Os investidores brasileiros precisam ter os sentidos apurados ao analisar o mercado financeiro. Isso porque o país está instável tanto política quanto economicamente e, por ser uma potência em desenvolvimento, sofre as consequências do mercado externo, a exemplo da inflação americana, conflitos geopolíticos no Leste Europeu e Oriente Médio e mais atualmente a campanha presidencial norte-americana com o embate da figura de Donald Trump.

Trump já foi o 45º presidente dos EUA, servindo de 2017 a 2021,  sendo visto por alguns líderes como uma espécie de “messias”; mas também enfrentou controvérsias significativas. Sua presidência foi marcada por eventos como a tentativa de invasão do Congresso em 2021 e em 2024, ele se tornou o primeiro ex-presidente dos EUA a ser condenado por um crime, sendo considerado culpado por fraude contábil relacionada à eleição de 2016.

Recentemente, o magnata foi confirmado como o candidato do partido Republicano para a corrida presidencial, logo após ter sido alvo de uma tentativa de atentado que o colocou em destaque nas principais manchetes. Este incidente tem o potencial de beneficiar consideravelmente sua campanha política. “Não há a menor dúvida de que o atentado ao Trump vai trazer um grande benefício para a candidatura dele e vai ser como aconteceu aqui com o Bolsonaro; chamar a atenção para o Trump e impulsionar a candidatura”. João Peixoto Neto, CEO da Ouro Preto Investimentos

Um levantamento do grupo de mídia CNN aponta que o apoio a Trump entre os eleitores registrados permanece inalterado em 49% em uma comparação direta com Biden. Enquanto isso, o apoio a Biden está em 43%, uma variação mínima em relação aos 45% registrados anteriormente em janeiro.

Preocupações e Precauções para o Brasil

Sua postura decidida e ao mesmo tempo prolixa assusta os investidores globais e, no Brasil, as preocupações e precauções se mantêm. “Esse cenário tende a gerar uma maior aversão ao risco entre os investidores, o que pode fortalecer o dólar americano e pressionar os mercados emergentes, incluindo o Brasil. Para o Ibovespa, um favoritismo crescente de Trump pode trazer volatilidade adicional, uma vez que os investidores estrangeiros podem optar por ativos considerados mais seguros nos Estados Unidos. Essa movimentação pode resultar em uma saída de capital do Brasil, impactando o índice científico. Além disso, a perspectiva de uma política fiscal mais agressiva por parte de Trump, com cortes de impostos, pode aumentar a incerteza sobre a economia americana, influenciando as taxas de juros e, consequentemente, o fluxo de investimentos. No contexto brasileiro, a valorização do dólar pode exercer pressão inflacionária, tornando mais difícil para o Banco Central reduzir a taxa Selic. Um ambiente de maior aversão ao risco e fuga de capitais tende a elevar o custo de financiamento e impactar negativamente a confiança dos investidores na economia brasileira. Portanto, é crucial monitorar os desdobramentos políticos nos EUA e suas implicações para a política monetária global e o mercado financeiro brasileiro.”, André Colares, CEO da Smart House Investments.

Porém a avaliação sobre a volta de Donald Trump à corrida presidencial dos EUA e sua possível vitória pode variar dependendo das perspectivas e interesses do Brasil. Para Volnei Eyng, CEO da gestora Multiplike, o discurso do Trump agora é que irá definir como o mercado vai se portar, pois se ele tiver um discurso muito forte contra a imigração, como na primeira vez que ele foi presidente, pode assustar um pouco a inflação nos Estados Unidos e deixar a curva de juros um tempo maior elevado; porém, se ele amenizar o discurso contra a imigração não deve assustar os índices aqui no Brasil.”. 

Perspectivas do último mandato do governos Trump

  • Política Comercial: Adotou políticas protecionistas que afetaram as relações comerciais com diversos países, incluindo o Brasil. Uma eventual vitória de Trump pode trazer incertezas em relação ao comércio internacional, podendo impactar as exportações brasileiras.
  • Relações Diplomáticas: O relacionamento entre Trump e o governo brasileiro anterior foi relativamente próximo, especialmente com Jair Bolsonaro. Uma nova presidência de Trump poderia não ter a mesma aproximação com o governo atual do Brasil. Caso haja, poderá ser positiva em termos de cooperação em várias áreas, como segurança, defesa e tecnologia.
  • Meio Ambiente: Retirou os EUA do Acordo de Paris sobre o clima e promoveu políticas favoráveis ​​à exploração de combustíveis fósseis. Isso pode ser visto como negativo para o Brasil, especialmente no contexto da proteção da Amazônia e dos esforços globais para combater as mudanças climáticas.
  • Mercado Financeiro: As políticas econômicas de Trump, como cortes de impostos e desregulamentação, podem ter impactos no mercado financeiro global, afetando indiretamente o Brasil. Investidores podem reagir positiva ou negativamente às políticas econômicas propostas por Trump.


Certamente, a potencial volta de Donald Trump à corrida presidencial dos EUA pode acarretar diversas implicações para o Brasil. As consequências dessas possíveis mudanças são cruciais e merecem atenção, dado o impacto significativo que podem ter em diferentes setores e na dinâmica internacional como um todo.

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