Os treasuries, que são títulos do tesouro americano atrelados a juros de longo prazo, e o dólar estão subindo e as bolsas de Nova York estão descendo. “O movimento em torno dos juros, por parte da autoridade monetária dos EUA, está mexendo com os mercados”, afirma Volnei Eyng, economista e CEO da Multiplike.

A Ata do FOMC (Federal Open Market Committee), equivalente ao Comitê de Valores Mobiliários (CVM) no Brasil, deu a entender que os membros do colegiado estão divididos acerca de uma nova alta na taxa de juros ou manutenção desta no patamar atual”, explica.

Acontece que tanto os treasuries quanto o dólar são considerados ativos de proteção e, desta forma, é para onde os investidores correm quando incertezas tomam conta do mercado, como é o caso acerca dos juros e da própria economia dos EUA”, destaca.

E complementa: “na prática, o mercado de trabalho está aquecido, como mostrou o payroll no dia 6, e o Índice de Preços ao Consumidor (IPC, ou CPI em inglês) divulgado ontem mostra que a inflação nos EUA subiu 3,7% em termos anuais, a mesma taxa registrada em agosto.

Ainda assim, no mês a mês a inflação desacelerou, passando de 0,6% em agosto para 0,4% no mês passado e, excluindo os preços mais voláteis de alimentos e energia, o núcleo da inflação diminuiu em setembro, em uma base de 12 meses, para 4,1%, o nível mais baixo em dois anos. Em agosto, a taxa ficou em 4,3%.

De qualquer forma, incertezas acerca da maior economia global obrigam o investidor a buscar proteção, o que faz com que os títulos americanos ganhem volume e a moeda norte-americana também. Isso pressiona as bolsas mundiais para baixo”, ressalta, acrescentando que se trata de uma oscilação no mercado acionário. “Ou seja, não significa que as bolsas irão cair permanentemente.

Cotação às 12h do dia 13:

  • Dow Jones: +0,03%
  • S&P 500: -0,32%
  • Nasdaq: -0,82%
  • Dólar: +0,56%, a R$ 5,0744
  • US 10 YR (Treasurie): +0,38%, a US$ 107,64

Fed da Filadélfia 

Nesta sexta-feira (13), o presidente do Fed da Filadélfia, Patrick Harker, disse que a desinflação está em curso e reiterou que é a favor de manter as taxas de juros onde estão. 

Ele disse que “ao não fazer nada, ainda estamos fazendo alguma coisa. E, na verdade, estamos fazendo bastante.” 

O executivo elencou que as condições econômicas e financeiras evoluem um pouco melhor do que se esperava, com o arrefecimento dos preços e a redução da tensão no mercado de trabalho. 

“Tenho certeza de que as taxas diretoras são restritivas e, enquanto assim permanecerem, pressionaremos firmemente a inflação e equilibraremos melhor os mercados”, disse. 

Sobre o CPI (IPC, em português), Harker observou o referido aumento,  mas afirmou que está focado no desempenho dos dados ao longo de alguns meses. 

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