Nos últimos anos, a Via (VVAR3) vem buscando refazer todo o seu negócio, com o objetivo de se posicionar como uma empresa de tecnologia.
Dessa maneira, a companhia surgiu com uma repaginada de seu serviço mais popular: a digitalização do carnê. Sendo assim, seis décadas depois do lançamento do crediário, o mesmo volta ao centro do plano de expansão da companhia.
Com isso, a varejista passa a mirar nos brasileiros desbancarizados. De acordo com a empresa, a digitalização dos carnês é uma oportunidade de fidelizar aqueles que poderão, ao se tornarem clientes, ter um poder de compra maior, podendo parcelar eletrodomésticos, eletroeletrônicos e etc.
Carnê de papel ainda vai existir
O famoso carnê de papel da Casas Bahia, em que o cliente vai até a loja mensalmente para realizar o pagamento das parcelas, continuará existindo. Isso porque a Via percebeu que o acesso aos meios digitais ainda é difícil para muitos.
Dessa forma, a empresa divulgou que aproximadamente 33% das vendas são realizadas com esses crediários. Dessa parcela, metade ainda utiliza os carnês impressos. Antes da pandemia, esse número era ainda maior, chegando a 80%
“Na essência fomos a primeira companhia a conceder crédito. Temos um crediário próprio e isso nos dá a chance de penetrar em uma camada da população em que o cartão de crédito não chega”, afirmou Roberto Fulcherberguer, presidente da Via.
Carnês digitais
Para o crediário, que por definição tem raízes na loja física, a empresa lançou há cerca de um ano a versão digital. Na prática, a companhia faz um empréstimo e dá ao cliente determinado limite para que ele compre algo.
O valor pode ser parcelado em até 24 meses. Portanto, mesmo sem um cartão de crédito, o consumidor pode comprar.
Para a Via, além da experiência com o crediário tradicional, o trunfo se dá devido a constatação que o cliente que compra usando o crediário, físico ou digital, é super fiel. “Mais de 50% daqueles que compram no crediário voltam e muitos antes de terminar de pagar”, conta Fulcherberguer.
“Ex ” Via Varejo
Vale lembrar que a empresa vem passando por várias “repaginadas” com o objetivo de mostrar sua força em outras áreas, o que inclui o crédito. Por isso, a companhia retirou o “Varejo” de seu nome.
Para o presidente da Via, com o crédito dado na área online do cliente, há uma grande chance de que o e-commerce dê um novo salto e chegue a novas camadas da população.
“O e-commerce responde por apenas 10% do mercado e principalmente nos grandes centros onde as pessoas têm um cartão no bolso”, afirma o executivo.
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