Mesmo com lojas físicas fechadas em parte do 1º trimestre de 2020 por conta da pandemia de Covid-19, a Tenda, uma das principais construtoras e incorporadoras do país, apresentou vendas brutas estáveis no período, conforme apresentação dos resultados da companhia, na noite de quinta-feira (14). Foram registrados R$ 540,9 milhões no indicador, o que representa um aumento de 22,1% em relação ao mesmo período do ano anterior, totalizando 3.912 apartamentos comercializados.
Para manter as transações em níveis saudáveis, foram necessários investimentos em iniciativas de marketing para direcionamento do fluxo para canais digitais, um dos fatores que fizeram o lucro líquido da companhia ficar em R$ 17,5 milhões. O número apresenta queda de 64,6% frente ao primeiro trimestre de 2019, e de 76,9% em comparação aos últimos três meses do ano passado.
Entre as ferramentas digitais criadas estão um sistema para vendedores autônomos que replica a experiência da loja e a venda 100% online, testada pela primeira vez em fevereiro com o primeiro Feiraço Online Tenda. Encarar a transformação digital como um imperativo para o sucesso do negócio é um dos desafios estratégicos da companhia para 2020.
Se por um lado o isolamento social em função da pandemia de Covid-19 acelerou a inovação e as transformações no campo digital, por outro fez com que a companhia enfrentasse alguns obstáculos operacionais e financeiros, como aumento dos índices de distratos e inadimplência.
A receita líquida do período foi de R$ 415,8 milhões, mantendo níveis parecidos com o mesmo período do ano anterior. Já a margem bruta ajustada da companhia ficou em 31,8%, 4 p.p. a menos do que no 1º trimestre de 2019. A companhia lançou quatro novos empreendimentos primeiro trimestre do ano, com VGV de R$ 165,6 milhões, queda de 57,1% em comparação ao mesmo período do ano anterior.
Renan Sanches, diretor financeiro e de relações com investidores da Tenda, lembra que as consequências da pandemia ainda não estão claras. “É possível identificarmos sinalizações positivas para a Tenda, como a maior valorização do imóvel próprio e a ênfase do governo no programa habitacional, importante gerador de empregos em todo o país”, comenta.
O diretor lembra, no entanto, que o prolongamento da crise pode resultar em maiores impactos na demanda e na liquidez do FGTS, fundo que ainda pode ser alvo de novas medidas de estímulo econômico. “De qualquer forma, estamos empenhados em atravessar o período de incertezas causado pela Covid-19 com segurança para os acionistas, clientes e colaboradores, nos consolidando como a principal empresa focada na habitação popular no país”, acrescenta Renan.
Junto com os resultados do 1T20, a Tenda reforçou que, nos últimos 12 meses, teve ROE de 18% e ROIC de 24,1%, com lucro de R$ 2,39 por ação.
(MR – Agência Enfoque)