Depois do Green Hushing, (o silêncio das empresas a respeito de suas metas de sustentabilidade), o que vem por aí?
De acordo com a pesquisa “O que pensam os diretores” realizada com membros de conselho das empresas nos Estados Unidos, o papel do CEO vai mudar para fazer frente ao cenário que se projeta em relação as questões sociais e ambientais.
O estudo realizado pelo provedor de educação Corporate Board Member em parceria com o provedor de soluções de GRC Diligent e pela empresa de consultoria FTI Consulting concluiu que:
“Olhando para 2024, a crescente polarização do eleitorado dos EUA, combinada com uma retórica mais intensa e ataques ativistas contra corporações, criou uma corda bamba para CEOs e executivos caminharem, enquanto eles contemplam quando, onde e como devem falar ou agir em questões sociais maiores”
Embora já se esperasse algo neste sentido, a constatação da pesquisa não deixa dúvidas. A Corporate Board Member desde 2002 realiza anualmente pesquisa com diretores de empresas públicas dos EUA para conhecer suas prioridades, desafios, perspectivas e impressões sobre o clima de negócios dos EUA, portanto uma entidade experiente e respeitado no assunto. As principais conclusões da pesquisa apontaram que:
Mais de 80% dos diretores do conselho de empresas acreditam que seus líderes devem manter um comportamento low profile em relação as questões sociais por considerar o momento de grande escrutínio político. Enquanto menos de 20% acreditam que devam encorajar líderes da C-Suite a falar publicamente para reforçar os valores da empresa.
O relatório aponta que está havendo uma mudança contínua no perfil do CEO que está saindo de um momento mais vocal, porque as empresas percebem alto risco em expressar opiniões sobre questões sociais, pois podem perder clientes a depender do tema abordado. São 85% que assim pensam, contra apenas 15% que pensam exatamente o contrário, que o risco maior está em se abster de um posicionamento.
Outro dado relevante da pesquisa, foi o forte apoio dos membros do conselho a políticas de controle das declarações dos executivos. Neste quesito, mais de 60% dos entrevistados dizendo que os executivos devem verificar com o conselho ou a equipe de liderança as questões políticas ou sociais potencialmente polarizadas que devem evitar, e 81% afirmando que suas empresas já implementaram políticas sobre quais os executivos que poderão fazer declarações públicas em nome da empresa.
Diante deste cenário de risco percebido pelos altos níveis de escrutínio nos EUA, a pesquisa apontou que as questões de sustentabilidade estão no fim da lista de prioridades dos diretores para 2025. Apenas 11% afirmaram que desenvolver ou implementar estratégia de sustentabilidade é uma prioridade máxima, e não mais que 2% disseram que priorizarão a sustentabilidade ambiental ou a expertise climática caso lhe seja atribuído a missão de nomear novo diretor para o conselho.
Sobre os resultados da Pesquisa “O que pensam os diretores”, resta pontuar que foram entrevistados 200 diretores de empresas sediadas nos EUA a maior economia do planeta. Portanto uma amostragem, embora dentro de um mercado gigante, não se trata do mercado global.
E para encerrar recorro a terceira lei da física sobre Ação e Reação de Isaac Newton publicada em 1687 onde afirma que para cada ação, há uma reação com a mesma intensidade e no sentido oposto. Esta lei da física se refere a força, e no caso, o ESG tem provado sua força, dado a intensidade das reações que estão vindo na mesma proporção.
Para ler o estudo completo “O que pensam os Diretores” da Corporate Board Member, Clique Aqui
Fontes:
- https://www.esgtoday.com/more-than-80-of-u-s-board-directors-prefer-executives-stay-quiet-on-social-issues-report/
- https://boardmember.com/what-directors-think-2025-report/
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