A demanda pelas debêntures da Vale (VALE3) que serão vendidas na segunda-feira pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) já chegam a cerca de R$ 12 bilhões. Ou seja, mais do que o total em posse do banco de fomento e da União.
De acordo com o Estadão, a oferta ao mercado dependerá, no entanto, do preço que os investidores estiverem interessados em pagar pelos papéis.
O BNDES, que está à frente do processo, tendo o Bradesco BBI como coordenador-líder, estabeleceu preço de R$ 59,70. Mas como houve recentemente pagamento de dividendo de R$ 2,76 por debênture, o preço base cai para cerca de R$ 57.
As debêntures participativas da Vale foram emitidas na privatização da companhia, em 1997. Elas pagam aos investidores remuneração equivalente a uma parcela com as receitas de minério de ferro, principalmente de minas em Carajás. Também são perpétuas, ou seja, não vencem nunca.
O BNDES informou ao mercado inicialmente que venderia 142 milhões debêntures, o equivalente de R$ 8,5 bilhões. Uma oferta adicional de 72,329 milhões de debêntures, ou R$ 4,3 bilhões, pode ser oferecida, se houver demanda. No total, a oferta soma o equivalente a 55% do total emitido pela Vale.
Justiça
Cinco anos depois da tragédia causada pelo rompimento da barragem de Fundão, em Mariana, Minas Gerais, em 2015, a mineradora Vale (VALE3) vem recorrendo à Justiça para receber recursos mensais do setor elétrico de uma hidrelétrica que foi destruída pelo acidente.
De acordo com O Globo, na última sexta-feira a Samarco, dona da barragem, uma sociedade entre a mineradora Vale e BHP Billiton, entrou com pedido de recuperação judicial.
E essas transferências já somam R$ 473 milhões, diz a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel). Na próxima terça-feira (13), o tema deverá ser apreciado pelo plenário do Superior Tribunal de Justiça (STJ) em sessão virtual.
Vale
A hidrelétrica ficava entre os municípios de Santa Cruz do Escalvado e Rio Doce, algumas das cidades afetadas pelos rejeitos de minério de ferro após o acidente. A Vale é dona de 77,5% do consórcio que administra a hidrelétrica Risoleta Neves junto com a Cemig, com os 22,5% restantes das ações. A usina tinha 140 MW de potência instalada.
Segundo a Aneel, os recursos vêm sendo repassados através de um sistema chamado Mecanismo de Realocação de Energia (MRE). O MRE é composto pela receita oriunda da energia gerada no país, que é dividida entre as hidrelétricas.
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