🌎 CENÁRIO EXTERNO

Festa de fim de ano?

Mercados

Mercados asiáticos encerraram a sessão com desempenhos mistos, sem grandes destaques. Na zona do euro, bolsas voltaram a amanhecer em tom positivo, com o Stoxx 600, índice que abrange uma gama de ativos de toda a região, avançando cerca de 1,1% até o momento. Nos EUA, futuros de NY também esboçam uma abertura favorável para as bolsas americanas; enquanto o dólar (DXY) segue operando em queda livre contra seus principais pares. Enquanto isso, na fronte das commodities, ativos ilustram o mesmo bom humor verificado nos mercados acionários. O preço do petróleo avança 1,4%, ficando próximo dos US$ 51,60/barril.

Festa de fim de ano?

Mercados globais ensaiam mais uma sessão de ganhos na manhã desta terça-feira, com uma nova decisão no Congresso americano podendo dar gás adicional ao rali de fim de ano das bolsas. Após sancionar o novo pacote de estímulos econômicos aprovado na semana passada, Donald Trump teve sua demanda por um incremento no valor dos cheques enviados às famílias de US$ 600 para US$ 2.000 atendida pela maioria democrata na Câmara dos Representantes, que aprovou o projeto com folga na Casa Baixa. O texto segue para o Senado, onde a maioria republicana se encontra em um impasse. Caso o incremento seja mantido, o valor do pacote de estímulos será aumentado em US$ 400 bilhões, ficando próximo de US$ 1,4 trilhão em sua totalidade – impulso que tem grande potencial de esticar os ganhos de índices acionários nos últimos dias de 2020.

O dilema dos republicanos

A própria característica do projeto que chega à Casa Alta americana já tornaria a sua rejeição uma decisão fortemente impopular mesmo sem que o presidente houvesse dado o seu apoio total à medida. Com Trump do lado dos democratas nesta, tal mobilização pela maioria republicana se torna algo ainda mais desafiador. No entanto, o maior dilema encontrado pelos republicanos neste final de ano está intimamente ligado com a disputa das últimas duas cadeiras do Senado na Georgia, que pode acabar levando os democratas à igualdade no número de Senadores, praticamente entregando o Congresso nas mãos do novo presidente eleito (uma empate em votações no Senado é resolvido pela decisão do vice-presidente, configurando uma boa vantagem para democratas em temas polêmicos). Assim, chegamos ao impasse: ao mesmo tempo que o favoritismo é republicano; a derrubada do projeto de incremento dos cheques às famílias pode acabar colocando tudo a perder na Georgia. Vamos acompanhar…

Na agenda

Não existem indicadores econômicos relevantes a serem divulgados nesta terça-feira.

CENÁRIO BRASIL

Pfizer cita demandas da Anvisa como razão para atraso da liberação da vacina

Pfizer explica demora

A farmacêutica norte-americana Pfizer esclareceu por que o processo de aquisição de permissão da agência reguladora brasileira (Anvisa) tem demorado mais que outros países. Grande parte das nações que já iniciaram suas campanhas de vacinação estão aplicando o imunizante da Pfizer. Segundo a farmacêutica, o registro da Anvisa requer “…análises específicas para o Brasil, o que leva mais tempo de preparação” e citou como exemplo “solicitação de uma análise dos dados levantados exclusivamente na população brasileira”. Em relação à permissão emergencial, a Pfizer apontou que a modalidade também “pede detalhes… que só poderão ser definidos na celebração do contrato definitivo”. O laboratório afirmou que continua negociando com o governo para fornecer doses da vacina à população brasileira.

Extensão do estado de calamidade

Governadores dos estados do Nordeste estão articulando a favor da manutenção do estado de calamidade pública em 2021. O decreto que instalou o estado de exceção orçamentaria perde a sua vigência na virada do ano; trazendo de volta amarras orçamentarias como a necessidade de aderir a meta fiscal. Segundo o governador do Piauí, Wellington Dias, que lidera o grupo que defende a extensão; as mesmas condições que justificaram a declaração de calamidade ainda não foram superadas. A extensão da calamidade possibilitaria a manutenção da expansão fiscalista ocorrida em 2020 com políticas como o auxílio emergencial e o programa de suspensão de contratos – onde o governo cobriu a folha de pagamento de empresas para evitar o crescimento do desemprego. A equipe econômica, o presidente Bolsonaro e Rodrigo Maia todos defenderam durante todo ano que o estado de calamidade deveria ser restrito a 2020.

Baleia Rossi lidera intenção de votos

Enquanto os parlamentares aproveitam o recesso do fim do ano, os candidatos à presidência da Câmara dos Deputados continuam buscando votos. Ontem, Baleia Rossi (MDB-SP), que representa a candidatura do bloco de partidos liderados por Rodrigo Maia (DEM-RJ); se reuniu com representantes de partidos da esquerda (PSB, PDT, PC do B e PT). Segundo contabilização de intenções de votos realizada pelo site Poder360, Rossi já conta com o apoio de 268 deputado, enquanto o seu principal rival e nome apoiado pelo governo, Arthur Lira (PP-AL), conta com o apoio de 205 deputados. Caso todos os deputados participem da eleição, serão necessários 257 votos (metade + 1) para se eleger presidente. Algumas siglas (Novo, Podemos e PSOL) ainda não revelaram a intenção de apoiar um dos candidatos.

Na agenda

O IGP-M de dezembro abre a agenda do dia, com expectativa de desaceleração para 1,30% da alta de 3,28% registrada em novembro. Logo em seguida, às 9h, o IBGE divulga a PNAD-Contínua de outubro, que deve trazer um novo avanço da taxa de desemprego no período: projeções apontam para 14.8% após a leitura de 14,6% no mês anterior.

E os mercados hoje?

Ativos de risco têm mais um início de dia favorável, com atenção voltada à possibilidade de um incremento nos estímulos fiscais sancionados ontem por Donald Trump nos EUA. No Brasil, os desdobramentos em torno do início da campanha de vacinação em janeiro e da corrida pelas presidências no Legislativo seguem tomando conta do noticiário. Assim, na falta de grandes desenvolvimentos em âmbito local, esperamos que a bolsa siga se espelhando no exterior, com grandes chances de o Ibovespa alcançar os tão sonhados 120 mil pontos caso os Senadores americanos aprovem o aumento de estímulos pautado. Na fronte cambial, o tão esperada pressão com o desmonte das posições de overhedge parece ter colocado o Banco Central em alerta e, junto com uma combinação de fatores (envio de remessas de capital ao exterior e liquidez reduzida) caraterísticos do fim de ano, poderá resultar em uma maior volatilidade no câmbio nos próximos dias.

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