Segundo a Preservera Asset, embora o cenário esteja relativamente positivo, marcado pela combinação do exterior favorável com dados econômicos correntes benignos, tem sido colocado em dúvida pelo mercado e ainda parece insuficiente para alterar o tom da política monetária atual do Brasil. Com a recente decisão pela manutenção da taxa Selic, os investidores agora buscam pistas sobre o que esperar para o futuro.

 “As recentes declarações do Banco Central reforçaram a crença de que a Selic está próxima ao seu piso neste ciclo, pesando o fato de que o BC dá grande foco nas expectativas de inflação. Além disso, tivemos em maio uma reunião emblemática do Bacen, resultando em um corte de 25 bps, decidido de forma dividida. Enquanto a ala dissidente, que defendia um corte de 50 bps. Independentemente do argumento vencedor, acreditamos que a mudança no forward guidance afetou a credibilidade do BC, e esse dissenso levantou ainda mais dúvidas sobre a trajetória do ciclo atual além de pressionar as expectativas de inflação”, comentam os analistas.

Incertezas sobre o futuro da taxa Selic

Entretanto, mesmo em um cenário favorável, a combinação de incertezas fiscais, desancoragem das expectativas de inflação e um mercado de trabalho pujante domina a discussão, segundo os analistas da Persevera. “Com isso, o mercado passou a precificar a manutenção da Selic nas próximas duas reuniões do Copom, sem grandes perspectivas para cortes adicionais de juros”, afirmam.

Dessa forma, as consequências para os ativos brasileiros são claras, segundo os analistas da Persevera e tantos outros. “No ano, a bolsa brasileira possui uma das piores rentabilidades, o Real é uma das moedas mais desvalorizadas do mundo e a curva de juros abriu mais de 150 bps. Enquanto os ativos globais apresentam forte performance em 2024, o Brasil parece participar das festas erradas: nos últimos meses, o Ibovespa tem mais das quedas da bolsa americana do que das altas.”

E o potencial para os investimentos?

Conforme o time, será necessário uma combinação de juros internacionais mais baixos e perspectivas de redução das taxas de juros locais para impulsionar a próxima rodada de alta dos ativos locais.

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“Acreditamos que a deterioração atual é exagerada e alimenta um círculo vicioso desnecessário: expectativas de inflação mais altas aumentam os modelos do Banco Central, que consequentemente apontam para a necessidade de manter Juros restritivos por mais tempo, que encarecem o serviço da dívida, agravam a situação fiscal e comprometem ainda mais  a expectativa dos economistas”.

Assim sendo, com essa situação recorrente, existirão reflexos negativos no fluxo de capital, com investidores estrangeiros evitando o Brasil e brasileiros, buscando oportunidades no exterior.

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