O primeiro trimestre da bolsa de valores já não tinha ido bem, sem empolgação alguma, bem diferente do clima do fim de ano que batia aos 130 mil pontos e os papéis se valorizaram muito. Agora, o quarto mês do ano também não foi animador para quem investe em Fundos de Renda Variável. Abril foi um mês bastante duro. As tradicionais carteiras recomendadas caíram juntamente com o Ibovespa, que despencou 1,7% no período.
O Ibovespa acumulou o terceiro desempenho negativo no ano. Segundo a Quantum Finance, o resultado pode ser atribuído a uma série de fatores globais e locais, ainda com grande influência dos juros nos EUA. “Os dados negativos da inflação americana de março, acima das expectativas do mercado, alimentaram ainda mais as incertezas em torno dos cortes de juros no país.”
Desempenho das ações em abril
O Acionista publica hoje os os dados exclusivos da Quantum sobre fundos de ações que possuem gestão ativa considerando abril e retroativamente seis, 12, 24 e 36 meses. São cinco categorias de fundos no relatório: Ações e dividendos; Ações Livres; Ações Small Caps; Ações Sustentabilidade/Governança e Ações Valor/Crescimento.
Conforme a Quantum, a orientação é saber que a indústria de fundos é dinâmica. Os dados são das quantidades de fundos em funcionamento normal, com o histórico dos períodos indicados, que fique claro. Também é preciso ressaltar que rentabilidade passada não é garantia de rentabilidade futura, o ideal é analisar no mínimo os últimos 12 meses.
Fundos de Dividendos
O número de fundos disponíveis subiu para 58 em abril. O retorno do último mês foi -2,40%; mas positivo nos últimos 12 meses, ficando em 20,48%; enquanto que esse dado em março foi de 28,83%. Nos últimos três anos, o retorno é de 16,70%.
Nesta modalidade, os dividendos pagos pelas empresas da carteira ficam a cargo do gestor. É ele que determina como vai fazer novos investimentos com o valor. Essa prática pode ser avaliada como uma desvantagem para o investidor.
Fundos de Ações Livres
A modalidade subiu para 2041 em abril, havia ficado em 2019 no mês anterior. O retorno no mês foi negativo, fechou em -3,83%. Nos últimos 12 meses o retorno foi de 26,41%. Nos últimos três anos o retorno foi de 7,77%; em março, esse número foi de 20,35%.
Conhecidos como FIAs (Fundos de Ações), esses fundos são modelos em que os gestores investem o patrimônio do fundo majoritariamente em ações. O principal fator de risco é a variação dos preços de ações, admitidas à negociação em mercados organizados, que compõem sua carteira de ativos.
Fundos Small Caps
Os fundos das Small Caps tiveram um retorno negativo em abril, -6,18%%. No último ano o retorno foi de 15,85%.
Neste tipo de fundo, o gestor investe nas empresas de baixa capitalização da Bolsa de Valores, com valor de mercado entre R$ 1 bilhão e R$ 5 bilhões. Ele busca desse fundo empresas que possuem valor intrínseco, mas que ainda não foram reconhecidas pelo mercado.
Fundos de Sustentabilidade/Governança
Depois de um março positivo de 0,65%, em abril, o retorno ficou em -6,74%. Em 12 meses foi de 13,74%. Nos últimos três anos, esse retorno ficou negativo em -10,69%.
Esse grupo de fundos precisa apresentar uma política de investimento 100% sustentável, levando o sufixo “IS”. Conforme a Anbima, “podem ser reconhecidos os fundos que integram aspectos ESG (ambiental, social e de governança, na sigla em inglês) em seu processo de gestão, mas não têm o investimento sustentável como objetivo principal.
Eles não podem usar o sufixo IS, mas têm uma diferenciação dos demais: podem utilizar a frase com o conteúdo “esse fundo integra questões ASG em sua gestão” nos materiais de venda voltados aos investidores”.
Fundos de Ações Valor/Crescimento
Em abril foram 120 fundos, que encerraram o mês com retorno de -4,38%. Em 6 meses teve um retorno de 6,47%. O retorno em três anos ficou em -8,32%.
Segundo a Anbima, neste tipo de fundos, os gestores buscam retorno através de uma estratégia de seleção de empresas entre o “preço justo” estimado (estratégia de valor) e/ou aquelas com a chance de crescer no futuro (estratégia de crescimento).
Todos os retornos em abril foram negativos
O segundo trimestre começou bem ruim para os fundos de ações, não é por acaso que os investidores estão cautelosos e a bolsa tem amargado números baixos. As Ações Livres tiveram um retorno de 26,41% nos últimos 12 meses, os demais ficaram bem abaixo.
Número de fundos disponíveis
Classificação Anbima (fundos) | Fundos no mês | Fundos nos últimos 6 meses | Fundos nos últimos 12 meses | Fundos nos últimos 24 meses | Fundos nos últimos 36 meses |
Ações Dividendos | 58 | 56 | 54 | 52 | 46 |
Ações Livres | 2.041 | 1.971 | 1.853 | 1.646 | 1.362 |
Ações Small Caps | 54 | 54 | 45 | 44 | 40 |
Ações Sustentabilidade/Governança | 6 | 6 | 6 | 6 | 6 |
Ações Valor/Crescimento | 120 | 119 | 119 | 113 | 102 |
Ranking Rentabilidade
Classificação Anbima (fundos) | Retorno no mês | Retorno nos últimos 6 meses | Retorno nos últimos 12 meses | Retorno nos últimos 24 meses | Retorno nos últimos 36 meses |
Ações Small Caps | -6,18% | 0,55% | 15,85% | -2,04% | -11,78% |
Ações Valor/Crescimento | -4,38% | 6,47% | 22,13% | 7,68% | -8,32% |
Ações Livres | -3,83% | 10,31% | 26,41% | 19,68% | 7,77% |
Ações Sustentabilidade/Governança | -6,74% | 3,87% | 13,74% | 6,72% | -10,69% |
Ações Dividendos | -2,40% | 7,30% | 20,48% | 15,91% | 16,70% |
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