Para além da maior de todas as perdas que são vidas, os fenômenos climáticos extremos impactam economias e negócios. Negar seus impactos é pura dissonância cognitiva.  

Segundo estudo da S&P Global Ratings, mais de 4% do PIB global poderá ser perdido anualmente pelos impactos das alterações climáticas, se o aumento da temperatura exceder os 2°C. A S&P Global ainda destaca que os desastres naturais já provocam impactos econômicos, conforme estatísticas da Swiss Re que registrou crescimento anual de 5% a 7% das perdas seguradas entre 1992 e 2022.

A revista Nature publicou estudo que aponta que os fenômenos climáticos extremos a economia global causarão US$ 38 bilhões de destruição anualmente  até meados do século XXI.  Como consequência, teremos queda de 19% no rendimento médio per capita global nos próximos 25 anos. Os mais afetados serão os países em desenvolvimento. Para os Estados Unidos e Europa o impacto médio nos ganhos será da queda de 11%. Para o Brasil a queda média de ganhos será de 21%.

Segundo esse estudo, o custo da mitigação das futuras emissões de carbono é seis vezes menor (US$ 6 bilhões) do que o dano total (US$ 38 bilhões) causado pela queima de combustíveis fósseis. Os pesquisadores destacam que falhar na adaptação as mudanças climáticas poderá elevar a perdas econômicas globais médias para 60% até 2100. E, se os esforços de mitigação não forem intensificados, até 2030, as catástrofes climáticas serão 40% superior a 2015. Para chegar a essas conclusões, foram analisadas como as alterações climáticas impactaram a economia em mais de 1.600 regiões nos últimos 40 anos em todo o globo

Segundo o autor do estudo, Anders Levermann, embora os danos acontecerão em todo o planeta, os países dos trópicos serão os que mais sofrerão porque já estão mais quentes.

No caso do Brasil, a OCDE cita estudo do Banco Mundial de 2021 no qual as mudanças climáticas custariam 1,3% do PIB. Segundo esse relatório, a queda no nível dos reservatórios hidrelétricos entre 2013 e 2021 ameaçou o fornecimento de energia no país. Ainda com base nesse estudo, a OCDE estimou 0.8% do PIB do Brasil entre 2022 e 2030 para adaptação da infraestrutura as mudanças climáticas.

Risco Climático no radar das empresas

A intensidade dos fenômenos climáticos representa uma ameaça para as empresas, independente de suas localizações. Além dos danos materiais diretos, outros riscos potenciais devem estar no radar das organizações como os danos de reputação, e demandas em litígios. Despreparo frente a essas questões serão interpretados como falhas de diligência. Especialistas apontam 5 pontos que podem afetar os negócios frente aos riscos climáticos:

1. Escassez de recursos e materiais

Para criar melhores práticas climáticas, os líderes procuram processos de economia circular e outras formas de abordar a diminuição da oferta e as práticas mineiras prejudiciais.

2. Interrupções na cadeia de abastecimento

Eventos climáticos podem afetar as instalações da empresa e dos fornecedores dos quais a empresa depende, causando desde problemas logísticos de envio até perda repentina de estoque

3. Riscos de continuidade dos negócios

Os planos de continuidade de negócios normalmente identificam e priorizam os riscos com base em categorias: riscos estratégicos, riscos financeiros e riscos pessoais. Os planos devem incluir também os riscos climáticos.

4. Aumento dos custos de seguro

O risco de aumento das catástrofes naturais como as condições climáticas crónicas, as empresas irão considerar como o aumento dos custos dos seguros e as coberturas mais caras afetarão seus resultados financeiros.

5. Diminuição dos gastos do consumidor

Os consumidores também enfrentarão dificuldades financeiras pelas alterações climáticas, como aumento dos custos dos serviços de saúde, da energia, gás e aquecimento, além de possíveis danos materiais, diminuindo o poder de compra.

Diante deste cenário, é compulsório a empresa incluir o risco climático em seu planejamento afim de evitar perda de receita, e vulnerabilidade do negócio.

Fontes:

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