De acordo com o BTG Pactual, a Vale divulgou um 1T23 muito fraco, abaixo das expectativas. O EBITDA ficou em US$ 3,7 bilhões, 12% abaixo da projeção do banco. Assim, foi impactado negativamente por volumes decepcionantes (10% abaixo do estimado) e desempenho de custos (C1 9% acima do estimado).
“Já sabíamos que o primeiro trimestre seria ruim alguns dias atrás, após seu relatório de produção, mas argumentaríamos que os números finais estão um pouco abaixo. Sim, existem alguns fatores exógenos (não recorrentes), mas fomos surpreendidos negativamente com a deterioração no desempenho dos custos, com os custos de entrega da Vale na China chegando ~US$ 61/t para finos (vindo de US$ 52/ t no 4T)“. Ressaltaram os analistas do BTG.
Expectativa de melhora no 2T23
O BTG espera que os volumes de minério de ferro melhorem no 2T23 à medida que a empresa se recupera das fortes chuvas e paradas em Ponta da Madeira. Porém os analistas sentiram que os investidores ainda têm dúvidas sobre a capacidade de execução à frente.
Todavia, em sua unidade de transição de energia, o EBITDA permanece baixo em “apenas” US$ 573 milhões. Os analistas enxergam potencial para a empresa dobrar os resultados com apenas uma pequena melhora nos preços (a recuperação ainda precisa ganhar força).
Conforme apurou o BTG, um dos poucos pontos positivos no trimestre foi uma conversão muito alta de EBITDA em fluxo de caixa atingindo US$ 2,3 bilhões (yield de 3,6% somente no trimestre), mas ajudada por uma liberação de capital de giro.
Recomendação de compra para a Vale
“Portanto, a dura realidade é que a Vale apresentou resultados abaixo da média em relação aos seus pares australianos e precisará de algum tempo para recuperar a confiança do mercado. Mantemos nossa recomendação de compra com base em valuation, mas observe que a tese da Vale é muito mais um “call macro” agora”. Afirmaram os analistas do BTG”