Analistas são praticamente unânimes em dizer que o varejo é um dos principais segmentos para se colocar o foco na bolsa neste ano. Com a retomada da economia e bons números no comércio, as redes com boa gestão têm tudo para incrementar as vendas e gerar mais lucro aos acionistas. Veja o que dizem duas corretoras sobre suas apostas no segmento para 2020.
A força do e-commerce, que traz maiores margens do que a venda física, é o principal ponto a favor da Via Varejo neste ano, conforme a análise da Toro Investimentos. Com mais aplicações no segmento, a empresa poderá tomar uma parte do mercado da Magazine Luiza, gigante das vendas online.
“A Via Varejo está desejando implementar a todo custo formas de avançar nas vendas digitais. Isso pode trazer boa oportunidade de rentabilizar, embora haja um longo trabalho a ser feito, com investimentos altos em mão-de-obra e tecnologia”, aponta Lucas Carvalho, analista da Toro.
O lucro bruto operacional de R$ 1,7 bilhão no terceiro trimestre foi 0,5% melhor do que o registrado entre julho e setembro de 2018. Já o Ebitda ajustado atingiu R$ 242 milhões, uma queda de 42,5%, com margem de 4,3%. A receita líquida, por sua vez, recuou 10,7% na comparação anual, para R$ 5,688 bilhões, enquanto as vendas mesmas lojas tiveram retração de 2,2% no faturamento.
Um dos maiores cases de varejo no país, a empresa tem se esmerado em um dos setores mais beneficiados pela retomada da economia brasileira e do consumo. Conforme análise da Rico Investimentos, a Magazine Luiza vem desempenhando acima da média das empresas do setor, refletindo a sua boa gestão e a capacidade de inovação. Assim, o crescimento de 96% na cotação das ações da Magalu no acumulado de janeiro a novembro de 2019 pode ser explicado, sobretudo, pelo crescimento da empresa.
“O mercado está pagando um preço elevado pelos múltiplos da empresa, mas a Magazine Luiza começa a entrar em um cenário onde seu valuation pode ser arriscado caso haja um movimento forte de correção na Bolsa”, analisa a Rico. “De qualquer maneira, a companhia segue sendo uma opção interessante, principalmente porque ela não está emitindo nenhum sinal de que seu crescimento vai parar por aí”, aponta a Rico, em informe.
Os esforços da empresa para cortar custos e tornar mais lucrativas suas operações são bem vistos pela Toro Investimentos. “A gente percebe que a Guararapes contratou consultoria especializada para enxugar o custo e deixar sua operação mais rentável. Alguns ajustes estão sendo implementados e podem a deixar a Riachuelo mais próxima de sua concorrente principal, as Lojas Renner”, aponta Lucas Carvalho, analista da Toro. No terceiro trimestre, a Guararapes apresentou crescimento de 9,2% na receita consolidada, chegando a R$ 1,885 bilhão. Além disso, registrou aumento de 5,4% nas vendas em mesmas lojas e crescimento de 13,7% no Ebitda ajustado, a R$ 254,3 milhões.