Investidores segue no aguardo da recuperação da Bolsa brasileira, esperando ansiosamente um elemento crucial para seu impulso: a questão fiscal interna. Enquanto isso, os indicadores econômicos mostram um desempenho surpreendente em 2024.
Entre janeiro e julho, o varejo cresceu 5,1%, a indústria 3,2% e o setor de serviços 1,8% em comparação ao ano anterior. Além disso, o mercado de trabalho também apresenta sinais de força, com a taxa de desemprego recuando de 6,8% para 6,6% entre julho e agosto, de acordo com o IBGE. Sob o mesmo ponto de vista, a criação de 232,5 mil empregos formais superou as expectativas do mercado.
Por outro lado, apesar dessa maré favorável, o pessimismo tomou conta do cenário financeiro já tem alguns meses. Com a taxa de juros pré subindo para patamares de 13% e títulos do Tesouro IPCA+ alcançando a faixa dos IPCA+6,82%.
Fatores internos agravantes postergam a recuperação da Bolsa brasileira
O cenário externo não explica esse desânimo. Enquanto nos EUA, a tendência de queda das taxas não afeta a nossa curva de juros, o problema reside no âmbito interno. O Banco Central revelou que o déficit primário do setor público acumulou R$ 256 bilhões nos últimos 12 meses, correspondendo a 2,26% do PIB, e a dívida pública atingiu 78,5% do PIB.
Contudo, já notamos alguns gestores e analistas estimarem valores mais altos para essa dívida. Além disso, a falta de transparência em R$ 40 bilhões em despesas e o aumento dos gastos públicos geram incertezas.
Para os investidores, essa expansão fiscal pode neutralizar os ganhos econômicos, resultando em juros mais elevados e um cenário inflacionário desfavorável. A deterioração dos fundamentos fiscais ofusca um panorama externo que, apesar de tensões geopolíticas, continua relativamente favorável, com um potencial de “soft landing” nos EUA e estímulos econômicos na China.
Soluções para investidores esperançosos
Qualquer medida do governo para controlar os gastos públicos pode liberar o potencial de crescimento do mercado de ações. Portanto, se você acredita nesta possibilidade, mantenha uma parte do seu dinheiro em empresas que surfariam este ciclo.
Por outro lado, você pode considerar que ações são empresas e o preço deveria seguir (em algum momento) o lucro delas. Dessa forma, acreditar naquelas com exposição internacional ou em setores menos sensíveis aos eventos atuais se torna uma alternativa interessante.
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