O presidente recordou que 2020 foi tomado pelo surto e que a economia de todo o globo entrou em recessão profunda. O ano também foi marcado, de acordo com ele, pela coragem das pessoas em todo o mundo. Apesar disso, fez um prognóstico negativo: “A pandemia está longe do fim”.
Xi Jinping comentou que os problemas enfrentados pelo mundo hoje são complexos e novamente criticou ações isolacionistas. “A História está mudando rapidamente. Cada escolha, cada movimento feito hoje moldará o futuro do mundo”, previu. Por isso, segundo ele, a humanidade não pode aprender da “maneira mais dura”. “Não podemos dividir o mundo”, defendeu.
Em seu discurso, prometeu que a China vai trabalhar com todos os países para um mundo mais justo e que a união em relação às vacinas é um esforço que vai contribuir para eliminar o coronavírus no globo. “Não há espaço para discursos contra a globalização”, afirmou.
O presidente também disse que seu país vai continuar a promover o desenvolvimento sustentável e que alcançará metas autoimpostas para diminuição de poluição e também firmadas no Acordo de Paris em 2060 e 2030. “Essas metas são um tremendo trabalho para a China. Temos certeza de que vamos atingi-las”, considerou.
A China vai continuar a desenvolver a ciência, a tecnologia e a inovação, conforme o líder, que falou sobre o crescimento de investimentos robustos nessas áreas. “Este é o único caminho”, disse. Depois do pronunciamento de Xi Jinping, o fundador do Fórum, Klaus Schwab, exaltou a decisão da China de ser parte ativa no combate à covid-19 e também elogiou o viés do presidente voltado para a ciência e a tecnologia. “Só um mundo e só um futuro em comum”, frisou o alemão.
Regras internacionais
Xi Jinping também defendeu a criação de leis mundiais para direcionar o rumo do mundo. “Temos que pensar em regras internacionais em vez de supremacias”, afirmou. “Sem regras e leis internacionais, a consequência será devastadora para a humanidade”, previu.
Para o líder asiático, a melhor forma de enfrentar os problemas atuais do mundo é por meio do aprendizado que só o trabalho em conjunto oferece. Em seu discurso, ele citou algumas vezes as palavras “democracia” e “liberdade” e dezenas de vezes “cooperação”. Também comentou que o mundo precisa ser o mais aberto e inclusivo possível. Dessa forma, segundo o presidente chinês, haverá estabilidade.
Outra expressão que permeou o pronunciamento de Xi Jinping foi multilateralismo. Falhas que por ventura estejam ocorrendo com o atual sistema, de acordo com ele, não podem ser usadas como pretexto para a adoção do unilateralismo. Por isso, defendeu também o diálogo e execrou todos os tipos de guerras, citando até algumas em que seu país está diretamente envolvido: guerra fria, guerra quente, guerra comercial e guerra tecnológica.
O líder disse ainda que a China está mais aberta ao comércio e ao desenvolvimento e que vem defendendo uma maior cooperação Sul-Sul. Esta seria uma forma para que os países em desenvolvimento atinjam mais crescimento, segundo ele. “Temos que nos adaptar às mudanças de cenário no globo”, afirmou, defendendo a existência de oportunidades não apenas para as nações mais ricas, mas também para os países em desenvolvimento.
De acordo com o presidente, entregar as metas de sustentabilidade firmadas no Acordo de Paris é uma forma de os emergentes também se beneficiarem. “O isolamento sempre fracassa”, considerou. Depois da fala de Xi Jinping, o fundador do Fórum, Klaus Schwab, elogiou fortemente o trecho em que o chinês defendeu a criação de leis internacionais.
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