💰 De olho na economia
A imprevisibilidade pode matar o crescimento
Depois do sucesso das manifestações do dia 7 de setembro em termos de participação popular, dos duros discursos do Presidente Bolsonaro que levaram o país muito próximo a uma crise institucional entre o Executivo e o Judiciário, da Nota ao povo brasileiro, emitida pelo Presidente com a assessoria do ex-Presidente Michel Temer, a semana acabou com as manifestações pró impeachment do Presidente, com participação relativamente pequena.
Com um nível tão elevado de imprevisibilidade, o resultado foi o aumento da incerteza, que mexeu com o ânimo dos investidores e, portanto, com os mercados financeiros. Ao longo da semana, além de muita volatilidade, houve aumento do prêmio de risco do país, a taxa de câmbio desvalorizou e os preços das ações entraram em trajetória de queda. A questão é que esta elevada incerteza reduz os investimentos em um momento em que o país começa a dar sinais de que está próximo a sair da pandemia, com expectativa de completar o processo de vacinação dos adultos, redução do número de casos e de óbitos. Com isto, será possível reabrir a economia, retomar o setor serviços, com forte queda da taxa de desemprego; algo que já começa a aparecer nos indicadores. E é exatamente nestes momentos que os investimentos são mais importantes para sustentar o crescimento. É fundamental reduzir a imprevisibilidade para não matar o crescimento.
🚝 Expresso Bolsa
Resumo do dia: Semana com gosto amargo
A bolsa voltou a cair chegando aos 114,3k, uma queda de 0,93% na sexta e um acumulado de –2,26% na semana. Os principais destaques no período foram os momentos de tensão gerados pelo feriado da Independência e as tentativas do presidente Jair Bolsonaro buscando aliviar as tensões contra o STF. Assim, em meio a grandes incertezas políticas, houve evasão de investimentos estrangeiros que corroboraram fortemente para que fechássemos no vermelho.
B3 (B3AS3): Hora da virada?
• Com o aumento da volatilidade na bolsa, os volumes de ações da B3 voltaram a subir 17,3% m/m (8,4% a/a) em agosto. Além disso, o número de contas seguiu aumentando 1,4% m/m e 32,3% a/a, em linha com meses anteriores;
• Novos ares! A ação da B3 vem sofrendo nos últimos meses com os rumores do risco de competição e com a mudança na classificação de um processo litigioso de “remoto” para “possível”, podendo gerar uma contingência de R$ 31,2b;
• Fique ligado! Ao valuation de 9,4x EV/EBITDA21 e 8x EV/EBITDA22, acreditamos que a ação está barata. Por isso, a melhora dos volumes e perspectiva de bons resultados financeiros, reforçam a nossa recomendação de COMPRAR.
📊 O que mais aconteceu no mercado
• 5G, uma novela que não acaba (Telecomunicações): O Conselho da Anatel remarcou para hoje a reunião que deveria ter sido na sexta para analisar o edital final do leilão. O relator alegou a necessidade de mais tempo para analisar pontos divergentes do edital entre os membros do conselho diretor e; assim, o adiamento da reunião. Para o ministro das comunicações Fábio Faria, isto poderia prejudicar o cronograma para o 5G, mas seus esforços não tiveram os resultados esperados;
• Emissão de debêntures (VIIA3): Via irá emitir R$ 1 bi de debêntures em três séries com prazos de três, cinco e sete anos. O montante captado representa cerca de 7% do market cap e irá prolongar o perfil da dívida, além de aumentar a robustez do caixa; colocando a companhia numa boa posição caso apareça alguma oportunidade de compra.
