O espaço Curtas ESG começa nesta terça-feira (28) uma série de 4 tópicos relacionados à tragédia ambiental que ocorre nos Rio Grande do Sul. O foco serão as empresas que o Acionista cobre, o que elas estão fazendo em prol das pessoas e cidades gaúchas, assim como os impactos das inundações na economia de vários setores do Estado, que gera aproximadamente 6% do PIB brasileiro, com base no levantamento do BTG Pactual.

Hoje começamos o primeiro tópico: a função social das empresas de capital aberto, destacando as que já estão com alguma ação de apoio às vítimas das chuvas e enchentes. Dias atrás falamos da Ambev, do Mercado Livre; ambas engajadas em campanhas para amenizar a situação nunca antes vivida no Brasil.

A função social das empresas está na Constituição

A função social das empresas consta no Artigo 170 da Constituição Federal de 1988 (CF/88). Segundo a Enciclopédia jurídica da PUCRS, não tem o objetivo de limitar liberdades e direitos dos empresários e tampouco de tornar a empresa mero instrumento para a conquista de fins sociais. Isto é, esta função social tem o propósito de “reinserir a solidariedade social na atividade econômica sem desconsiderar a autonomia privada, fornecendo padrão mínimo de distribuição de riqueza e de redução das desigualdades”. 

ESG agrega à função social

Com a implementação de políticas ESG (Ambiental, Social e Governança) pelas empresas nas últimas décadas que determina que elas prezem pela sustentabilidade, com ações e resultados, a função social se solidifica. Não obstante, as empresas de capital aberto ganham mais visibilidade sob este viés, pois o investidor está atento não somente da rentabilidade, na produtividade, mas também a tudo que está relacionado às políticas de preservação ambiental, e é claro, como se comportam em situação com a atual do Rio grande do Sul.

Como colaboram para amenizar os problemas causados pelas tragédias ambientais? Isso implica ESG e função social.

Impactos nos investimentos

Conforme publicação do InvestNews, o impacto negativo econômico para o estado está em mais de R$ 12 bilhões, e “os investidores também começam a revisar suas estratégias nas empresas atingidas”.

De acordo com artigo de Alexandre Furtado, sócio da Grant Thornton, no InvestNews, agora a revisão das carteiras possui também um novo propósito. “Não é mais apenas avaliar as perdas financeiras e econômicas das empresas, mas também checar como elas estão planejando e executando sua participação no reerguimento do estado.”

Furtado destaca uma palestra do presidente da CVM, João Pedro Nascimento, sobre as novas normas de sustentabilidade mundial que a entidade colocou em audiência pública: “A função social das companhias abertas mudou com o ESG e a sustentabilidade. Agora o investidor precisa acreditar que a empresa está gerando valor adicionado ainda maior para a sociedade”

Empresas de capital aberto de cobertura do Acionista que entraram na rede de solidariedade até o momento:

Ambev (ABEV3); Ambipar (AMBP3), JBS (JBSS3), Itaú (ITUB4); Itaúsa; XP (XPBR3); Carrefour Brasil (CRFB3); Mercado Livre (MELI34); BRF (BRFS3); Marfrig (MRFG3); Santander (BCSA34); Vivo (VIVT3); Petrobras (PETR4); CeA (CEAB3); PepsiCo (PEPB34); Coca-cola (COCA34); ArcelorMittal (ARMT34); Grupo Pão de Açúcar (PCAR3); Braskem (BRKM5); Grupo SLC (SLCE3); Lojas Renner (LREN3); MRV (MRVE3), 3Tentos (TTEN3).

Você pode doar parte do seu IRPF para ajudar as vítimas

Confira o passo a passo para fazer a doação ao Rio Grande do Sul:

  • clique em “Doações Diretamente na Declaração”;
  • escolha uma das abas: “Criança e Adolescente” ou “Pessoa Idosa”
  • clique na opção “novo”;
  • no tipo de fundo, escolha “estadual” e clique em Rio Grande do Sul, ou “municipal” e escolha uma das cidades gaúchas atingidas pelas inundações;
  • o próprio programa fornece os valores totais que podem ser destinados, 3% para cada tipo de destinação e de 6% no total;
  • se quiser doar os 6%, o contribuinte deve repetir o procedimento na aba que não escolheu no segundo passo;
  • após enviar a declaração, imprima o Documento de Arrecadação de Recursos Fiscais e faça o pagamento até 31 de maio. (Fonte: Agência Brasil)