A vitória de Donald Trump nas eleições americanas já está impactando não só no mercado dos EUA, mas também as ações brasileiras. A agenda econômica de Trump, com um viés protecionista, inclui cortes de impostos para grandes empresas, apoio ao setor de óleo e gás, bem como tarifas elevadas sobre importações, especialmente para produtos chineses. Essa postura tende a influenciar diretamente setores estratégicos na Bolsa brasileira, criando oportunidades e riscos para os investidores.
Analistas já indicam um cenário promissor para commodities, com Trump intensificando a demanda por matérias-primas em nível global, beneficiando empresas brasileiras. Idean Alves, planejador financeiro e especialista em mercados, prevê que essa nova administração trará maior demanda internacional, especialmente do Brasil. Com um dólar mais valorizado, ações de exportadoras, como aquelas do setor agrícola e de mineração, podem ganhar destaque.
As ações brasileiras para se beneficiar da guerra comercial
Para Carolina Bohnert, especialista em investimentos e sócia da The Hill Capital, o agronegócio surge como um setor potencialmente beneficiado. “Durante a última guerra comercial, a China aumentou sua compra de produtos brasileiros. A SLC Agrícola (SLCE3) e outras do setor agro podem ver uma demanda crescente por grãos”, aponta. Além disso, setores de mineração e siderurgia, como a Gerdau (GGBR4), que tem forte presença nos EUA, podem capitalizar sobre tarifas contra o aço chinês, beneficiando-se de um aumento nos preços do metal.
Por outro lado, algumas empresas podem enfrentar dificuldades. Conforme analistas, a Vale (VALE3), que nesta semana diversas casas rebaixaram suas classificações e preço alvo para o futuro. Com grande exposição ao mercado chinês, fica em uma posição delicada, segundo Felipe Sant’ Anna, da Star Desk. Se Trump aumentar as tarifas sobre o aço chinês, a Vale pode ver uma queda nas exportações, mas também novas oportunidades de venda aos EUA caso o aço chinês torne-se menos competitivo.
O dólar fortalecido no governo Trump também favorece empresas como a Braskem (BRKM5), que se beneficia de receitas em moeda americana. Além disso, os frigoríficos como JBS (JBSS3) e outras do setor que exportam para o mercado dos EUA, podem ver uma valorização de suas ações. Por outro lado, setores focados no mercado doméstico, especialmente o varejo, podem enfrentar pressões com a manutenção de juros altos.
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