Saber que o Brasil é grande produtor de cana de açúcar desde a época colonial; que criou o Proálcool e “inventou” o álcool hidratado como um eficiente combustível automotor; e que atualmente produz acima de 30 bilhões de litros de etanol a partir da cana de açúcar nos dá alguma vantagem competitiva? Sim e não.
SIM. Ao lembrar que o açúcar extraído da cana foi a primeira riqueza do país produzida em grande escala, com os portugueses trazendo a expertise do cultivo na Ilha dos Açores (arquipélago formado por nove ilhas, a 1.500 Km, de Lisboa), em Cabo Verde (também colônia à época) etc.
O chamado Ciclo da Cana de Açúcar começou ainda no Século XVI e no ano de 1549 Pernambuco já tinha 30 engenhos; Bahia, 18 e a outra Capitania Hereditária com acesso litorâneo, São Vicente, dois. Com terras férteis, de grande extensão e mão de obra escrava (negros e indígenas) o país tornou-se, digamos, muito “competitivo” para produzir e vender açúcar no Velho Mundo.
O tempo passou, muita coisa mudou em 500 anos de história, mas o mindset (como se diz hoje) das Capitanias e dos senhores de engenho talvez nem tanto. Não cabe neste espaço os detalhes da estrutura de produção (bancada muitas vezes pelos subsídios e “perdões” de dívidas com o Banco do Brasil, por exemplo), mas há que se lembrar.
Adiante – década de 1970, com o primeiro choque do petróleo em 73 e o segundo em 79, motivados essencialmente por questões políticas no Oriente Médio) – vamos encontrar o Proálcool, que fomentou o carro movido a álcool (originando hoje o formato flex fuel), projeto pai do etanol.
Passados quase cinco séculos dos primeiros engenhos, o Censo Agrícola do IBGE (de 2016) aponta a produção de 442,3 milhões de toneladas/ano dessa espécie de “ouro branco”. O Brasil é o maior produtor mundial de açúcar e o estado de São Paulo (outrora a “Terra do Café”) contribui com 55% da produção nacional (seja em açúcar ou etanol, virando a chave conforme a demanda, em área total de 5,6 milhões de hectares).
NÃO. O país abandonou o Proácool porque havia muito subsídio além do risco de uma volta disfarçada da “quase monocultura”, elevando exageradamente o preço de outros produtos agrícolas.
A frase não é bonita (e soa eleitoreira), mas cabe dentro de uma estratégia compromissada com o desenvolvimento: “O Brasil precisa de um choque de gestão”. Se temos terras (em quantidade e qualidade), mão de obra farta e mercados ávidos pelos produtos, o que nos falta então?
Claro que esta discussão envolve todo o conceito ESG e, neste sentido, a questão da energia renovável dá de goleada no combustível fóssil (poluidor e finito) é bom frisar.
EFICIÊNCIA
A CPFL Energia, companhia listada no Novo Mercado da B3, abre o cronograma de inscrição para a Chamada Pública de Projetos (CPP) 2022. Esta contempla diversas ações, tanto do poder público quanto do setor privado, desde que se encaixem na área de eficiência energética e cumpram com os requisitos do edital.
A iniciativa é financiada com recursos do Programa de Eficiência Energética (PEE) da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) e vale para as quatro distribuidoras de energia do grupo: CPFL Paulista, CPFL Piratininga, CPFL Santa Cruz e RGE. O valor do investimento neste ano só será divulgado com a abertura do edital, no próximo dia 30 de maio. As instituições do poder público, terceiro setor e empresas terão até 19 de julho para enviarem seus projetos. Os resultados serão conhecidos em outubro.
Em 2021, aCPP da CPFL selecionou 46 projetos em São Paulo e no Rio Grande do Sul. Somados, eles receberam R$ 36 milhões.
PORTO
O Porto de Suape, localizado na Região Metropolitana do Recife, receberá, nos próximos meses, investimentos da ordem de R$ 59,8 milhões com o novo arrendamento do Terminal de Granéis Sólidos de Suape (TGSS). O edital de licitação foi anunciado pela Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq) e ocorrerá dia 30 deste mês, na B3, em São Paulo (SP), sendo o valor mínimo de outorga de R$ 1,00.
CERTIFICAÇÃO
A ArcelorMittal Tubarão (em Serra, no ES) é a primeira planta industrial nas Américas a conquistar a Certificação de Sustentabilidade das suas operações, obedecendo aos padrões da ResponsibleSteel, organização referência para a produção de aço de maneira responsável, no mundo.
Esta certificação tem prazo de três anos; depois disso será preciso realizar nova auditoria.
DIRETOR RI
A B3, Bolsa de Valores do Brasil, anuncia mudança em sua diretoria. No dia 29 de abril sairá Daniel Sonder, que ajudou a estruturar a operação da própria B3, rumando para o exterior.
Em seu lugar assumirá André Milanez, como Diretor Executivo Financeiro, Administrativo e de Relações com Investidores. Na Bolsa desde 2009, Milanez conhece bem a empresa.
RI 2
A Sul América anuncia o novo diretor de RI: é Ricardo Bottas Dourado dos Santos, Diretor-Presidente da companhia, que acumulará a função de Diretor de Relações com Investidores. A decisão é do Conselho, após a saída de Clovis Poggetti Júnior do cargo de Diretor Vice-Presidente de Controle e Relações com Investidores.
No novo desenho, Reinaldo Amorim Lopes será o Diretor Vice-Presidente de Controle.
ETF
Aproveitando o “Mês da Mulher”, a B3 lançou o SAFRAETFELAS. Trata-se de um Fundo que tem como referência o índice Teva Mulheres na Liderança, acompanhando a performance de empresas com políticas de diversidade de mulheres em cargos de diretoria, conselho e comitês.
A base analisada pelo índice é composta por 342 empresas listadas e negociadas no Brasil, sendo que as 50% melhor avaliadas passam a compor a carteira. São 150 mil cargos avaliados por recorte de gênero, com um histórico de cinco anos de acompanhamento.
BDRs
Se a alternativa de investimento for os ativos globais adquiridos aqui no Brasil mesmo, os BDRS, a dica da Coluna é acessar as Carteiras BDRs das principais corretoras, conhecer as recomendações e analisar o ranking mensal.
E tudo isso o investidor pode fazer, gratuitamente, pelo https://clube.acionista.com.br/auth/login
DIVERSIDADE
A Suzano conta que ampliou em mais de 50% o número de mulheres na companhia nos últimos dois anos. Passou de 2.131 colaboradoras, em 2019, para 3.206 mulheres em 2022.
O Programa de Trainee é um dos exemplos de capacitação que torna a Suzano mais diversa e plural, segundo a própria companhia. Em 2021, o público desse programa era composto por 53% de mulheres e neste ano, o índice subiu para 64%.
CARGOS
Após o salto de 5% em conquista de cargos no alto escalão em 2021, as mulheres perderam 1% dos postos executivos nas empresas brasileiras de médio porte, caindo para 38% em 2022. No entanto, o índice ficou 13 pontos percentuais (p.p.) acima dos 25% registrados em 2019.
No ranking global elaborado pelo International Business Report da Grant Thornton, o Brasil passou a ocupar o quarto lugar, atrás da África do Sul (42%), Turquia e Malásia (40%) e Filipinas (39%), mas se mantém à frente da média da América Latina (35%) e da global (32%).
A pesquisa Women in Business da Grant Thornton, realizada pelo 18º ano consecutivo, ouviu cerca de 10 mil empresas de diversos setores em 29 países de todos os continentes.
REMUNERAÇÃO
O IBGC acaba de lançar a 8ª edição da pesquisa Remuneração dos Administradores traçando panorama sobre os valores e as estruturas de remuneração praticados pelas empresas de capital aberto listadas na Bolsa, em relação a conselheiros de administração, conselheiros fiscais e diretores estatutários. Segundo o relatório, a remuneração média anual está assim:
- Conselheiros de administração — R$ 555.077,00 com máxima de R$ 6.359.030,00;
- Diretores estatutários – R$ 2.900.367,00 com máxima de R$ 26.050.619,00
- Conselheiros Fiscais – R$ 121.922,00, com máxima de R$ 469.547,00.
MY WAY
O Banco Santander adquiriu 80% da WayCarbon, consultoria especializada em ESG. Ideia é reforçar sua expertise ambiental, social e de governança (ESG), bem como a capacidade de apoiar os clientes na transição para a economia de baixo carbono
A WayCarbon tem assessorado organizações públicas e privadas a realizar as suas transições energéticas há 15 anos, com 170 funcionários atendendo clientes de 18 países.