O principal evento da semana, conhecido como “super quarta”, é nesta quarta-feira,22, com o Federal Reserve (FED) e o Comitê de Política Monetária (COPOM) decidindo sobre as taxas de juros. Enquanto isso, o humor das ruas não é dos melhores, com diversas pautas pressionando as futuras decisões de cada conjuntura.

Enquanto o mercado internacional sofre forte pressão no crédito, o noticiário local destaca especulações sobre o futuro movimento da Selic e a expectativa sobre como virá o arcabouço fiscal. Neste sentido, tudo promete que a semana seja agitada, com muita volatilidade e diversidade de opinião.

No mundo, as autoridades monetárias da Europa e dos EUA estão tentando controlar o problema de crédito através de instrumentos de liquidez. Não devemos afirmar que acontecimentos passados se repetirão no futuro, mas como cita Mark Twain “a história não se repete, mas rima por vezes”. Neste caso, estamos vivenciando algo muito parecido com 2008, contudo, vemos banco centrais tomando decisões muito mais rápidas que antes tentando conter o risco sistêmico.

A super quarta

Há quem diga que toda esta turbulência afetará na decisão do Fed nesta semana. Contudo, cabe lembrar que decisões de juros afetam o sistema como um todo apenas no longo prazo e o contexto de crédito é uma necessidade de curtíssimo prazo; sem esquecer que, conforme os últimos dados econômicos, a inflação e o mercado de trabalho seguem aquecidos.

Portanto, segundo teoria econômica, problemas com crédito se resolvem através de instrumentos de crédito. Por outro lado, a pressão com inflação se resolve com taxas de juros. Mesmo reconhecendo que em algum momento estes pontos se encontram, dificilmente ocorrerá no curtíssimo prazo, mas sim, nas taxas terminais após percebermos os reflexos de cada decisão ao longo dos meses e ciclos.

Em casa

Por aqui, no Brasil, vemos uma grande expectativa para a decisão da Selic. Talvez nem tanto para a decisão em si, pois existe quase um consenso de manutenção dos juros no atual patamar. Mas sim, para o comunicado sobre a próxima decisão que está entre: há espaço para começar trocar o modelo da política monetária e começar a reduzir? Ou vamos seguir em um tom hawkish em busca da meta da inflação?

A opinião ainda parece divida entre os analistas, pois os dados da PNAD divulgados na última semana, mostram que já estamos em um desaquecimento. Por outro lado, os dados de demanda e inflação seguem aquecidos dificultando o corte de juros.

E como ficam os investimentos?

Todo investidor gosta de previsões e toda analista se vê obrigado em atendê-lo mesmo reforçando que o futuro nos reserva surpresas imprevisíveis. Na hora do barulho surgem especialistas até debaixo de uma pedra.

Se você busca um esclarecimento, a minha sugestão é que você observe diversas opiniões e não apenas aquela que você “gosta”, alimentando o famoso viés de disponibilidade, buscando qualquer informação disponível para validar a sua opinião. Por isso, confira no Clube Acionista, em Análises do Mercado, os diversos relatórios sobre o tema de várias instituições e muito especialistas.

Enquanto isso, continuo gostando dos títulos pós-fixados curtos (prazo de até ano) e títulos indexados à inflação, bem como os isentos, para prazos mais longos (acima de 5 anos). Comento mais sobre isso no Clube Acionista em Ideias de Valor, veja por aqui.

Publicidade

CONHEÇA A COBERTURA QUE VAI

AUMENTAR SEU DINHEIRO NOS INVESTIMENTOS

Agendas, Análises, Recomendações, Carteiras e muito mais!