Embora as pesquisas apontem que empresas com mulheres em cargos de decisão alcançam melhores performances, a realidade no Brasil reflete o sentido oposto.

O Brasil está em 94º lugar dentre 146 nações do Ranking Global Gender Gap Report 2022 (Relatório global de desigualdade de gênero, em tradução livre), e vem piorando sua colocação desde 2020, quando ocupava o 92º lugar.

Mas essa não é uma exclusividade brasileira. Segundo a economista Regina Madalozzo “Os países começaram a se preocupar com isso nos últimos 15 anos, e o progresso é muito lento“. Mesmo assim, o Brasil avança numa velocidade menor que a média mundial.

Segundo relatório da McKinsey, 75% das empresas com mulheres na liderança obtiveram resultados melhores, e empresas com diversidade de gênero em equipes executivas tiveram 25% a mais de probabilidade de lucro acima da média. Segundo a McKinsey, o avanço da igualdade de gênero poderia adicionar US$ 12 trilhões no crescimento mundial.

A diretiva da União Europeia adotada em novembro de 2022 exige que todas as grandes empresas listadas nas bolsas de valores da UE tomem medidas para aumentar a presença de mulheres em cargos de liderança e no nível do conselho até julho de 2026.

Vários estudos, incluindo a Harvard Business Review (HBR), descobriram que as mulheres obtêm pontuações mais altas para a maioria das habilidades de liderança em comparação com seus colegas do sexo masculino.

No Brasil segundo o IBGE, o nível de escolaridade das mulheres é mais elevado que dos homens, mas quando olhamos para os cargos gerenciais das organizações, elas são minoria com 37,4% da participação contra 62,6% dos homens.

Segundo o levantamento “ESG Mulheres na Liderança” (Teva Índices), das 343 empresas analisadas, 38,4% não têm nenhuma mulher no conselho de administração. 56% das empresas não contam com nenhuma mulher na diretoria, e somente 25 mulheres são presidentes do conselho de administração, enquanto homens presidem 93,1% das empresas pesquisadas.

Se as mulheres se preparam mais, são mais resilientes, proativas e orientadas a resultados, não absorver esses talentos em cargos de decisão é um tamanho desperdício e um contrassenso estratégico. Os fundamentos da sustentabilidade representados pelos ODS e potencializados pelos critérios ESG cumpre essa função de incentivo ao ajuste necessário. Mais do que injustiça de gênero, trata-se de enquadramento de gestão, up grade das organizações, e alinhamento ESG.

Repensar os processos de contratação para fornecer oportunidades e capacitar as mulheres com potencial de liderança são maneiras de melhorar a diversidade e a equidade de gênero nas organizações.

Segundo estudos, uma organização que tenha diversidade no conselho e em posições de liderança se servirá de diferentes lentes e prismas de visões. Ampliará seu horizonte com uma variedade de perspectivas, percepções, olhares e iniciativas, o que lhe dará maiores possibilidades de inovação. E os resultados virão na forma de produtos e serviços mais amplos e assertivos, além de uma relação mais empática com os stakeholders, configurando-se numa gestão mais segura e lucrativa a médio e longo prazo. E isso é ESG na prática.

Fontes:

https://www.tevaindices.com.br/esg-data/esg-mulheres-na-lideranca
https://matchit.com.br/como-a-igualdade-de-genero-pode-impulsionar-o-seu-negocio/
https://cndl.org.br/varejosa/a-participacao-feminina-e-a-agenda-esg-nos-negocios/
https://esgclarity.com/female-board-leadership/
https://esgclarity.com/eu-sets-33-quota-for-women-directors-or-face-fines/
https://esgglobal.com/news-centre/esg-celebrates-women-in-leadership/

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