No primeiro trimestre de 2021 (1T21), a Vale reportou um EBITDA ajustado proforma de R$ 46,387 bilhões, um recorde para um primeiro trimestre, com volumes sazonalmente menores parcialmente compensados por preços mais altos de commodities.

O desempenho no trimestre foi impulsionado principalmente por:

O EBITDA de Minerais Ferrosos foi de US$ 7,811 bilhões, ficando US$ 989 milhões abaixo do 4T20, principalmente devido a volumes sazonalmente menores (US$ 2,616 bilhões), que foram parcialmente compensados por preços realizados mais elevados (US$ 1,853 bilhão).

O EBITDA de Metais Básicos foi de US$ 1,011 bilhões, ficando US$ 160 milhões menor do que o 4T20, principalmente devido aos menores volumes de vendas nos negócios de níquel e cobre (US$ 156 milhões) e menores receitas de subprodutos das operações de cobre (US$ 84 milhões), que foram parcialmente compensados por maiores preços realizados de cobre (US$ 108 milhões).

O EBITDA do Carvão atingiu US$ 159 milhões negativos, um aumento de US$ 132 milhões; principalmente devido aos juros recebidos do Corredor Logístico de Nacala e a maiores custos e despesas incorridas no 4T20;

O EBITDA de Outros melhorou em US$ 381 milhões, principalmente devido a Provisão para Desmobilização de Ativos (ARO) no 4T20.

O lucro líquido foi de R$ 30,564 bilhões no 1T21, ficando R$ 25,739 bilhões acima do 4T20, principalmente devido a (a) despesas de Brumadinho e impairment nos ativos dos negócios de Níquel e Carvão no 4T20, (b) maior resultado financeiro, apesar do impacto da desvalorização cambial do Real frente ao dólar em 9,6% na marcação a mercado de nossas posições de derivativos. Esses efeitos foram parcialmente compensados pelo menor EBITDA ajustado proforma.

O investimento total no 1T21 foi de US$ 1,009 bilhão, ficando US$ 435 milhões abaixo do 4T20, explicado pelos investimentos sazonalmente menores (US$ 443 milhões). A execução dos projetos das plantas de filtragem, Serra Norte 240 e Gelado no negócio de Minério de Ferro e os projetos Salobo III e VBME no negócio de Metais Básicos progrediu em linha com o 4T20.

Foi gerado cerca de US$ 5,847 bilhões em Fluxo de Caixa Livre Operacional no 1T21, ficando US$ 971 milhões acima do 4T20, impulsionado pelo sólido EBITDA proforma do trimestre e efeito positivo no capital de giro, devido a uma forte arrecadação de receitas. O caixa gerado nas operações nos permitiu administrar o passivo, com uma amortização líquida de dívida de US$ 943 milhões após resgatar EUR 750 milhões de bonds com vencimento em 2023, distribuir US$ 3,884 bilhões aos acionistas, e pagar US$ 555 milhões pelo desinvestimento de VNC, e ainda aumentar a posição de caixa e investimentos de curto prazo em US$ 465 milhões.

A Vale encerrou o trimestre com dívida bruta de US$ 12,176 bilhões, ficando US$ 1,184 bilhão inferior ao final de 2020, principalmente em função do resgate antecipado de bonds conforme mencionado acima. A dívida líquida totalizou US$ 2,136 bilhões negativo no mesmo período, com a dívida líquida expandida em US$ 10,712 bilhões. A dívida líquida expandida deve tender, agora, ao nível de referência de longo prazo de US$ 10 bilhões à medida que continua a gerar caixa; cumprir obrigações e compromissos e distribuir dividendos sólidos e recomprar ações.

Desempenho dos segmentos de negócios no 1T21

EBITDA de Minerais Ferrosos de R$ 42,791 bilhões no 1T21, recorde para um primeiro trimestre:

A receita líquida de finos de minério de ferro, excluindo pelotas e Run of Mine (ROM), decresceu para R$ 50,153 bilhões no 1T21 contra R$ 57,420 bilhões no 4T20, como resultado de volumes de vendas 29% menores (R$ 17,278 bilhões), que foram parcialmente compensado por preços realizados de vendas 19% maiores (R$ 8,444 bilhões).

O preço médio de referência CFR foi de US$ 171,1/t, e o preço médio realizado CFR/FOB da Vale foi de US$ 155,5/t, um aumento de US$ 24,8/t em comparação com o 4T20, principalmente devido ao maior preço de referência de 62% Fe e maiores prêmios e ajustes de qualidade, que foram parcialmente compensados (a) pelo efeito negativo dos mecanismos de precificação, uma vez que os preços provisórios foram marcados no final do trimestre em US$ 159,9/t, em um patamar inferior ao preço médio CFR de referência do trimestre, e (b) pela maior proporção de vendas FOB, que tem preço menor devido à ausência de custos com frete marítimo.

Com preços de referência no mês de abril substancialmente acima do preço provisório de US$ 159,9/t, espera-se que o EBITDA do 2T21 seja impactado positivamente pelo preço final dessas vendas do 1T21 quando os navios chegarem aos portos de destino.

O índice MB65% médio foi de US$ 191,2/dmt no 1T21, 31% acima do 4T20. O spread entre a média do MB65% e o preço de referência do minério de ferro 62% aumentou ainda mais para cerca de US$ 24,3/t refletindo a busca por produtividade das siderúrgicas em um ambiente de altos preços do carvão na China, altas margens do aço e escassez de minério de alta qualidade

O break-even do EBITDA de finos e pelotas de minério de ferro foi de US$ 36,2/t, em linha com o 4T20. O break-even estável foi principalmente resultado de prêmios de qualidade e de pelotas mais elevados; que compensaram os maiores custos de C1 e frete, devido à menor diluição dos custos fixos e maiores preços do bunker, respectivamente.

O EBITDA de Metais Básicos foi de R$ 5,528 bilhões no 1T21, ficando R$ 751 milhões abaixo do 4T20

O EBITDA do negócio de níquel foi de R$ 3,526 bilhões no 1T21, ficando R$ 347 milhões abaixo do 4T20.

A Vale registrou um trimestre de produção de níquel estável em Onça Puma com EBITDA superior a R$ 290 milhões e um desempenho robusto nas refinarias do Atlântico Norte, com Long Harbour atingindo nível recorde de produção para um primeiro trimestre.

O volume de vendas de níquel ficou em linha com a produção, mas abaixo das fortes vendas do 4T20, quando a Vale aproveitou a oportunidade de reduzir estoques em um mercado em recuperação. Os menores volumes de vendas foram parcialmente compensados por maiores receitas de subprodutos, principalmente devido aos preços mais altos do cobre no trimestre;

O EBITDA dos negócios de Cobre foi de R$ 2,002 bilhões no 1T21, R$ 404 milhões abaixo do 4T20, principalmente devido aos menores volumes de produção e vendas. Uma ampla revisão de segurança para melhorar as condições operacionais afetou a disponibilidade de equipamentos de mineração e a movimentação da mina. Além de menores volumes, os resultados foram afetados por maiores custos unitários devido à menor diluição de custos fixos e menores receitas de subprodutos. Esses efeitos foram parcialmente compensados por maiores preços realizados no 1T21. A Vale espera que melhorias das atividades de manutenção se materializem em todo o negócio no 2S21.

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