A uma semana para o eleitor dos EUA ir às urnas e escolher entre o ex-presidente Donald Trump (Republicanos) e a vice atual Kamala Harris (Democratas), o mundo olha com mais atenção e tensão ao país. Na próxima terça-feira, 5, o maior evento político do semestre terá um impacto significativo na economia global, influenciando diversos setores, como comércio internacional, mercados financeiros, políticas climáticas e relações diplomáticas. Vale lembrar que os votos pelo correio já estão em pleno vapor, com direito a campanha de Barack Obama e tudo.

Os EUA como uma das maiores economias do mundo, desempenham um papel crucial em moldar as tendências econômicas globais. O impacto específico dependerá de quem vencer a eleição e das políticas que o novo governo implementar. O tipo de políticas econômicas propostas pelos candidatos, como regulamentações sobre grandes corporações, setor de tecnologia, ou mudanças em políticas fiscais, pode criar expectativas positivas ou negativas.

Pesquisa aponta empate técnico

A mais recente pesquisa de eleitores registrados do The Wall Street Journal aponta que a corrida à Casa Branca está empatada dentro da margem de erro. O ex-presidente Donald Trump tem 47% de apoio na nova pesquisa nacional, contra 45% da vice-presidente Kamala Harris.

Na pesquisa anterior do jornal,  realizada no final de agosto, logo após a Convenção Nacional Democrata, o apoio de Kamala era de 47% contra 45% de Trump.

A pesquisa entrevistou 1.500 eleitores registrados entre 19 e 22 de outubro, com uma margem de erro de mais ou menos 2,5 pontos percentuais.

Eleições nos EUA: a relação com o Brasil

Segundo Acilio Marinello, sócio-fundador da Essentia Consulting, no que diz respeito à relação do Brasil com os Estados Unidos, haverá um aumento na tensão no âmbito da política, com um maior distanciamento entre os mandatários.

Para o estrategista de Investimentos do PagBank*, Alex Falararo, no caso de vitória de Trump, ele  não tem um alinhamento ideológico com o governo Lula, contudo, “a questão é muito menos sobre o governo atual e muito mais sobre a relevância do Brasil para os Estados Unidos”.

Logo, para Falararo, tanto Kamala Harris, quanto Donald Trump devem manter suas relações com o Brasil de forma estratégica, “dado que o Brasil historicamente não se opõe aos negócios dos Estados Unidos e é um exportador de commodities relevante”.

*(Disclaimer: “As opiniões emitidas são de responsabilidade exclusiva do analista certificado. O PagBank não tem qualquer responsabilidade por tais opiniões.”)

Para Hugo Garbe, professor de Ciências Econômicas da Mackenzie, seja com Trump ou Harris na presidência, o Brasil terá desafios a enfrentar. Em ambos os cenários, precisará, por parte do governo brasileiro, ser adotada uma postura estratégica para mitigar riscos e aproveitar as oportunidades que surgirem.

“Com Trump, a economia brasileira pode sofrer com políticas protecionistas e o impacto de uma possível aliança com Elon Musk, cuja insatisfação com o STF pode gerar incertezas políticas e econômicas.

Já com Kamala Harris, ele diz que embora a estabilidade nas relações comerciais seja mais provável, “o Brasil ainda terá que lidar com as prioridades econômicas internas dos Estados Unidos”.

Expectativa – De acordo com Lucas Sharau, assessor da iHub, com as eleições presidenciais se aproximando, as discussões em torno dos candidatos, Donald Trump e Kamala Harris, e suas visões econômicas têm gerado grande expectativa.

“Como profissional de mercado, acredito que os cenários de vitória para cada um podem ter consequências diretas sobre os investimentos globais, inclusive para os mercados emergentes como o Brasil. Embora seja impossível prever com certeza quem sairá vencedor, as convicções públicas e o histórico de cada candidato nos permitem traçar algumas tendências no mercado financeiro.”

Menos

Para William Castro, estrategista-chefe da Avenue, diz que “como brasileiros, temos um viés de acreditar que tais eventos (eleições) são determinantes para o desempenho do mercado”. 

De acordo com ele, isso acontece porque, como uma economia emergente e uma democracia relativamente jovem, o brasileiro experimenta muitos eventos e situações em que “o cenário político e o risco político impactaram significativamente nossos investimentos”.

William defende que existem inúmeras estatísticas que demonstram que “o mercado é agnóstico em relação ao cenário político”.

Ele explica que os números mostram que o retorno difere pouco e, quando se trata de investimentos. “É mais importante deixarmos nossos receios e preferências políticas de lado, porque o que realmente importa é estar investido… é deixar o poder de longo prazo atuar sobre seus investimentos.” (Fonte: Avenue)

Vem aí – O Acionista conversou com analistas, especialistas e assessores do mercado financeiro sobre o que pode acontecer se Trump ou Kamala vencer o pleito. A partir desta quarta, 30, o Portal começa a publicação da série que seguirá durante esses dias que antecedem a eleição.

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