A pandemia de coronavírus está causando demissões em massa no mercado. Empresas dos mais diversos segmentos estão anunciando cortes rigorosos em suas equipes. Uma pesquisa do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) aponta que quase 1 milhão de empresas já demitiram funcionários durante a pandemia.

Se antes da pandemia, a situação econômica vinha se recuperando lentamente, agora as expectativas sobre o mercado de trabalho não são boas. O aumento no número de demissões deve afetar outros dados como o índice de turnover, por exemplo.

Cerca de 34,6% das empresas brasileiras demitiram funcionários durante a pandemia

Dados do IBGE apontam que 948,8 mil empresas (34,6%) das 2,74 milhões de empresas que permaneciam em funcionamento até 15 de junho demitiram funcionários. Segundo a pesquisa, outras 1,3 milhão de empresas teriam encerrados ou paralisados as suas atividades até a primeira quinzena de junho, o que aumenta o número de demissões durante a pandemia.

Os dados mostram que apenas 3,8% aumentaram o número de funcionários durante a pandemia. Outras 61,2% mantiveram o seu quadro de funcionários completo. Entre as que demitiram, cerca de 356 mil empresas cortaram menos de 25% de sua força de trabalho, 307 mil empresas cortaram entre 26% e 50% do seu quadro de funcionários.

Outras 282 mil empresas cortaram mais da metade do seu quadro de funcionários até a primeira metade de junho. Empresas médias e grandes foram as mais realizaram corte de pessoal durante a pandemia, responsáveis por 45,4% e 37,2% respectivamente. Entre as empresas pequenas, 34,4% afirmaram ter diminuído o quadro de funcionários.

Mesmo demitindo menos do que as empresas grandes e médias, as empresas pequenas foram as que mais encerraram ou paralisaram suas atividades durante a pandemia. O índice de interrupção chegou a 15,1% e o de fechamento de 17,8%.

Empresas que mais demitiram durante a pandemia

Como podemos ver a situação das empresas após a pandemia não está nada boa. Muitas delas recorreram para as demissões em massa para tentar reduzir os custos e diminuir o impacto da crise econômica gerada pela pandemia. Confira algumas das empresas que mais demitiram durante o período:

Renault

A montadora francesa anunciou que deve demitir 15 mil pessoas em todo o mundo. O quadro de demissões em massa é parte do plano de ajustes da empresa por conta da pandemia. Com mais de 9 mil funcionários só na América Latina, empregados de países como o Brasil, Chile, Argentina, Colômbia e México devem ser demitidos.

Coco Bambu

A rede de restaurantes Coco Bambu havia anunciou a suspensão de contratos de seus funcionários em abril. O segmento alimentício é um dos mais afetados por conta da pandemia, já que bares e restaurantes se mantiveram fechados nos últimos meses e em algumas cidades brasileiras voltaram a funcionar apenas com parte da capacidade.

Depois do prazo de dois meses, que terminou em junho, a rede anunciou que 1.500 funcionários foram demitidos, cerca de 20% do quadro da empresa.

Stone

A fintech Stone anunciou um corte de 20% de sua força de trabalho em abril. Cerca de 1.300 funcionários da empresa foram demitidos. Os motivos foram a queda brusca nas vendas no varejo brasileiro, já que o comércio teve de ficar fechado por alguns meses por conta da pandemia.

O presidente da empresa, Thiago Piau, disse em carta aos funcionários que era preciso rever o planejamento, já que ao longo do mês de abril foi possível perceber que é o futuro é bem mais incerto do que todos pensavam no início de março.

Madero

A rede de restaurantes Madero demitiu cerca de 600 funcionários nos últimos meses. O controlador da empresa, Junior Durski disse ao UOL que as demissões se concentraram nos funcionários novos contratados antes da pandemia. O plano da empresa era expandir o negócio em 2020 com a abertura de 65 novas unidades, o que foi revisto após a pandemia.

A previsão é que apenas 20 novas filiais do restaurante sejam abertas neste ano. Segundo Durski, a decisão de demitir 600 funcionários busca tentar preservar o emprego dos demais colaboradores da empresa, que tem mais de 7 mil funcionários em seu quadro.

Fogo de Chão

A rede de churrascarias Fogo de Chão causou polêmica com as demissões durante a pandemia. Segundo a empresa, 436 funcionários foram demitidos em todo o país, mas segundo ex-empregados, o número de demissões passou de 600.

E não foi só isso, a empresa se destacou negativamente por pagar apenas uma parte das verbas rescisórias aos funcionários demitidos. A empresa carioca ainda atribuiu as 114 demissões em suas unidades no Rio ao governo do estado, ressaltando que o governo deveria pagar o valor restante das rescisões.

Nissan

A montadora Nissan anunciou corte de 398 funcionários da fábrica de Resende (RJ). Os trabalhadores da linha de montagem da empresa estavam afastados de suas funções há três meses. Eles ficaram um mês em férias coletivas e outros dois meses com o contrato suspensão pela regulamentação da MP 936.

Após o período, a Nissan resolveu pagar a multa e os salários para reduzir o seu quadro de funcionários. A empresa ressaltou que a produção será reduzida durante esse período de retomada por conta da pandemia, o que resultou nas demissões.

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