Ora pois, o Acionista explica os motivos: justamente por estarem “frias” na bolsa, é a oportunidade para os investidores, o papel está com preço bom, “em conta” e a tendência, caro leitor, é elas subirem logo ali na frente. Pre-pa-ra, diria aquela cantora pop.

Ambev (ABEV3) não deve ter um 1T empolgante, diz XP

A Ambev divulgará seus resultados trimestrais no próximo dia 8 de maio, quarta-feira, antes da abertura da B3 e da NYSE. Segundo a prévia dos analistas da XP Investimentos, a expectativa é que a maior cervejaria do país não apresente um resultado empolgante para esses três primeiros meses do ano.

“Após os fortes dados da indústria de produção de bebidas (fevereiro ficou 4,5% acima da nossa previsão), projetamos que os volumes de Cerveja Brasil vão aumentar 2,5%, enquanto que o Ebitda ajustado da operação deverá aumentar 24% A/A, beneficiando-se de menores custos. No entanto, os fortes resultados do Brasil não deverão ser suficientes para compensar os fracos resultados de LAS e do Canadá”, comentam os analistas.

Além disso, eles esperam que o Ebitda ajustado consolidado permaneça praticamente estável A/A, enquanto que o lucro por ação (LPA) deverá decrescer perto de 10%, refletindo uma taxa de imposto mais elevada, apesar dos melhores resultados financeiros sequenciais devido a uma menor posição de hedge cambial na Argentina. 

“Na nossa opinião, o mercado estava otimista com os dados da indústria no Brasil, e os resultados não muito animadores devem causar uma reação negativa no preço das ações da Ambev.”

Já para a Genial, a empresa terá um “resultado sólido”. Os analistas projetam um lucro líquido de R$ 3,2 bilhões. O valor, contudo, representa uma queda de 29,2% relação lucro do trimestre anterior (4T23). Na comparação com o mesmo período do ano anterior (1T23), essa queda no lucro líquido seria de 16,1%.

Também espera-se uma ligeira queda de top-line e uma pequena expansão de margens.

“Para a receita líquida, estima-se um resultado de R$ 19,8 bilhões, 0,9% menor que no 4T23 e 3,5% mais enxuto do que no 1T23. Quanto ao Ebitda da Ambev, a casa aponta uma redução de 11,6% em relação ao 4T23, de R$ 6,3 bilhões (-2,0% em relação a 1T23).”

ESG

A empresa adota boas práticas de sustentabilidade, que abordam desde temas ligados à gestão de água até mudanças climáticas. Integra o Pacto Global das Nações Unidas (ONU). Além disso, a Ambev tem metas ESG claras, como, por exemplo, de até 2025, ter 100% da eletricidade adquirida advinda de fontes renováveis e 100% das embalagens de suas bebidas serem provenientes de material reciclado.

Assaí (ASAI3) lucra R$ 93 milhões no 1T24

No último dia 24, a gigante de alimentos do Brasil reportou lucro líquido de R$ 93 milhões no primeiro trimestre de 2024; 19,2% maior que os R$ 78 milhões obtidos no mesmo período de 2023. Entretanto, os resultados do Assaí (ASAI3) desconsideram os impactos da norma contábil internacional IFRS 16, que estabelece novos critérios para contabilização de arrendamentos.

Explicando: quando se considera o impacto da IRFS 16, o lucro líquido do 1T24 cai para R$ 60 milhões. O montante é 16,7% inferior aos R$ 72 milhões de um ano atrás, também calculados seguindo essa norma.

A empresa encerrou o trimestre com receita líquida de R$ 17,2 bilhões, 14,1% maior que o da comparação. Os custos das mercadorias vendidas cresceram um pouco menos (13,6%), para R$ 14,4 bilhões. Assim, o lucro bruto aumentou 16,8%, para R$ 2,8 bilhões.

Bolsa

No day after do anúncio dos resultados, as ações do Assaí operaram entre as maiores quedas do dia no pregão da B3, “com o mercado reagindo ao balanço que demonstrou um lucro líquido de R$ 60 milhões no primeiro trimestre, uma queda de 16,7% em relação ao apresentado um ano antes”, diz publicação do Valor Investe. O papel (ASAI3) fechou em queda de 3,34%, cotado a R$ 13,31.

Alguns analistas destacam que os resultados do Assaí foram sólidos, com rentabilidade robusta e menor queima de caixa. Na visão do Itaú BBA, “as tendências de rentabilidade superaram nossa previsão devido a uma margem bruta mais alta do que o esperado, resultando em uma margem Ebitda [lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização] de 7,1%. A alavancagem permaneceu praticamente inalterada trimestre a trimestre, o que consideramos favorável considerando a sazonalidade”, comentam os analistas.

No horizonte, o Itaú espera que a recuperação da inflação alimentar e o modelo de negócios favorável do Assaí podem sustentar o processo de desalavancagem da companhia, que tem sido um tópico importante de discussão com investidores. Mesmo assim, manteve recomendação de compra para a Assaí, com preço-alvo a R$ 16,60.

ESG

Para efeitos de Governança, é muito importante para a empresa que atende aos índices de sustentabilidade da B3, por exemplo, manter-se idônea, com transparência em cada passo que é dado, em cada decisão que envolva os acionistas, principalmente. Com efeito, é preciso avaliar toda e qualquer alteração, o que vai demandar, os riscos, a quem atinge, de que foram e as consequências. 

Quer saber quais as recomendações para investir na seleção Best in Class? Veja as análises e sugestões conforme diversos analistas no Clube Acionista, por aqui.

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Investir sem um preço-alvo é acreditar apenas na sorte