O Banco Central (BC) divulgou que após oito meses consecutivos de superávit, as transações correntes foram deficitárias em US$ 5,4 bilhões em dezembro de 2020, ante déficit de US$4,7 bilhões em dezembro de 2019. Em 2020, o déficit corrente somou US$12,5 bilhões (0,87% do PIB), ante déficit de US$50,7 bilhões (2,70% do PIB) em 2019. Este recuo deveu-se, principalmente, às reduções dos déficits em renda primária, US$19,1 bilhões, e em serviços, US$15,1 bilhões. Adicionalmente, o superávit comercial de bens cresceu US$2,8 bilhões, e o superávit em renda secundária aumentou US$1,2 bilhão.

Em dezembro de 2020, as exportações de bens totalizaram US$18,5 bilhões, mesmo valor de dezembro de 2019. As exportações somaram US$210,7 bilhões em 2020, redução de 6,7% ante os US$225,8 bilhões observados em 2019. As importações de bens somaram US$19,5 bilhões em dezembro de 2020, aumento de 44,8% em relação a dezembro de 2019. Excetuando-se as importações estimadas no âmbito do Repetro (US$5,1 bilhões em dezembro de 2020 e US$262 milhões em dezembro de 2019) a taxa de crescimento teria sido de 8,4%. As importações somaram US$167,4 bilhões em 2020 e US$185,3 bilhões em 2019, recuo de 9,7%. Excluídas as operações estimadas para o Repetro (US$16,4 bilhões de importações em 2020; US$2,8 bilhões de exportações em 2019 e US$9,6 bilhões de importações em 2019) as variações anuais atingiriam -5,5% para exportações e -14,0% para importações.

O déficit na conta de serviços manteve a tendência de retração observada durante a pandemia e totalizou US$1,6 bilhão em dezembro de 2020, recuo de 55,4% ante dezembro de 2019, quando atingiu US$3,5 bilhões. Esta redução decorreu de menores déficits nas contas de viagens, aluguel de equipamentos e transportes. Em 2020, o déficit em serviços somou US$19,9 bilhões, redução de 43,2% em relação ao déficit de 2019, US$35,1 bilhões. O recuo de US$15,1 bilhões no déficit anual de serviços resultou principalmente de menores despesas líquidas de viagens (US9,2 bilhões; recuo de 79,7%), transportes (US$3,4 bilhões, recuo de 57,1%) e aluguel de equipamentos (US$2,8 bilhões, recuo de 19,5%).

Em dezembro de 2020, o déficit em renda primária totalizou US$3,1 bilhões, contração de 49,9% em relação a dezembro de 2019, explicada primordialmente pelas menores despesas líquidas de lucros e dividendos (US$530 milhões em dezembro de 2020 e US$2,9 bilhões em dezembro de 2019). Em 2020, o déficit em renda primária totalizou US$38,2 bilhões, 33,3% inferior aos US$57,3 bilhões registrados em 2019. As despesas líquidas com juros somaram US$21,1 bilhões no ano, retração de 17,3% na comparação com 2019, com recuo das receitas (24,0%) e das despesas (19,1%). As despesas líquidas de lucros e dividendos somaram US$17,2 bilhões em 2020 ante US$31,9 bilhões em 2019, decréscimo de 46,2%. Na mesma base comparativa, as receitas de lucros reduziram 78,3% (US$3,5 bilhões ante US$16,0 bilhões) e as despesas, 56,9% (US$20,7 bilhões ante US$47,9 bilhões), evidenciando os efeitos da pandemia global sobre a lucratividade das empresas.

Em dezembro de 2020 os ingressos líquidos em investimentos diretos no país (IDP) somaram US$739 milhões, ante US$2,8 bilhões observados em dezembro de 2019. Houve ingressos líquidos de US$3,1 bilhões em participação no capital e saídas líquidas de US$2,4 bilhões em operações intercompanhia. No ano, o IDP totalizou US$34,2 bilhões (2,38% do PIB), ante US$69,2 bilhões (3,68% do PIB) em 2019. Do recuo de US$35,0 bilhões, destacam-se as reduções de US$19,1 bilhões em ingressos por lucros reinvestidos (US$1,6 bilhão em 2020 ante US$20,8 bilhões em 2019) e de US$14,8 bilhões em ingressos para participação no capital exceto lucros reinvestidos (US$28,1 bilhões em 2020 ante US$42,9 bilhões em 2019).

Em dezembro de 2020, os investimentos diretos no exterior (IDE) apresentaram aplicações líquidas de US$128 milhões, ante US$1,6 bilhão registrado em dezembro de 2019. No ano de 2020, o IDE totalizou regressos líquidos (desinvestimentos do exterior) de US$16,4 bilhões, ante aplicações líquidas de US$22,8 bilhões em 2019. Esses desinvestimentos ocorridos em 2020 concentraram-se em empresas do setor financeiro.

Em dezembro de 2020 ocorreram ingressos líquidos de US$6,3 bilhões em investimentos em carteira negociados no mercado doméstico, sétimo mês seguido de ingressos líquidos. Desse total, US$3,7 bilhões em ações e fundos de investimento e US$2,6 bilhões em títulos de dívida. Em 2020 ocorreram saídas líquidas de US$8,5 bilhões (ante saídas líquidas de US$6,7 bilhões em 2019, ampliação de 27,0%), concentradas em ações e fundos de investimento, enquanto os títulos de dívida negociados no país apresentaram ingressos líquidos de US$41 milhões em 2020. Incluindo ações e títulos de dívida negociados no exterior, os passivos de investimento em carteira registraram saídas líquidas de US$2,6 bilhões em 2020; ante saídas líquidas de US$10,2 bilhões em 2019.

Reservas internacionais

O estoque de reservas internacionais atingiu US$355,6 bilhões em dezembro de 2020, redução de US$1,6 bilhão em comparação a dezembro de 2019. As operações nos diferentes instrumentos de intervenção no mercado de câmbio – US$24,8 bilhões de vendas à vista e US$3,6 bilhões de retornos líquidos em linhas com recompra – contribuíram em US$21,2 bilhões para reduzir o estoque de reservas internacionais no ano. A receita de juros atingiu US$5,6 bilhões em 2020. As variações por preço e paridades contribuíram para aumentar o estoque, respectivamente, em US$8,7 bilhões e US$4,3 bilhões.

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