Especialistas em finanças sustentáveis afirmam que o primeiro semestre de 2025 não foi um colapso, mas sim um ajuste necessário para enfrentar os impactos da fragmentação contínua na governança global. Os ventos políticos mudam, e os mercados reagem, como sempre aconteceu. O destaque fica por conta de períodos mais ou menos voláteis, e que no momento tem se mostrado extremamente volátil.

Como resultado, tivemos no primeiro semestre de 2025 mudanças regulatórias nos EUA que impactam os investimentos alinhados ao ESG, e até mesmo na UE onde os formuladores de políticas estão reduzindo e ajustando o CSRD, o CSDDD e a Taxonomia. Diante disso, a grande questão é se estamos caminhando para um cenário de divulgações úteis que darão suporte na tomada de decisões ou se estamos apenas caminhando para um cenário com muito menos divulgação?

Este momento de incerteza regulatória deve pressionar os investidores para uma reconexão com a forma sustentável de investir que tem por base: gerenciar riscos, prospectar oportunidades de longo prazo e financiar o futuro desejável. Ou seja, os investidores estão voltando ao básico com foco renovado no que realmente importa para o melhor desempenho.

Os investidores estão fazendo perguntas mais complexas, exigindo evidências em pontos que importam ao desempenho. Capital humano, cadeia de suprimentos, transição energética são temas com impactos mensuráveis e não devem ser apresentados apenas como boas intenções. Frisando que estes temas são destaques na análise ESG.

77% dos investidores institucionais priorizam questões ESG com clara relevância financeira, e 35% disseram ter reduzido o apoio a propostas sem materialidade financeira, segundo pesquisa de Harvard em 2024.

Segundo Lorenzo Saa, Diretor de sustentabilidade da Clarity AI –  uma plataforma de tecnologia de sustentabilidade reconhecida e premiada globalmente, dentre os temas de maior relevância em ESG, o “Clima” continua sendo um tema chave, mas pode mudar: “ não devemos nos surpreender se a Net Zero Asset Management Alliance retornar no último trimestre do ano com uma nova abordagem mais pragmática em relação ao clima”.  Na realidade, 98% do financiamento climático é público, pois o capital privado se concentra em infraestrutura e seguros.

Lourenzo também prevê que “natureza” será o próximo tema chave. De fato, embora quase 70% dos investidores têm uma apólice de seguro ambiental, a ação e o dinheiro ainda não vieram e o investimento na natureza continua raro.

Oceanos e água são os que mais se sobressaem. A maioria ainda enxerga a natureza como risco a ser monitorado e não como uma oportunidade financeira a ser explorada, mas a tendência é que este ponto de vista se reverta em breve.   

Diante do que vivemos no primeiro semestre de 2025, vislumbra se a chance de um segundo semestre livre de excessos, graças aos ajustes que levarão as finanças sustentáveis ao destino para o qual foi concebida, que é a conexão do capital com valores de longo prazo.

Fonte: https://www.esgtoday.com/guest-post-hitting-reset-sustainable-finance-faces-a-defining-second-half-in-2025/

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Benchmarking Inteligência Sustentável – BISA é resultado do aprimoramento do Programa Benchmarking Brasil que ganhou inteligência para otimizar os recursos técnicos gerenciais de avaliação, certificação e comparabilidade das melhores práticas de sustentabilidade. Com o incremento das novas tecnologias somado a um colegiado de especialistas de vários países, BISA ganha robustez na gestão das boas práticas e passa a fornecer um conjunto de serviços e dados para que as organizações possam conduzir seus negócios em alinhamento com as agendas ESG (Environmental, Social, and Governance) e SDG (Sustainable Development Goals). Saiba mais em www.bisacertifica.com.br