Donald Trump avalia tarifa de 10% sobre a UE

O presidente Donald Trump planeja assinar um memorando nesta sexta-feira (21) que abre caminho para a imposição de tarifas como resposta aos impostos sobre serviços digitais aplicados por governos estrangeiros a gigantes da tecnologia dos Estados Unidos, como Alphabet (Google) e Meta (Facebook).

A medida representa mais um passo na ampliação da guerra tarifária de Trump para corrigir supostos desequilíbrios no comércio global.

De acordo com fontes ouvidas pela Bloomberg, o decreto não implementa tarifas imediatamente, mas orienta o Escritório do Representante Comercial dos EUA (USTR) a desenvolver contramedidas para tributos aplicados por países como França, Reino Unido e Canadá.

O governo Trump argumenta que essas taxas afetam desproporcionalmente as empresas americanas e representam barreiras comerciais injustas.

Conflito antigo com impostos digitais

A tributação de serviços digitais já foi alvo de investigação pelo USTR desde o primeiro mandato de Trump, em 2019. Na época, o órgão concluiu que os sistemas de taxação de países como França, Itália e Espanha discriminavam as empresas americanas de tecnologia.

Alguns países recuaram de seus planos de tributação digital e passaram a negociar um imposto mínimo global para as big techs, mas essas discussões foram adiadas diversas vezes.

Atualmente, cerca de 30 países já adotaram ou propuseram impostos sobre serviços digitais, incluindo o Canadá, cuja taxa entrou em vigor em 2024.

O anúncio das possíveis tarifas ocorre antes da visita do presidente francês Emmanuel Macron aos EUA.

A França mantém um imposto digital voltado às grandes multinacionais americanas do setor de tecnologia e, segundo o ministro das Finanças francês, não pretende suspender a cobrança.

Relações internacionais

A retaliação comercial dos EUA pode agravar as tensões diplomáticas com países europeus, que já discordam de Trump em outras questões, como sua abordagem à guerra na Ucrânia.

Além disso, líderes da União Europeia têm criticado o uso recorrente de tarifas como ferramenta de negociação comercial pelo governo Trump.

O presidente americano já impôs uma tarifa global de 10% sobre importações da China e ordenou a criação de um sistema de tarifas recíprocas para cada parceiro comercial.

Recentemente, anunciou novas tarifas para setores estratégicos, como automóveis, semicondutores e medicamentos.

Big techs e as novas tarifas

O Vale do Silício tem mantido uma relação cautelosa com Trump. Durante o período de transição para seu segundo mandato, CEOs de algumas das maiores empresas de tecnologia dos EUA se reuniram com o presidente em Mar-a-Lago e compareceram à sua posse.

Trump prometeu combater políticas internacionais que, segundo ele, prejudicam as gigantes da tecnologia americana.

No entanto, a imposição de tarifas pode ter um efeito contrário, encarecendo custos e prejudicando empresas que dependem de cadeias de suprimentos globais para operar.

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