A abertura dos juros futuros ao longo da curva trouxe mais volatilidade na renda fixa e nos mercados, gerando dúvidas e incertezas entre os investidores. Mas e agora, onde investir? A diferença entre os contratos de janeiro de 2026 e 2034 caíram, indicando uma curva menos inclinada. Ao mesmo tempo, as taxas de juros reais subiram, com NTN-Bs, títulos atrelados à inflação, estabilizando em torno de 6,30% ao ano.
No setor de crédito privado, os spreads das debêntures indexadas ao CDI diminuíram levemente, com o IDEX-DI fechando em 1,80%, bem como os spreads das debêntures isentas. O volume diário de negociação também aumentou, sinalizando maior atividade no mercado. Debêntures não incentivadas alcançaram R$ 1,486 milhões, enquanto as incentivadas subiram para R$ 734 milhões.
Cenário econômico internacional e impactos no Brasil
O cenário internacional segue influenciando a economia brasileira. Nos Estados Unidos, o PIB do segundo trimestre superou expectativas, mas o núcleo do PCE, indicador favorito do Fed, veio conforme o esperado. O mercado aguarda cortes de juros em setembro, refletindo otimismo moderado. Por outro lado, na China, o crescimento abaixo da meta de 5% levou o banco central a reduzir as taxas de juros, buscando impulsionar a economia.
Domesticamente, o governo divulgou um congelamento de R$ 15 bilhões em despesas, mas ainda não convenceu o mercado. Já o IPCA-15 acima do esperado trouxe novamente à tona a discussão sobre uma possível alta na taxa Selic. A valorização do real acompanhou o movimento das moedas emergentes, encerrando a semana em R$ 5,66 por dólar.
Expectativas para a semana, super quarta no radar
Nos EUA, a decisão de juros do Fed e o relatório de emprego com o Payroll serão os grandes destaques. No Brasil, o Copom deve manter a Selic em 10,50%, mas com um tom mais rígido. Dados importantes como o IGP-M e o Caged, além da produção industrial, também serão divulgados, oferecendo pistas sobre a saúde econômica do país.
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Onde investir diante da volatilidade na renda fixa?
A sugestão envolve preparar para um cenário de juros elevados e inflação persistente. É vital diversificar o portfólio para mitigar riscos. Dessa forma, encurtar a duration (prazo de carregamento) dos títulos parece uma atitude adequada para o momento. Como por exemplo, IPCA+29, fundos com duration abaixo de 4 anos e títulos privados com pagamento de cupom semestral com prazos mais curtos.
Lembre-se também de diversificar o indicadores de rentabilidade. Isto é, optando por CDI+, Préfixados e outros; não apenas aqueles IPCA+. Bem como, sempre conferindo a nota de crédito da companhia e não apenas para a rentabilidade (afinal, o risco de crédito no relativo é proporcional).
Portando, com a inflação ainda pressionando, títulos como NTN-Bs oferecem proteção e retornos atrativos de longo prazo. A cota deverá sofrer no curtíssimo prazo, mas proporcionará bons rendimentos no futuro. No mesmo sentindo, estão as considere as Debêntures Incentivadas, pois a isenção fiscal e potenciais altos rendimentos podem se destacar em um portfólio diversificado.
Boletim Focus (29.07.24): inflação sobe com alta do IPCA pela segunda semana seguida
Revisões dos dados e projeções do Boletim Focos. Divulgada todas as segundas-feiras pelo Banco Central do Brasil contendo resumo das expectativas de mercado a respeito de alguns indicadores da economia brasileira.
IPCA/24: | ALTA de 4,05% para 4,10% |
IPCA/25: | ALTA de 3,90% para 3,96% |
PIB/24: | ALTA de 2,15% para 2,19% |
PIB/25: | ALTA de 1,93% para 1,94% |
CÂMBIO/24: | continua em R$ 5,30 |
CÂMBIO/25: | ALTA de R$ 5,20 para R$ 5,23 |
SELIC/24: | continua em 10,50% |
SELIC/25: | continua em 9,50% |
Rendimentos dos títulos do Tesouro Direto
Alta volatilidade nos rendimentos dos títulos públicos impacta a rentabilidade anual e o preço unitário – se a taxa sobe, o preço cai e vice-versa – .
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Em comparação com a semana anterior as alterações com maior destaque são:
Título | Taxa de 22/07 a 29/07 | Preço de 22/07 a 29/07 |
Prefixado/31 | ALTA de 11,82% para 12,26% hoje | QUEDA de R$ 479,29 para R$ 477,65 |
IPCA+2029 | ALTA de 6,24% para 6,41% hoje | QUEDA de R$ 3.221,02 para 3.203,02 |
IPCA+2045 | ALTA de 6,28% para 6,34% hoje | ALTA de R$ 1.219,82 para 1.208,10 |
Fonte: Tesouro Direto 22/07/2024
O que é a taxa Selic e por que ela é importante?
A Taxa Selic é a principal taxa de juros da economia brasileira, influenciando outras taxas e investimentos. O Ibovespa, principal índice da Bolsa de Valores brasileira, costuma ter relação inversa com o movimento dos juros, ou seja, quando um sobe, o outro tende a cair – e vice-versa.
Basicamente, ocorre porque altas taxas tornam o dinheiro mais caro, prejudicando empresas que dependem de investimentos. Quando a taxa Selic cai, o acesso ao dinheiro (via financiamentos, por exemplo) aumenta, impulsionando investimentos de renda variável e, consequentemente, no valor das ações.
Portanto, acompanhar quais serão os próximos movimentos da Selic se torna importante para o investidor. O Comitê de Política Monetária (Copom) a define a cada 45 dias, considerando indicadores como inflação, dólar, emprego e renda, bem como o impacto na economia do país.
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