A inflação vem desacelerando, o saldo de entrada e saída no cadastro Caged de emprego formal é positivo há meses e o programa Desenrola vai avançando. Neste cenário, é interessante examinar como ficam as expectativas para as vendas de varejo nos próximos meses, mais especificamente, para o período de setembro a novembro.

Essas previsões são feitas mensalmente pelo IBEVAR – FIA. O referido indicador projeta as vendas considerando dois níveis de abrangência, seguindo a classificação do FIBGE: varejo restrito e varejo ampliado. O restrito exclui dois segmentos: “Material de Construção” e “Veículos, Partes e Peças”.

As projeções de vendas tanto do varejo no conceito restrito como no ampliado apresentam resultados positivos para o período. O indicador aponta crescimento de 0,48% nas vendas do varejo restrito e de 1,18% para o ampliado.

Examinando no plano dos segmentos observa-se resultados positivos para diversos ramos definidos pelo FIBGE: “Artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos, perfumaria e cosméticos” (1,44%), “Outros artigos de uso pessoal e doméstico” (2,27%), “Material de construção” (0,08%), “Hipermercados e supermercados” (0,45%), “Móveis” (1,77%).

Para quatro segmentos não se identificaram alterações, são eles: “Equipamentos e material de escritório, informática e comunicação”, “Veículos, partes e peças”, “Combustíveis e lubrificantes” e “Hipermercados, supermercados e alimentos”. Em apenas dois projeta-se recuo das vendas no período mencionado: “Livros, revistas e papelaria” (- 4,39%) e “Vestuário e calçados” – 1,00% respectivamente”.

Esse resultado não deixa de ser obviamente positivo. Entretanto, se trata de um movimento ainda tênue. Se explica por algumas razões pontuais. Primeiro o recuo recente da inflação e os impactos sobre a renda real das famílias, que cresceu pouco mais de 4% nos últimos doze meses.

Segundo a redução esperada, porém discreta, da taxa de juros na ponta. Finalmente a projetada expansão pode também ser atribuída aos reflexos do aumento da renda real, redução dos juros e os efeitos do programa Desenrola sobre a taxa esperada de inadimplência.

Por Claudio Felisoni, presidente do IBEVAR e professor da FIA Business School

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