De acordo com o relatório da Ágora, a penetração digital da RaiaDrogasil (RADL3) expandiu 3,7 pp em base anual (0,7 pp no trimestre) para 17,3% das vendas totais. “Os SKUs (unidade/código de produto em estoque) no marketplace diminuíram 16% em base anual, para 168 mil de 736 vendedores. Expansão da margem Ebitda foi melhor que o esperado, com menor SG&A (despesas com vendas, gerais e administrativas). O Ebitda ajustado cresceu 21% em base anual (4% acima do esperado), com a margem expandindo 0,4 pp para 7% (0,3 pp acima do esperado).”
Já o lucro líquido decepcionou, pressionado por maior imposto e pior resultado financeiro. O lucro líquido ajustado cresceu 5% em base anual, ficando 6% abaixo do esperado. Apesar do Ebitda acima da projeção, as despesas financeiras (16% acima do esperado) e a alíquota efetiva de imposto (31% vs. estimativa de 26%) tiveram impacto. O aumento da alíquota efetiva é por causa da tributação do benefício fiscal de ICMS.
Em vista disso, a recomendação dos analistas da Ágora é Neutra, “em função do exigente valuation (potencial de valorização de 3%), negociando a 25x o múltiplo P/L para 2025”.
Para os analistas do BB Investimentos, a recomendação é igual. “Consideramos como positivo o crescimento das vendas, amparadas pela excelente execução da estratégia no que diz respeito à expansão orgânica e à capacidade da companhia em crescer as vendas em lojas maduras acima da inflação.”
Mais sobre RaiaDrogasil (RADL3)
As ações RADL3 acumulam queda de quase 14% desde o início deste ano, refletindo, na visão dos analistas, “um momento de rotação dos investidores para papéis mais cíclicos do setor de varejo, na expectativa de melhora dos indicadores macroeconômicos, além da busca por maiores descontos na bolsa”.
A Ativa também é da turma da recomendação neutra, seus analistas ainda enxergam um valuation esticado. “Em termos de vendas, o desempenho das categorias de marca, genéricos e OTC vieram semelhantes, enquanto a perfumaria foi destaque. Além disso, a digitalização segue escalando.”
Já para a Genial, foi um “resultado misto”, com a empresa apresentando uma melhora sequencial em vendas, após um trimestre atípico, “e se beneficiando de uma maior alavancagem operacional, o qual permitiu a consolidação da margem Ebitda acima de nossas expectativas”.
De acordo com os analistas que têm recomendação neutra, o reconhecimento de pagamento de impostos 11,0x superior ao reportado em 2023 “esmagou o lucro líquido da companhia nesse trimestre, consolidado -7,5% abaixo de nossas estimativas e -8,5% inferior ao consenso compilado pela Bloomberg.”
Pontos relevantes
A companhia encerrou o 1T24 com 3.010 farmácias em operação; o guidance de 280-300 novas unidades por ano (2024 e 2025) foi reforçado; a presença da RD atingiu 587 cidades do país (+38 vs. 1T23). Além disso, houve ganho de market share em todas as regiões do país, atingindo uma participação nacional de 16,2%.
Por fim, a companhia realizou uma reclassificação em sua DRE, principalmente relacionada a classificação das taxas de entrega cobradas dos clientes nas vendas digitais como despesas com vendas (antes integradas na receita bruta), além da reclassificação de certas despesas G&A para a linha de despesas com Vendas.