Para os analistas da Genial, comparada a seus pares (BHP, Rio Tinto e Fortescue), a Vale (VALE3) segue como a mineradora mais descontada no mercado global, negociada a um múltiplo EV/EBITDA 25E de 3,1x (vs. 5,0x na média histórica). O FCF Yield 25E de 14,5%, que entrega suporte a um Dividend Yield 25E de ~10%, aliado ao programa de recompra de ações, proporcionam atratividade na abordagem quantitativa.
“Os overhangs que também estavam segurando as ações, como sucessão de CEO e acordo de Mariana (MG), estão sendo eliminados. Por outro lado, a maior dificuldade que enxergamos está no receio dos investidores com relação à demanda estrutural do minério de ferro. Pelo incrível que possa parecer, enxergamos esse medo mais como uma abordagem qualitativa e com menor teor de numerologia, e vamos dizer o porquê”, afirmam os analistas.
Projeções e cenários de Vale (VALE3)
No modelo proprietário, eles usam premissas pessimistas de forma proposital, “a testar qual o grau de viés irracional e o quão excessivo é o desconto das ações, no meio de um cenário macro que sabemos que não é favorável”.
Dessa forma, projetam uma curva do minério 62% e abaixo do consenso, com valor terminal de ~US$75/t em 2028 e flat até 2030 na perpetuidade (vs. US$85-90/t do consenso); prêmios de qualidade sempre mirados nas bandas inferiores do guidance; custos C1/t estourando o limite superior do guidance (e a Vale já provou que consegue atingi-los).
“Olhando para esse cenário, não vemos como nossas premissas já pessimistas poderiam ser subdimensionadas. Pelo contrário, reforçam a ideia que “pegamos pesado” com a Vale (VALE3) em nosso modelo e mesmo assim ele gera upside vs. o atual nível de valuation das ações. Estamos convictos que o mercado penaliza em excesso a companhia. Seguimos com nossa recomendação de compra.”
Recomendações de XP e Ágora
A XP Investimentos também recomenda compra. Segundo seus analistas, contribui para para este posicionamento: importantes overhangs próximos de uma conclusão (sucessão do CEO já concluída, novo acordo da Samarco a ser anunciado, negociações em andamento sobre a renovação das ferrovias), um raciocínio estratégico mais claro compartilhado para o portfólio de metais básicos da empresa, um desempenho aprimorado em custos e orientação de produção próxima da realização (após revisões para cima).
“Acreditamos que a história de valorização da Vale foi recentemente desriscada. Além disso, embora continuemos a ver a perspectiva para os preços do minério de ferro como pouco inspiradora (mesmo à luz das recentes medidas de estímulo anunciadas na China), consideramos que os níveis de avaliação oferecem uma margem de segurança (EV/EBITDA projetado da Vale -23% em relação aos principais players)”, comentam.
Os analistas da Ágora destacam que os números das estimativas de Ebitda do 3T24 estavam enviesados para cima, após os resultados de produção do 3T24 da Vale. “Além disso, acolhemos com satisfação a revisão da orientação de custo do cobre (de US$ 3.300-3.800/tonelada para US$ 2.900-3.300/tonelada) e o acordo de Mariana”. Eles também recomendam compra.
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