O último censo realizado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística em 2022 mostrou que a população brasileira é majoritariamente feminina, correspondendo a 51,5 % das 203,1 milhões de pessoas no país. Mas já se sabe que esse número não é proporcional aos postos de trabalhos e cargos ocupados por mulheres dentro das empresas, principalmente no que diz respeito aos cargos estratégicos de gestão.

Em média, as mulheres ganham 22% a menos que os homens, também segundo o IBGE. Dependendo da área, quanto mais alto é o cargo, maior a diferença salarial. Com anos de experiência no mercado da tecnologia, Andressa Vergutz, co-fundadora e head de tecnologia da Easy360 – uma startup paranaense especializada em conectar vendas e operações nas indústrias com tecnologia de ponta – sabe que ainda há um grande preconceito com a atuação das mulheres.

“O setor de tecnologia é uma área predominantemente masculina. Fiz mestrado, doutorado e hoje sou fundadora da empresa. Mas essa não é a realidade para muitas mulheres, ainda há muito julgamento do mercado, muita descrença, perguntam ‘será que ela é capaz?”, analisa Andressa.

Desigualdade de gênero: nova mentalidade

Muito mais que mudar a cultura e as políticas dentro das organizações, algumas empresas já estão nascendo com uma nova mentalidade em relação à igualdade salarial. “Desde a criação da Easy360, nós trouxemos muito forte uma cultura de igualdade”, pontua. Ela explica que, hoje, metade da equipe é composta por mulheres, nos mais diversos setores.

Andressa explica também que o processo de busca por novos talentos é sempre baseado em competências técnicas e comportamentais, nunca em uma análise de gênero.

A especialista conta que já recebeu olhares em diversos locais por ser uma mulher na área da tecnologia e estar em uma posição de liderança e questiona “por que as mulheres não estão chegando nesses cargos? Será que existem incentivos? Treinamento? Ou será que, por falta de representatividade, elas não se enxergam em cargos assim?”, reflete.

A lei de equidade salarial

Esse ano, o Governo Federal iniciou, ainda de maneira experimental, a implementação do Relatório de Transparência Salarial e de Critérios Remuneratórios do Primeiro Semestre de 2024. As empresas com mais de 100 colaboradores tinham até o dia 29 de fevereiro para preencher e enviar esse relatório.

Com base nos dados será possível analisar se existe alguma disparidade nos salários de homens e mulheres que ocupam o mesmo cargo. Uma política pública que visa diminuir a desigualdade salarial no Brasil, incentivando a presença feminina dentro de diversos espaços e transformando as empresas em um local de equidade.

(Enviado por Estilo Editorial Comunicação)

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