Apesar do aval para participar da Covax Facility, o Brasil está inicialmente incluído na lista de restrição imposta pelos europeus, segundo o embaixador, por dispor de capacidade de fabricação das próprias vacinas e pelo nível de renda superior. Até agora, o Brasil importou doses prontas da Coronavac, feitas na China, e da AstraZeneca/Oxford, produzidas na Índia. Ele, no entanto, afirma que haverá sensibilidade política para atender a apelos do governo brasileiro se houver necessidade.
“Se chegar o momento que o Brasil precise importar alguma dessas vacinas, se tiver necessidade, a União Europeia vai levar em conta a preocupação brasileira e poderia autorizar a exportação”, afirma Ybáñez. “Não é uma decisão contra os países, mas para conseguir que as empresas farmacêuticas cumpram os contratos. O esforço dos contribuintes europeus foi imenso para conseguir essas vacinas. Gastou dinheiro antes de ter o produto, na pesquisa. É uma limitação muito dirigida às empresas.”
A Europa vinha defendendo, em linha com a Organização Mundial da Saúde (OMS), a “distribuição igualitária” das vacinas. No entanto, o bloco sofreu atrasos no contrato com a fabricante AstraZeneca/Oxford, uma das sete com a qual fechou contrato e, por isso, decidiu impor restrições. O prazo dura três meses e poderá ser estendido por mais três.
O embaixador diz que não há uma mudança de discurso político por parte do bloco. “O discurso continua sendo o mesmo. Queremos assegurar que as vacinas vão chegar a todos os europeus, mas também a todo o mundo”, disse Ybáñez.
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.