O início de 2024 trouxe um cenário turbulento para os investidores de fundos imobiliários. Após um dezembro positivo, com recuperação expressiva nas cotas, janeiro começou com forte pressão vendedora. O motivo? A incerteza gerada pelo veto ao Projeto de Lei Complementar 68/2024, que ameaça retirar a isenção fiscal dos FIIs e Fiagros. Mas o debate sobre tributação não é novidade.
Nos últimos anos, o tema voltou à pauta diversas vezes, provocando volatilidade no setor. Caso o veto se mantenha, os fundos imobiliários poderão ser classificados como prestadores de serviços, passando a pagar impostos como o IBS e CBS.
Impacto se acontecer uma tributação nos FIIs
Essa mudança reduziria a receita dos FIIs, afetando diretamente os rendimentos dos investidores. No entanto, há um fator positivo: locações no setor imobiliário teriam uma alíquota reduzida em 70%, o que amenizaria o impacto nos fundos de tijolo, estimado em cerca de 8,5%.
O mercado já precificava parte desse risco, mas os últimos acontecimentos ampliaram a incerteza. Muitos especialistas acreditam que o Congresso derrubará o veto, garantindo a manutenção do atual modelo de isenção. Políticos influentes, como a Frente Parlamentar Agropecuária, defendem que os FIIs desempenham um papel fundamental no financiamento do setor imobiliário e do agronegócio, especialmente diante da restrição do crédito bancário. O próprio ministro Fernando Haddad já admitiu a possibilidade de revisão do texto da reforma.
A outra ameaça
Além da ameaça tributária, outro fator pesou sobre os FIIs: a elevação da Selic. O Banco Central subiu os juros para 13,25%, e o mercado já projeta um ciclo de alta até 15%. Esse movimento pressiona os fundos imobiliários, tornando o CDI mais atrativo e reduzindo o interesse por FIIs, que recuaram 3,1% em janeiro.
Onde encontrar oportunidades?
Para quem investe no setor, a recomendação é manter a calma e aproveitar oportunidades. Os fundos multiestratégia, que sofreram quedas expressivas, oferecem um desconto histórico, enquanto os fundos de crédito, menos impactados, apresentam uma relação risco-retorno interessante.
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